Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes oferece oficina de grafite

As atividades têm o objetivo de incentivar a capacitação e o pertencimento dos acolhidos

foto da mesa com materiais dispostos enquanto as mãos de quatro jovens aparecem desenhando nos quatro cantos da imagem

Texto: Natalia Nora Marques
Foto: Acervo

Na última quinzena de junho, o Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICA), localizado na Lapa, deu início à oficina de grafite com os atendidos. O oficineiro, Derek Silva, frequenta o serviço duas vezes por semana para ensinar teoria e técnicas para os atendidos desenvolverem suas habilidades antes de iniciarem as pinturas do espaço do serviço.

O primeiro encontro destinado à pintura de uma parede no SAICA aconteceu na última quinta-feira (24) e contou com a participação de seis jovens com idades entre 14 e 17 anos. Inicialmente a principal dificuldade encontrada foi a falta de vínculos entre eles, mas Silva considera que “isso faz parte do processo e é algo que melhora com o tempo”.

A gerente do serviço, Cintia Tecedor, explica que a experiência com o grafite pretende “dar a eles a sensação de pertencimento enquanto colorem as paredes do espaço”. Além das pinturas no local, ela conta que há uma articulação para que alguma empresa da região ceda um muro para que os acolhidos pelo SAICA possam aplicar os seus aprendizados.

Antes de começarem as atividades, os atendidos e o oficineiro visitaram diversos locais da região para perceberem as intervenções artísticas e culturais dos espaços, o que serviu como inspiração e base para o aprendizado e para os desenhos a serem grafitados no SAICA. O trabalho da oficina também se voltou para a relação dos adolescentes com as ruas, com o objetivo de melhorar a relação deles com a região em torno do serviço.

Durante os primeiros encontros, foram trabalhadas as questões teóricas a respeito do grafite como diferentes estilos e técnicas. Silva também apresentou para eles diversos materiais em livros e revistas, além de discutir sobre as intervenções artísticas em rodas de conversas a fim de conhecer melhor as ideias dos jovens, o que despertou o interesse deles.

A ideia da oficina foi fortalecer os vínculos entre eles, promover a organização em grupo e “fazer com que eles desenvolvam a capacidade de criar algo em cooperação”, como aponta o oficineiro. O painel que está sendo pintado no SAICA foi criado em conjunto, as formas arredondadas e orgânicas foram proposta por Silva para que houvesse mais familiaridade e facilidade, evitando técnicas muito complexas que poderiam desanimar os acolhidos.

Ainda não existe um prazo para o fim da oficina de grafite, mas outras formas de melhorar as relações interpessoais através da arte também estão sendo planejadas para os próximos meses no serviço.