Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência: um diálogo necessário, a realidade de milhões

A data instituída em 2005 tem o objetivo de promover a inclusão social das pessoas com deficiência e reforçar a luta anti-capacitista

 Na imagem, um layout em tons de roxos e bordas curvas, com os dizeres "Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência 21.09". À direita da imagem, um homem jovem negro, em sua cadeira de rodas, sorrindo para a foto; a imagem do homem está em preto e branco. No canto superior esquerdo da imagem, o símbolo da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, em branco.

Texto: Arthur Silvestre

Fotos: Giulia Rodrigues

No dia 21 de setembro, pouco antes do início da primavera, comemora-se o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. A data foi legalmente instituída em 2005, mas já era reivindicada pelo Movimento pelos Direitos das Pessoas com Deficiência (MDPD) desde 1982. O objetivo é aumentar a conscientização sobre as barreiras diárias enfrentadas pelas pessoas com deficiência e promover a igualdade de oportunidades e inclusão. É um momento crucial para celebrar as conquistas das pessoas com deficiência, reconhecendo sua resiliência, determinação e contribuições para a sociedade.

Na rede socioassistencial da Prefeitura, há iniciativas que auxiliam na criação de um mundo mais acessível, inclusivo e justo para todos. O Núcleo de Assistência Social para Pessoas com Deficiência (NAISPD) – Jardim Helena, localizado em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo, é mais um dos serviços da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social que se especializa no atendimento de pessoas com deficiência. Neste caso, o público atendido são pessoas com deficiências cognitivas.

Daniel Cassimiro da Silva, de 23 anos, ex-atendido do serviço, conta que já está inserido no mercado de trabalho e que o NAISPD o ajudou em diversos quesitos para alcançar seus objetivos. “O NAISPD me ajudou a ter mais autonomia, a lidar com o mundo lá fora, a me desenvolver mais, aprender sobre economia”. Ele comenta também que, no atual local de trabalho, teve muita dificuldade no começo com a aprendizagem das tarefas, mas que está se adaptando e aprendendo a se tornar cada vez mais apto às suas funções com o tempo e o auxílio dos colegas.

Na imagem, temos Daniel, jovem branco com cabelos encaracolados bem curtos, ele veste uma camiseta branca e um crachá de identificação vermelho.

Mateus Alves dos Reis, de 22 anos, é atendido pelo serviço desde bem jovem e contou que está sempre participando das atividades. “Eu cheguei aqui, eu era só um garoto magrinho e brincalhão, eu era bem tímido. Com o tempo, fui me soltando e conhecendo as pessoas daqui.” Mateus relata também que sofreu preconceito e bullying na escola onde estudava e ressalta que se sente melhor e mais acolhido no NAISPD. “Na escola, os meninos me xingavam, falavam que eu era isso e aquilo, e eu ficava de cabeça baixa, sentia muito esse bullying que sofria na escola. Mas aqui no NAISPD, fui me adaptando e estou em um ambiente melhor”, finaliza.

Além das atividades e de todos os cuidados especiais que necessitam, o serviço promove a interação entre pessoas que se entendem e vivem uma realidade parecida, o que resultou no encontro entre Daniel e sua namorada Larissa, também atendida do local. O mesmo aconteceu com Mateus, que encontrou seu amor no serviço. Ele e Tifanny já estão em um relacionamento há quatro anos e cinco meses.

Na imagem, temos Mateus (à esquerda) e Tifanny (à direita). Mateus veste uma camiseta branca com um símbolo colorido com os dizeres "#fazerobemfazbem, faça você também". Tifanny veste uma camiseta verde com os dizeres "610 favelas". Ambos sorriem para a câmera.

Rede Socioassistencial
A rede socioassistencial da Prefeitura de São Paulo oferece serviços exclusivos para pessoas com deficiência, totalizando mais de 3 mil vagas distribuídas em 51 equipamentos, com dois modelos: o de acolhimento, por meio das Residências Inclusivas (14 unidades, 269 vagas), e de convivência, pelos NAISPDs (37 unidades, 2870 vagas).