Dia das Mulheres em Ermelino Matarazzo é dia de engajamento

CREAS da regional organizou passeata contra a violência à mulher

Texto e fotos: Marília Levy

No espaço montado na praça Benedito Ramos, em Ermelino Matarazzo, zona leste de São Paulo, conviventes de centros de acolhida especial de mulheres se reuniram e se prepararam para o ato do Dia das Mulheres: um protesto contra a violência e o assédio à mulher. Aos poucos foram chegando mais e mais pessoas para participarem do ato, que saiu pelas ruas do bairro com faixas e cartazes.

Recentemente foi constituído pelo CREAS (Centro de Referência de Assistência Social) de Ermelino Matarazzo um Fórum de Combate à Violência contra a mulher, encontro mensal. “Nesses debates surgiu a ideia de fazer o ato de hoje. A luta se dá todo dia. Hoje é um dia simbólico mas que serve para refletir sobre graves questões que ainda não superamos como a violência contra a mulher, o assédio e os menores salários com relação aos dos homens”, diz Maria Izabel Rangel de Souza, assistente social e supervisora do NPT (Núcleo de Proteção Jurídica) do serviço. “Temos que colocar nossa força para reivindicar uma sociedade mais justa para as mulheres. Temos que combater o mal do machismo.”, completou Maria Izabel.

“Gostaríamos de viver em uma sociedade onde a gente possa se reunir para festejar. Mas por enquanto ainda vivemos em uma realidade onde é preciso lutar, onde mulheres são assediadas e violentadas a cada minuto. A mulher merece respeito”, afirma Ester Francisco da Silva, gerente do centro de acolhida sigiloso para mulheres vítimas de violência.

“Para mim o Dia da Mulher significa que temos que criar coragem para encarar a realidade mesmo com todas as dificuldades”, disse Teresa Costa*, que foi vítima de violência doméstica e há um mês é acolhida por um centro especial para mulheres mantido pela SMADS.

*nome alterado para manter a manter a segurança da entrevistada