DESS PROMOVE ENCONTRO ANUAL DE INTERLOCUTORES

Evento contou com palestras e relatos de interlocutores e servidores readaptados.

O Departamento de Saúde do Servidor, por meio do Núcleo de Orientação e Apoio Profissional (Noap), da Divisão de Promoção à Saúde, promoveu, no dia 3 de dezembro, o Encontro Anual dos Interlocutores do Noap, realizado na Galeria Cine Olido.

Cerca de 100 interlocutores participaram do Encontro promovido pelo Noap que, em parceria com os interlocutores - que são a ponte entre o servidor readaptado e o DESS - tem buscado garantir a melhor adequação de tarefas aos servidores readaptados, bem como sua inclusão saudável no trabalho. Esta parceria só tem sido possível através de um processo permanente de capacitação, buscando o alinhamento conceitual do trabalho, atualização de rotinas e levantamento de dificuldades, ao longo de todo o ano.

Dr. Edgar Outa, diretor da Divisão de Promoção à Saúde, e Dr. Sérgio Silveira Branco, coordenador do Noap, participaram da abertura do evento e destacaram a importância do trabalho dos interlocutores, que têm o papel de acompanhar o cumprimento do laudo de readaptação, intermediar a relação entre o servidor, a chefia e o DESS; além de orientar o trâmite administrativo de envio ao DESS do processo de revisão, cessação, complementação e acessibilidade.

Dr. Sérgio Silveira Branco falou também do papel do Noap, criado há 11 anos, por meio do decreto 33.803/93, para auxiliar o setor de readaptação funcional. Segundo o coordenador, o DESS, através do Noap, tem o papel de fazer cumprir nas unidades da administração municipal, via laudo de readaptação funcional, que é um documento médico, alterações nas funções exercidas pelo servidor, restringindo o que, do ponto de vista de saúde, o servidor está impossibilitado de fazer, para evitar o agravamento do estado de saúde, sem, contudo, impedí-lo de exercer sua atividade principal.

“Adequamos o servidor ao seu estado de saúde, discutindo ambiente de trabalho e relações interpessoais, tentando proporcionar condições para a manutenção ou melhora do seu quadro de saúde. Espero que este Encontro seja muito proveitoso, que se construam pontes e abram-se caminhos para uma comunicação mais horizontal e clara, com a criação de um canal de comunicação em toda a Prefeitura, pois ninguém trabalha sozinho”, ressaltou Branco.

O Encontro contou com a apresentação do coral da Secretaria Municipal de Saúde – SMS, seguido de palestras com profissionais do DESS e convidados, além de relatos de interlocutores e servidores readaptados.

Na palestra “Uma porta aberta para o desenvolvimento pessoal do servidor” a psicóloga Maria Silvia Chadad Yasmin Fernandes, da Divisão de Promoção à Saúde, falou das relações interpessoais no ambiente de trabalho e da importância do respeito às diferenças entre as pessoas, sobre ética, criatividade autoconhecimento, no contexto da readaptação funcional. “O autoconhecimento é a chave para qualquer mudança e a readaptação funcional pode ser a porta de entrada para o desenvolvimento pessoal do servidor. Ao ajudar o outro a descobrir que sua vida pode ser extraordinária, você se descobre muitas vezes mais extraordinário do que já é”, enfatizou Maria Silvia.

Na palestra “Mediação de conflitos”, Glacilda Pinheiro Corrêa, educadora da UMAPAZ, da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, falou do papel do gestor na mediação de conflitos e da necessidade de adotarmos a Cultura da Paz e a Comunicação Compassiva, ampliando o campo do saber. “Na cultura da paz está a escutatória, o acolhimento, a humanização. Na hora que respeitamos a individualidade do outro estamos construindo uma nova cultura de paz. Cada um de nós tem uma caminhada e nessa caminhada devemos procurar parceiros, buscar o conhecimento do outro para construir o novo. Esse processo é um salto de qualidade”, concluiu Glacilda.

O Encontro contou com relatos de experiências dos interlocutores Elaine Quintino de Lima, da Coordenadoria Regional de Saúde Leste, da Secretaria Municipal de Saúde - SMS; Carmem Silvia Ralo e Borges, da Secretaria Municipal da Educação – SME; e Rosângela Santos Silva, da Guarda Civil Metropolitana - GCM, da Secretaria Municipal de Segurança Urbana - SMSU.

Elaine falou sobre a reinserção do servidor readaptado no ambiente de trabalho e da necessidade de romper com mitos e distorções no processo de readaptação funcional. “Esse processo se dá pelo acolhimento do servidor através da escuta, todas as orientações necessárias, contato com a unidade receptora, encaminhamento e acompanhamento do servidor”.

O resultado positivo desse trabalho foi demonstrado pela servidora Aparecida Helena Fortunato, auxiliar técnico em saúde, da UBS Jd. Nossa Senhora do Carmo, que contou sua experiência como readaptada e atribuiu ao trabalho da interlocutora as condições para que tenha continuado sua vida profissional de maneira digna. “Hoje faço um trabalho diferente, de acordo com a orientação da Elaine, e graças ao carinho com que ela conduziu a minha readaptação funcional com as chefias, sou respeitada e retomei minha condição social. Meu agradecimento é imenso e peço a vocês que não desistam de nós”.

Carmem, diretora de escola, interlocutora há dois anos, apresentou o trabalho realizado na Diretoria Regional de Educação Jaçanã-Tremembé com a criação do Grupo de Orientação Inicial de Readaptados da DRE-JT – GOT que visa orientar o profissional readaptado da Educação no retorno ao trabalho, prestando esclarecimentos sobre essa nova condição do profissional. “Estive readaptada durante um ano e meio e pude perceber a importância da readaptação. Na Educação, enfrentamos alguns problemas porque temos uma legislação específica, principalmente com relação ao professor, o que faz com que tenhamos que procurar novas propostas. Mesmo readaptado, o professor não deixa de ser um educador”.

Rosângela, da GCM, falou sobre a conjuntura atual na Guarda, que tem cerca de 900 servidores readaptados. “Estamos criando funções para adequar essas pessoas e mantemos um setor que trata a saúde do servidor com um olhar mais humanizado. Não podemos desistir nunca de nada, mesmo que as limitações nos tirem algo”, finalizou.

 

Miriam Boffo
Departamento de Saúde do Servidor