Wanderley Nunes participa de dia da beleza para dependentes químicos na região da Luz

Por: Assessoria de Comunicação

Domingo (25/6) foi o dia da beleza e da autoestima na unidade do Atende na rua General Couto de Magalhães, bairro da Luz, centro de São Paulo. O cabeleireiro Wanderley Nunes, que cuida da beleza de celebridades como a atriz Claudia Raia e a cantora Sandy, levou uma equipe de 22 profissionais, do Studio W , para cuidar de dependentes químicos atendidos naquele espaço.

Além do Studio W, participaram da mobilização, voluntariamente, a Maletti e as empresas de produtos Beleza na Web e D´Bianco. "Eu sempre estive envolvido em causas sociais, não pra marketing, nada", disse Wanderley, enquanto cortava o cabelo de um usuário. "Tenho uma linguagem igual à deles. Quando eu era moleque, meus amigos eram todos viciados, um foi preso, outro morreu do coração, outro assassinado. Então, eu conheci muito essa turma, pessoas boas, pessoas de família, que se perderam mesmo.Conversamos de igual pra igual, está aí todo mundo me chamando pelo nome, é Wanderley pra cá, Wanderley pra lá."

Anderson Silva, de 33 anos, e a companheira Fabiana Borges, de 34, vivem atualmente na Tenda da assistência social na Rua Helvetia por conta da dependência química de Fabiana. “Nós temos uma casa em Itaquaquecetuba, mas minha esposa quer morar na rua porque é dependente química. Eu não uso drogas, mas eu fico junto e não abandono ela por nada”, afirmou Anderson. O casal também passou por uma transformação no visual pelas mãos de Wanderley.

O cabeleireiro Miro Pereira reencontrou, no Atende, um antigo profissional que trabalhou na mesma época que ele no Jacques Janine, quando ainda eram assistentes, mas que agora, infelizmente, é dependente de crack e mora na rua.

"Eu fiquei emocionado. Assim que nos encontramos, trouxe ele para perto. Falei, vamos lá, vamos lavar cabelo, vamos cuidar dessa gente", conta Miro. "São pessoas que podem ser trazidas de volta para o trabalho. Você vê que dá pra recuperar, pode não ser agora, pode ser amanhã, mas tem de focar na recuperação."

Adriano José Paulino, de 41 anos, foi o cabeleireiro que Miro reencontrou. Paulino contou que é usuário de crack há muitos anos, mas que, de 2015 pra cá, perdeu o controle do vício. “Eu era cabeleireiro até 2015 e morava no centro de acolhida Arsenal da Esperança. Ficava até de madrugada no fluxo e, por conta disso, acabei perdendo o emprego no salão onde trabalhava.”


Além de cortar o cabelo e fazer escova, Adriano aproveitou para relembrar a profissão e fez o seu papel de cabeleireiro. No fim do evento, demonstrou ânimo e interesse para retornar ao mercado de trabalho. As equipes de assistentes sociais irão encaminhá-lo para o processo de capacitação socioemocional, primeira etapa para participar do Programa Trabalho Novo.

Participante ativo da mobilização, o cabeleireiro Hugo Loram contou que já atuou em diversas mobilizações parecidas, entre as quais em um presídio feminino, em Santana, zona norte de São Paulo.

"Eu até relutei em vir, porque eu sei que, quando a gente vem para um lugar assim, acaba colhendo muitas coisas, trazendo muito disso pra gente. Ficamos abalados com a triste realidade do mundo. Estamos lá no nosso meio, na nossa casa e acaba que vivemos numa bolha, sem contato com o que acontece realmente no mundo", analisou Hugo, para quem cuidar da beleza tem poder de "mexer no psicológico" das pessoas. "Às vezes, você faz só uma escova, nada demais e a pessoa sai renovada."