SMADS lança livro "Fortalecendo pessoas, reescrevendo histórias"

Fotos: Wagner Origenes

Por Vinícius Dominichelli

A noite da última quarta-feira (7) foi de festa e reflexão no terraço do Edifício Martinelli, no centro de São Paulo. A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) lançou o livro "Fortalecendo pessoas, reescrevendo histórias", que apresenta histórias emocionantes de beneficiários dos diversos programas socioassistenciais da pasta.

O lançamento da publicação contou com a presença da secretária da SMADS, Luciana Temer, da vice-prefeita e secretária de Educação, Nádia Campeão, além de muitos personagens que retratam suas histórias de vida e de superação no livro.

"Não dá para viver a assistência social estando longe das pessoas que mais precisam. Esse livro traz histórias emocionantes, que só foram possíveis por conta de uma política de assistência social em que as pessoas dão a mão e se relacionam diretamente com eles", afirma Luciana Temer.


O "Fortalecendo pessoas, reescrevendo histórias" dá voz aos invisíveis. Diversos projetos desenvolvidos durante os quatro anos da atual gestão foram retratados, como o Autonomia em Foco, Centro Dia, De Braços Abertos, SAICAs e muitos outros.

"A assistência social possui programas que olham para as diferenças. Consegue enxergar o que cada grupo de pessoas precisa nas suas mais diversas particularidades. São depoimentos emocionantes e sinceros", destaca a vice-prefeita e secretária de Educação, Nádia Campeão.


Confira alguns dos depoimentos dos beneficiários que retratam suas histórias no livro:

Diamantino Lameira, 79 anos, e Maria Aparecida Matias, 73 anos. Os dois se conheceram no Núcleo de Convivência de Idosos (NCI) e hoje estão casados.
“Quando minha esposa morreu, há sete anos, fiquei muito chateado e ‘pra baixo’. Aí, comecei a frequentar o NCI e voltei à vida. Fiquei tão animado que até me casei novamente! Aqui, a gente se distrai e se diverte muito. Venho todo dia com minha atual esposa, a Maria Aparecida. O NCI é a nossa vida. Se não fosse isso aqui, eu já teria morrido faz tempo”.

Crispiniano Rosa Lima, 80 anos, frequentador do Centro Dia:

“Aqui, comecei a comer direito, a tomar os remédios direito e a fazer ginástica toda tarde, com orientação e ajuda. Eles sabem lidar com idosos, e a comida é boa. Melhorei em oito meses! Eu aprendi a andar de novo aos 80 anos! Cheguei usando cadeira de rodas e andador. Agora, só uso as muletas e, em casa, nem isso. Ontem, dancei pela primeira vez... E se não tivesse dado ferida no pé por causa do diabetes, estaria ainda melhor. Por causa do pé, tive que voltar para a cadeira de rodas, deixei de vir uns dias; depois, eles [a equipe do Centro Dia] ficaram um tempo vindo em casa me ajudar com a higiene, até o pé sarar. Agora, pela primeira vez em 15 anos, minhas pernas aguentam o meu peso, e eu consigo andar. Vou ao banco sem precisar de táxi.

Solange Cordeiro Barbosa, 42 anos, moradora do Família em Foco.

“Vivi na rua dos 22 aos 40 anos porque fiquei órfã cedo e, com 30 graus de miopia, não conseguia trabalhar. Conheci meu marido nos albergues e tive dois filhos, mas ele bebia muito, usava drogas e maltratava as crianças. Até me separei, mas acabei voltando. As coisas só começaram a mudar quando viemos pra cá. O Família em Foco me ajudou a conseguir a aposentadoria por invalidez e uma cirurgia pra vista, além de escola pras crianças. Era a minha parte do combinado. Meu marido ficou de arrumar trabalho e até conseguiu, mas perdeu em três meses porque voltou a beber e se drogar. Já eu participava dos grupos de conversa do Programa, que faziam a gente pensar muito no que quer da vida. Pela primeira vez, comecei a sonhar e a fazer planos. Então, quando me contaram que, em vez de procurar casa como dizia, meu marido passava o dia bebendo na praça, decidi me separar. Com a ajuda do Programa, um mês depois aluguei essa casa e me mudei para cá com as crianças. A vida é apertada, eles reclamam porque não tem mistura todo dia, mas vai melhorar, porque assim que eu operar a outra vista, vou poder trabalhar”.