A par dos resultados da consulta popular do SP 2040

por Marion Frank

Em seminário preparado para apresentar e também analisar, os resultados da consulta pública do SP 2040 vieram a público dia 12, 5ª. feira, na Sala Olido (Centro paulistano). O secretário municipal do Desenvolvimento Urbano (SMDU) que fez um balanço do processo participativo, demonstrou satisfação com a receptividade alcançada pelo SP 2040 junto dos moradores da cidade. “Noventa e três por cento das pessoas que responderam ao questionário afirmaram que a iniciativa de formular um plano de longa duração é excelente, o que nos deixa particularmente animados com a continuidade do trabalho”, opinou.

Por que São Paulo se esforça em ter um plano de longo prazo? Essa talvez seja uma das primeiras questões despertadas por um projeto com as características do SP 2040 – e foi o próprio secretário da SMDU que procurou sintetizar as razões: “Apesar da pujança de São Paulo, de sua importância para o estado e para o País, esta é uma cidade de desequilíbrios muito sérios, que só serão eliminados com políticas que atravessam os mandatos – sete, no nosso caso. E como será possível a um plano de longa duração vencer a troca de poder? Com a apropriação do plano pela sociedade, contexto do qual a consulta popular recém-concluída faz parte.”

Coube a James Wright, coordenador do grupo de pesquisa da Profuturo, da Universidade de São Paulo (USP), apontar alguns dos resultados mais significativos obtidos no processo de participação popular iniciado em meados de setembro passado – mais de 25 mil pessoas responderam ao questionário, servindo-se da internet, por exemplo. Qual seria o perfil de quem participou? “A maioria é assalariado”, definiu Wright. Curiosidade: a Zona Leste foi a que concentrou o maior índice de participação na consulta popular na cidade.

E como seria a São Paulo tão desejada pelos participantes? “Fluida, sustentável e justa. Com infraestrutura urbana adequada e qualidade ambiental. E de grande mobilidade, ou seja, onde a distância entre trabalho e moradia nunca seja superior a 30 minutos”, delineou Wright.

Carlos Honorato, também da equipe técnica da USP – quem, ao longo dos meses de consulta popular, participou das 31 oficinas públicas realizadas em todas as Subprefeituras da cidade –, teve a tarefa de destacar os resultados apurados nessas oficinas. Constatação: educação, tema que não foi ressaltado no questionário do SP 2040, foi aquele que mais espontaneamente animou a discussão entre os grupos de trabalho. “Há uma consciência muito forte de que é preciso investir na qualificação profissional”, comentou Honorato. “E todos anseiam por uma cidade que ofereça oportunidades de estudo e de crescimento individual.”

A qualidade de discussão sobre São Paulo também se fez notar no fórum do site do SP 2040, o que levou Tomas Wissenbach, coordenador do Projeto Editorial, a realçar a importância de oferecer um canal aberto à opinião dos moradores. “Fazemos todos nós parte de um momento único, de uma trajetória histórica da cidade de São Paulo. O que torna vital mostrar a cada cidadão a importância de sua participação”, reforça. Aliás, foi o retorno popular ao questionário do SP 2040 que fez da segurança, além da educação, outro ponto nevrálgico a ser trabalhado para construir um futuro melhor para a cidade.

Para ter conhecimento em detalhe dos resultados da consulta pública do SP 2040, acesse o link:

http://sp2040.net.br/noticias/noticias2/2012/01/em-primeira-mao-os-resultados-da-consulta-publica/