Centro para Crianças e Adolescentes desenvolve projeto de biblioteca virtual

A fim de garantir a inclusão dos alunos remotos, serviço disponibiliza livros digitais

 

Foto da sala de informática do CCA com cinco computadores e cinco crianças que estão acessando a biblioteca virtual

Texto: Natália Nora
Foto: Acervo

Por conta da quantidade reduzida de atendidos pelo Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) Parque Santa Rita, muitas crianças e adolescentes ficaram sem acesso à biblioteca do local. E uma solução adotada para integrar tanto os atendidos presencialmente quanto os que estão em suas casas foi a criação de uma biblioteca virtual.

As atividades iniciaram no fim de maio e devem permanecer até a volta total dos atendidos. Durante um dia por semana acontece um momento de contação de histórias e de discussão a respeito de como elas podem ser comparadas com a vida real dos atendidos. Alguns dias antes de acontecer a atividade, os orientadores socioeducativos estipulam um livro para aquela semana e recomendam que as crianças e os adolescente leiam ou peçam ajuda para seus pais para que já estejam familiarizados com a história.

Os momentos de leitura com os atendidos que estão em suas casas acontecem através de videochamadas e os livros em formato PDF ficam disponíveis a qualquer momento para eles lerem conforme o interesse de cada um. O orientador socioeducativo, Valdomiro da Silva, ressalta que “a ideia é que haja autonomia para explorar as opções”. No CCA também existe um espaço de informática onde todos os atendidos presencialmente podem acessar os títulos disponíveis na biblioteca virtual.

Dentre os quase 50 livros disponíveis, existe uma grande variedade nos temas. As escolhas foram feitas baseadas nos livros favoritos dos atendidos e em histórias que trouxessem reflexões. O orientador explicou que ao longo do ano são organizadas peças de teatro inspiradas em histórias existentes, e para que elas sejam inclusivas, “uma temática essencial é a representatividade negra na literatura infantil”, que geram identificação entre as crianças e adolescentes.

Em uma das últimas leituras, a história escolhida foi uma versão da Chapeuzinho Vermelho e o enredo foi utilizado para questionar “quem faz o papel de lobo mau nos dias de hoje?”, como conta Silva. O orientador também explica que o objetivo dessa dinâmica é “mostrar o caminho a ser seguido através das histórias, preservando e protegendo as crianças e os adolescentes”.

Além do incentivo à leitura e à criatividade, os atendidos estão gostando muito do projeto pela interação que acontece após as leituras. A resposta dos pais e responsáveis também está sendo positiva quanto ao desenvolvimento das crianças e adolescentes com o decorrer da atividade.