Centro de Acolhida Casa Verde inicia projeto de alfabetização de atendidos

A fim de desenvolver a autonomia dos acolhidos, orientadora socioeducativa promove o ensino da leitura

 

No centro da foto está o caderno do acolhido com as atividades e na parte superior está a mão dele com um lápis realizando os exercícios de aula

Texto: Natalia Nora Marques
Foto: Acervo

Na última segunda-feira (31), aconteceu a primeira aula de alfabetização para atendidos do Centro de Acolhida (CA) Casa Verde. A educadora socioeducativa responsável é graduada em pedagogia e se colocou à disposição para ministrar aulas que vão servir de base para a alfabetização dos conviventes.

A demanda partiu de um acolhido que frequentemente solicitava a ajuda dos orientadores para acessar o espaço digital do local, que atualmente conta com três computadores. Por conta dessa situação o atendido foi questionado se teria interesse em aprender a ler, como a resposta foi positiva, a orientadora socioeducativa Daniela Cristina dos Santos deu início às atividades.

Segundo ela, a educação de adultos é diferente da de crianças, e é necessário “entender as dificuldades e adaptar atividades a cada aluno”. A orientadora conta que o primeiro aluno ficou com receio no início, mas que foi “perdendo o constrangimento ao longo da aula por conta do clima leve e descontraído de aprendizado”.

Devido a essa primeira iniciativa, mais acolhidos demonstraram interesse pela alfabetização. Segundo o gerente do serviço, Sérgio Rodrigues, “apesar do receio inicial, eles participam dos projetos porque percebem o incentivo à autonomia”. Ele ressalta que essa independência pode ser percebida ao utilizar o transporte público sem precisar de ajuda, compreender receitas médicas, buscar vagas de emprego e até mesmo utilizar o espaço digital do Centro de Acolhida.

Além disso, outro incentivo à leitura encontrado no serviço são as prateleiras de livros que ficam à disposição dos atendidos durante o tempo que permanecerem no local. Os exemplares são provenientes de doações e têm temas variados, o que atende às preferências de muitos deles e permite que mantenham contato com essa forma de cultura e aprendizado.

Apesar da formação da educadora socioeducativa em pedagogia, ela não pode fornecer um certificado para os alunos, por isso seu objetivo é “oferecer uma base da alfabetização e tirar o bloqueio existente em relação à escola”, permitindo que eles tenham mais autonomia e interesse para buscar a educação para jovens e adulto (EJA). Nos casos dos alunos que voltarem a estudar formalmente, um certificado que ateste a alfabetização pode oferecer maiores oportunidades para o futuro.