Núcleo de Convivência Boracea oferece oficina para o mercado de trabalho

Toda semana o local dispõe de atendimento individual para cada convivente

Conviventes aguardam na fila para serem atendidos de forma individual durante a oficina para o mercado de trabalho. 

Texto: Ícaro Polo Domingues
Fotos: Wagner Origenes

O Núcleo de Convivência para Adultos em Situação de Rua (Boracea) oferece semanalmente, às quintas-feiras, com funcionamento das 7h30 às 11h, uma oficina de organização para o mercado de trabalho. O principal objetivo da atividade é facilitar o acesso para as pessoas em situação de rua no mercado. Com a chegada da pandemia, muitos processos de emissão de documentos e diferentes acessos às oportunidades de emprego acabaram por se tornar digitais, portanto, com a dificuldade dos usuários, foi implantada essa oficina para assim auxiliar as demandas para organizar tudo que for necessário e dar todo o suporte preciso. São distribuídos convites para os usuários e assim podem marcar horário para serem atendidos.

Existe um grande banco de dados no sistema do Núcleo que roteiriza todo o processo de atendimento. Os primeiros passos são o cadastro e a apresentação/emissão dos documentos necessários, para que assim seja elaborado um currículo que será distribuído. Após a distribuição dos currículos via internet, os usuários ficam no aguardo das respostas que chegam via telefone, ou email próprio criado também na oficina. “Os atendimentos são feitos de forma individual para melhor atender a todos os usuários e entender as situações encontradas e o contexto de cada um, para assim, auxiliar durante todo o processo”, afirmou a assistente social Renata Peres.

Durante a visita da última quinta-feira (22) conhecemos Daniel Lucas, 23, nascido em Teresina, que chegou no último dia (21) vindo do Rio de Janeiro. Sem emprego e despejado de seu apartamento, o jovem veio à São Paulo, foi avisado sobre o Núcleo Boracea e chegou com o objetivo de conseguir uma vaga para o Centro de Acolhida. Acabou coincidindo de chegar no mesmo dia da oficina, com o intuito de retornar ao mercado de trabalho, se interessou e já participou tirando sua carteira de trabalho digital. “São Paulo combina mais comigo, pois pode me oferecer mais oportunidades de trabalho. Quero comprar um celular e recuperar minha vida”, afirma Lucas.

A atividade foi iniciada em março de 2021 e até o presente momento atende cerca de 60 pessoas por ser um atendimento mais restrito e personalizado, o que acaba levando mais tempo e trabalho. “Durante este período, um usuário do núcleo obteve sucesso através da oficina e conseguiu um trabalho, agora o rapaz está em processo de organização com o objetivo de sair do Centro de Acolhida”, contou a assistente social, Elisangela Maria.

 

Atendimendo individual do convivente Daniel Lucas, feito pela assistente social Renata Peres, dentro de uma sala durante a oficina para o mercado de trabalho.