Morada São João: idosos em busca da autonomia

Texto e foto: Marcos Gabriel

O Centro de Acolhida Especial (CAE) Morada São João abriga 210 idosos no total, sendo 46 mulheres e 166 homens, a partir dos 60 anos de idade. O espaço, fundado em dezembro de 2010, é dividido em cinco andares e uma cobertura, e carrega histórias de todos os tipos, todas com algo em comum: o caminho à autonomia.

O primeiro andar do serviço é destinado às mulheres, enquanto do segundo andar em diante são os homens que os ocupam. Cada quarto tem entre 3 e 4 moradores, onde cada um cuida de seus pertences e realiza a limpeza diária.

A equipe é dividida em gerente, assistente técnica, quatro técnicos; sendo dois psicólogos e duas assistentes sociais, duas cozinheiras, e o restante, separados em orientadores e operacionais.

Maria de Fátima é assistente técnica do serviço, e afirma: ‘’Todos os idosos que chegam à Morada São João foram enviados diretamente pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)’’.

A assistente técnica ressalta: ‘’Os idosos que vem pra cá estão em processo de transição, ou seja, ele não é mais um morador de rua, mas também ainda não tem estruturas para retornar à família. Aqui todos eles têm um processo de reestrutura e resgatam seus direitos. ’’

‘’Cada idoso tem o direito de fazer o que quiser durante o dia, mas tem a tarefa de cuidar de suas próprias coisas, e isso inclui a lavagem de roupas, banheiro e limpeza do quarto, por exemplo. Os portões são fechados às 22 horas, mas caso alguém precisa chegar mais tarde, é só avisar a equipe’’, finaliza Maria de Fátima.

Dentre os andares da Morada São João


‘’Sou da Bahia, vim pra São Paulo em 1972, tentei construir uma família e não deu certo. Com o tempo me encontrei aqui. Não tenho do que reclamar. O serviço é ótimo, todo mundo me trata bem e tenho a liberdade que eu quero’’. Essas são as palavras de determinação de Guilherme Santos, 67 anos, morador do Morada São João há um ano e meio.

Guilherme contou um pouco da sua rotina: ‘’Sou aposentado, então eu saio de manhã, vou ao Parque dom Pedro, volto e fico aqui tranquilo. Me sinto muito bem fazendo minhas coisas, mas um dia pretendo ir embora de vez’’.

Na cadeira ao lado, Silvanira Borges, namorada de Guilherme, conta sua história: ‘’Estou aqui no Morada São João há dois anos e três meses. Eu faço minha caminhada tranquila, volto, realizo as refeições e durmo’’.

Além do casal, muitas outras histórias de vida estão espalhadas no Centro de Acolhida Especial para Idosos Morada São João. Seja no sofá da sala de atividades, nas oficinas de recreação, no refeitório ou nos quartos, cada uma delas carrega consigo a esperança de um futuro repleto de paz, amor, afeto e autonomia.