Mobilidade e Acessibilidade foram os temas abordados na 2ª Reunião do Seminário do Arco Tietê, no auditório da Biblioteca Mario de Andrade

Projetos na área de transportes, tanto no âmbito estadual, como no municipal foram amplamente divulgados e debatidos entre secretários, técnicos e os presentes. Próxima reunião será dia 9 de abril

Contando com a presença de Jurandir Fernandes, Secretário Estadual de Transportes Metropolitanos, Jilmar Tatto, Secretário Municipal de Transportes, Rovena Negreiros, Diretora de Planejamento da Emplasa e ainda com Pedro Victoria Junior, assessor técnico do Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo, aconteceu a 2ª Reunião do Seminário do Arco Tiete, cujo tema principal foi acessibilidade e mobilidade. Após abertura dos trabalhos pelo Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco, Fernandes foi o primeiro a falar, apresentando os planos do governo estadual na área de transportes. “Temos uma obra da CPTM e quatro do Metrô em andamento e duas licitações do Metrô praticamente prontas. É preciso que as intervenções previstas considerem os instrumentos urbanísticos que estão em pauta, como as operações urbanas e as Áreas de Intervenção Urbana (AIUs), previstas no Plano Diretor Estratégico (PDE). O território do Arco Tietê é estratégico e se encaixa totalmente dentro desse perfil. O cenário socioeconômico é favorável e precisamos atender os 7,3 milhões de passageiros que diariamente usam os transportes de alta e média capacidade na região metropolitana de São Paulo”.

Fernandes anunciou algumas ações futuras previstas:

- Extensão da Linha 5 do Metrô até a Chácara Klabin
- Monotrilho que irá ligar São Paulo à região do ABC
- Metrô que irá passar por Moema, Avenida Brigadeiro Luis Antônio, Estação da Luz, indo até Guarulhos
- Expansão das linhas do Metrô para o Jardim Ângela, Morumbi e Vila Sônia

Com os planos anunciados, a atual malha do Metrô, de 65 quilômetros, passará a 140 em 2015 e para 340 em 2030. Além das cinco linhas operando hoje, com expansão prevista para as linhas 2 (verde) e 4 (amarela), mais oito serão implantadas até 2030. Já com relação à CPTM, a intenção é que os atuais 231 quilômetros de trilhos sejam expandidos para 283 em 2015 e 447 em 2030.

DIRETRIZES MUNICIPAIS

Na sequência, Jilmar Tatto apresentou os planos da gestão do Prefeito Fernando Haddad para os transportes. Tatto iniciou sua apresentação afirmando que das 18 milhões de viagens motorizadas verificadas diariamente em São Paulo, 10,1 milhões, ou 56% desse total, se dá por meios de transportes coletivos. “Mas não pensem que estamos satisfeitos com esse percentual, muito pelo contrário, queremos incentivar o uso do Metrô, trens e ônibus, além dos transportes não motorizados, como as bicicletas”.

Nesse sentido, Tatto anunciou que para os próximos doze anos o objetivo é a implantação de 460 quilômetros de novos corredores de ônibus (atualmente são 130). “Nos quatro anos dessa gestão queremos implantar 150 quilômetros e construir quatorze novos terminais”, disse.

Os principais corredores previstos são:

- Corredor da Avenida Celso Garcia até a Marechal Tito, na Zona Leste
- Corredor da Radial Leste, Itaquera e Guaianases (já licitado, obra começa esse ano)
- Corredor Aricanduva (já licitado, obra começa esse ano)
- Corredor na Zona Leste ligando Itaim Paulista, Guaianases, Cidade Tiradentes e São Mateus
- Corredor que sai da Zona Leste, percorrendo as avenidas Tancredo Neves, Bandeirantes até Pinheiros
- Corredor Sul, saindo do Campo de Bagatelle, passando pela Avenida 23 de Maio indo até Rio Bonito
- Corredor na região do Grajaú considerado um dos principais gargalos de mobilidade em São Paulo
- Corredor ligando o Jardim Ângela, Capão Redondo e o Embu-Guaçu
- Corredor ligando o Jardim Ângela, Campo Limpo e Vila Sônia

Tatto ainda discorreu sobre a necessidade de utilizar os recursos hídricos para transporte, citando projetos da utilização de balsas pelas represas Billings e Guarapiranga. E enfatizou a importância do Bilhete Único Mensal, lançado dia 2 de abril - “estamos esperando 6 milhões da cadastros, que começam a ser efetivados dia 15. A grande vantagem do Bilhete Único é que os munícipes poderão escolher seu próprio trajeto, utilizando qualquer meio de transporte que lhe convenha”. Finalizou sua apresentação com a intenção de construção de 150 quilômetros de infraestrutura cicloviária. “A bicicleta não é só lazer, é meio de transporte”, afirmando ainda que o Arco do Futuro vai complementar o atual sistema viário da cidade, radiocêntrico, com corredores perimetrais e eixos transversais, melhorando sensivelmente a mobilidade dentro de São Paulo, oferecendo mais opções ao cidadão. Depois da sua fala, o debate entre os presentes finalizou a primeira parte do encontro.

SEGUNDO TEMPO

Após uma pequena pausa para o coffe break, foi a vez de Pedro Victoria apresentar os planos para efetivação do hidroanel metropolitano de São Paulo. “O rio Tietê apresenta uma característica muito peculiar, ele é navegável do Rio Paraná até o município de Salto, e de Santana de Parnaíba até a capital. Isso representa 186 quilômetros de leito navegável, e esse potencial tem de ser explorado. São 111 milhões de toneladas/ano de movimentação de cargas, 26 mil viagens de caminhão por dia e grande parte desse fluxo pode ser absorvido em parte pela construção do hidroanel”, disse Victoria, afirmando que esse modal teria a capacidade de transportar 20 milhões de toneladas/ano, número que consta de estudo de pré-viabilidade, já finalizado. Em sua fala, foi reforçada a necessidade de integração entre os vários modais de transporte. “Paris é um grande exemplo a ser seguido. Rodovias, ferrovias e os recursos hídricos precisam estar integrados. O modelo tri-modal é o ideal para a região metropolitana”.

Finalizando o encontro, foi a vez de Negreiros falar da importância dos estudos do Arco Tietê serem contextualizados em escalas locais e regionais. “A região metropolitana é responsável por 83% do Produto Interno Bruto (PIB) paulista, quase 30% do PIB brasileiro, tem de ser pensada como um todo”. Ela também enfatizou os deslocamentos entre municípios e para outros estados, sendo que o número desses deslocamentos por ano saltou de 1,6 milhão em 2000, para 2,9 milhões em 2010. “Os projetos a ser desenvolvidos necessitam contemplar a conexão entre os territórios”, finalizou. Nova rodada de debates entre os presentes foi realizada, acontecendo o encerramento o evento em seguida.

PRÓXIMAS REUNIÕES

O Seminário terá continuidade com mais dois eventos, todos no mesmo local (Biblioteca Mario de Andrade, na Rua da Consolação, próximo ao metrô Anhangabaú), voltados à participação dos habilitados ao desenvolvimento dos estudos. Confira as datas e os temas que serão abordados:

- 09/04 – Planejamento Habitacional e Ambiental

- 11/04 – Processo do Marco Regulatório; Metodologia dos Processos Participativos no município; Planos e Projetos Urbanos; Planejamento Econômico