Texto: Natalia Nora Marques
Fotos: Wagner Origenes
Na última quinta-feira (19), o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) Brasilândia III, localizado no território da Freguesia do Ó, realizou o segundo encontro para conscientizar a população de mulheres adultas e adolescentes da região a respeito do corpo feminino, seus direitos e formas de prevenção de doenças e de violência.
O projeto foi desenvolvido em parceria com o Serviço de Proteção a Vítimas de Violência (SPVV) Acolher, da mesma região, que foi responsável por guiar os encontros e promover as reflexões e ensinamentos a respeito dos corpos femininos. Por meio de dinâmicas interativas, as mulheres foram estimuladas a tirarem dúvidas sobre tratamentos de saúde, prevenção de doenças e proteção contra violência.
A gerente do SPVV, Creusa Teles, conta que o objetivo era mapear as questões dessas mulheres e apresentar soluções para elas, “além de promover a autoestima para que as participantes entendam a extensão de suas capacidades”. Com isso, o cuidado em relação aos corpos é intensificado e aumentam as chances de denúncias caso elas sofram algum tipo de violência.
Foram divididos dois grupos para o desenvolvimento dos encontros, um de mulheres adultas e outro de adolescentes entre 12 e 14 anos. As temáticas foram as mesmas, mas as abordagens foram diferentes, de acordo com as idades, o ambiente e as coordenadoras dos grupos promoveram a segurança e liberdade para que elas se sentissem confortáveis para interagir durante as dinâmicas.
Elas trataram de questões menstruais, menopausa, padrões de beleza, infecções sexualmente transmissíveis e violência doméstica. Durante o primeiro encontro, elas foram instruídas a marcar consultas anualmente com ginecologistas e realizarem o autoexame de mamas para prevenir ou identificar possíveis doenças.
A partir das demandas que as mulheres demonstraram ter no primeiro momento, foram feitas adaptações no projeto para contemplar essas questões. Dessa forma, o segundo encontro teve como enfoque a saúde sexual feminina através de atividades com a participação de todas. Nos dois grupos foram feitas dinâmicas de mitos e verdades sobre os corpos femininos e foi reforçada a ideia de que as mulheres estão conectadas, têm a quem recorrer em casos de violência e devem ser livres para ocupar os espaços desejados.
As participantes dos encontros demonstraram que o projeto foi muito importante e promoveu diversos aprendizados que serão levados para suas vidas e para as outras mulheres que convivem com elas. A gerente do CRAS, Fabiana Gomes de Paiva, conta que está “muito feliz com a retomada dos encontros em grupo, porque eles atendem e instruem diferentes parcelas da população em situação de vulnerabilidade”.
Após os encontros, foram distribuídos kits de higiene pessoal com absorventes e sabonetes para as participantes. Paiva também conta que o CRAS pretende dar continuidade às ações de prevenção e proteção para as mulheres, a fim de reforçar a rede de apoio e incentivar o cuidado com a saúde.
