O intuito de buscar iniciativas inovadoras em transporte público pelo mundo fez com que autoridades da República das Filipinas visitassem a capital paulista para conhecerem de perto o Expresso Tiradentes, na sexta-feira, dia 11 de abril. No Brasil, as cidades de São Paulo e Curitiba foram escolhidas, assim como cidades do México, Colômbia e Califórnia. A turnê aconteceu em parceria com o Banco Mundial e visa a melhoria da produtividade econômica dos centros urbanos do país.
Estiveram no Brasil um representante da presidência das Filipinas e os prefeitos e secretários de Marikin, Quezon, Paranaque, Pasig e Valenzuela, cidades que compõe a região de maior concentração urbana local, chamada Área Metropolitana de Manila (conhecida como Metro). Para se ter idéia da importância e dimensão da Metro, todo o país possui 80 milhões de habitantes, dos quais 15 milhões se concentram ali, o que requer um planejamento urbano bem estruturado, em que o transporte coletivo e não motorizado seja prioridade. “São Paulo tem um dos melhores sistemas de transporte do mundo e sabemos que temos muito que aprender aqui”, comentou Bayani Fernando, representante da Presidência das Filipinas e da região da Metro Manila, durante a recepção à equipe, feita pelo secretário adjunto de Transportes da Cidade de São Paulo.
Durante o encontro, Bayani entregou ao secretário ajunto um símbolo da precariedade do sistema coletivo do país – uma réplica do coletivo que eles utilizam há mais de 50 anos, desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Trata-se de uma espécie de Jeep de dois andares, capaz de transportar por viagem apenas 20 pessoas na parte debaixo e mais 10 em cima. Além dos coletivos, a região conta com três linhas de VLT, veículo leve sobre trilhos, sendo que mais uma nova linha está em planejamento. “É um bom sistema, mas ocupa uma faixa inteira de carros. O Expresso é interessante porque é elevado, não atrapalha o tráfego”, comentou Sherwin Gatchalian, prefeito da Cidade de Valenzuela, a mais populosa da República das Filipinas.
Primeiro os visitantes foram apresentados ao complexo sistema de transporte de São Paulo, com 15 mil ônibus que circulam em 1.800 km² de malha rodoviária, para atender as 1.300 linhas da cidade e depois visitaram o Centro de Controle Operacional do Expresso. Os olhares impressionados estavam visíveis. Diversas perguntas, sobre custos, design e manutenção da infra-estrutura, foram feitas pelos filipinos, que não esconderam o entusiasmo de verem como todas as linhas e paradas são controladas, em tempo real, pelos operadores. “Fora a beleza arquitetônica do projeto, o conforto e segurança dos passageiros é visível”, comentou Emmanuel Supe, chefe do gabinete de Planejamento da região.
O trajeto entre o Terminal Mercado e o Terminal Sacomã também foi percorrido por todos, com apresentação de Wagner Chagas, gerente regional da SPTrans e a visita terminou com o retorno dos filipinos ao Terminal Mercado. “Ficamos maravilhados com o que vimos e agradecemos à oportunidade de conhecer soluções como esta para melhorarmos nosso sistema de transporte”, finalizou o representante da presidência das Filipinas.