A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) anuncia uma nova fase do projeto Marronzinho na Escola e divulga números inéditos de redução de mortes por atropelamento num período maior, de exatos 12 meses de vigência do Programa de Proteção ao Pedestre (PPP) na capital paulista. O balanço anterior englobava 10 meses de Programa.
Iniciada em fevereiro, em caráter piloto, no bairro paulistano da Lapa (Zona Oeste da cidade), a iniciativa do Marronzinho na Escola já percorreu oito escolas públicas, tendo abrangido cerca de 600 alunos do 5º. Ano do Ensino Fundamental I (antiga 4ª. série). A partir de hoje, 07 de agosto, os operadores da CET ensinarão noções básicas de trânsito seguro a muito mais crianças em sala de aula. A agenda da ação dedicada aos pequenos já tem previstos os seguintes atendimentos:
- CEU Perus (Vila Malvina) – dia 7 de agosto - às 9 e 14 horas;
- CEU Perus (Vila Malvina) - dias 8 e 9 de agosto – às 14 horas;
- EMEF Frederico G. Santos Tenente Aviador (Cachoeirinha) – dias 13 e 14 de agosto – às 8 e 9 horas (2 turmas por dia);
- EMEF Octavio Pereira Lopes (Jaçanã) – dias 22 e 23 de agosto – às 9 e 10 horas (2 turmas por dia);
- Colégio Notre Dame (Sumaré) – dia 27 de agosto – às 9 horas.
Nos encontros com a criançada, marronzinhos coordenam um bate-papo de 50 minutos sobre Trânsito, disseminando valores do Programa de Proteção ao Pedestre junto ao público infanto-juvenil. O projeto começou restrito a escolas públicas da região Lapa/Pinheiros, mas a ideia é que seja ampliado ainda este ano para as zonas Sudeste e Leste da cidade. Ao todo, 241 agentes de trânsito se inscreveram voluntariamente e deverão passar por seleção e preparação nos próximos dias para poder atuar com os jovens estudantes.
Também com a volta às aulas neste segundo semestre de 2012, outra medida educativa em curso é a atuação de mímicos. Os atores se apresentam na porta de algumas escolas com maior impacto no sistema viário, nos horários de entrada e saída das turmas, orientando sobre a importância de se procurar a faixa de segurança ao atravessar uma via. Eles passam, através dos gestos, orientações de respeito ao semáforo, abordam os pais que param irregularmente em fila dupla e os alertam quão necessário é prevenir a segurança das crianças.
Em relação às estatísticas mais recentes de redução de mortes por atropelamento, os números revelam queda de 40% na 1ª. Zona de Máxima Proteção ao Pedestre (ZMPP) Centro/Paulista e de 10,7% no município de São Paulo, entre 11 de maio de 2011 e 10 de maio de 2012 comparados com o mesmo período anterior. Foram 24 mortes de pedestres na área central ante 40 no período anterior.
Gráfico 1: Mortes de pedestres na ZMPP – Área Central
Evolução para o período de 11 de maio a 10 de maio do ano seguinte
Em relação ao Município, os dados apontam uma queda de 10,7% na quantidade de mortes por atropelamentos de 11 de maio de 2011 a 10 de maio de 2012.
Gráfico 2: Mortes de pedestres no Município de São Paulo
Evolução para o período de 11 de maio a 10 de maio do ano seguinte
Esses resultados confirmam a tendência de diminuição na soma dos óbitos de pedestres, corroborando o êxito do Programa empreendido pela Administração Municipal para marcar o advento da Década de Ação para a Segurança Viária estabelecida pela Assembleia Geral da ONU. Todas as análises fazem comparações com épocas anteriores ao lançamento da Campanha e usam a mesma metodologia: o cruzamento de dados de mortes com base nas anotações registradas pelo Instituto Médico Legal (IML) e boletins de ocorrência de acidentes de trânsito cadastrados pela Polícia Civil.
O levantamento revela também uma redução de 34,3% no número de atropelamentos na ZMPP da Área Central. Foram 424 atropelamentos registrados nessa região de 11 de maio de 2011 a 10 de maio de 2012 ante 645 no período anterior.
Gráfico 3: Atropelamentos na ZMPP –Área Central
Evolução para o período de 11 de maio a 10 de maio do ano seguinte
O objetivo do Programa de Proteção ao Pedestre é reduzir drasticamente o número de mortes por atropelamentos no município de São Paulo. Para tanto, busca-se uma mudança de comportamento de todos os atores do trânsito com relação ao respeito à faixa de segurança e prioridade à vida. Esse objetivo consiste, na sua essência, num processo contínuo de Educação para o Trânsito e Cidadania. É evidente que isso demanda tempo e requer atenção redobrada de todos os que circulam pelas ruas da capital paulista, seja por meio de veículos motorizados, bicicletas ou a pé.
A mudança conceitual tem surtido efeito, pois a quantidade de atropelamentos em São Paulo vem diminuindo gradativamente ano após ano: entre 11 de maio de 2011 e 10 de maio de 2012, ocorreram 6.632 atropelamentos no município ante 7.132 na época anterior. Uma redução de 7%.
Gráfico 4: Atropelamentos no Município de São Paulo
Evolução para o período de 11 de maio a 10 de maio do ano seguinte
Vale lembrar que o PPP segue estruturado no trabalho educacional com a presença de orientadores de travessia posicionados nas vias mais movimentadas e em eixos mais distantes do centro da Cidade, em corredores de ônibus e na ação especial de orientação desenvolvida dentro da USP.
Fiscalização intensiva
Em 11 meses de fiscalização intensiva, ou seja, de 8 de agosto de 2011 até 31 de julho de 2012, já foram contabilizadas 263.196 autuações relativas a infrações de desrespeito à preferência do pedestre no trânsito.
Os enquadramentos dispostos neste balanço são:
- 584-33: Deixar de indicar com gesto/Luz indicativa a mudança de direção (seta). Multa grave, R$ 127,69 e 5 pontos na CNH.
- 605-01: Avanço de semáforo vermelho. Multa gravíssima, R$ 191,54 e 7 pontos na CNH.
- 616-50: Deixar de dar preferência ao pedestre em via transversal. Multa grave, R$ 127,69 e 5 pontos na CNH.
- 612-20: Deixar de dar preferência ao pedestre na faixa a ele destinada. Multa gravíssima, R$ 191,54 e 7 pontos na CNH.
- 567-31: Parar sobre a Faixa de Pedestre. Multa média, R$ 85,13 e 4 pontos na CNH.
- 613-00: Deixar de dar preferência ao pedestre que não tenha concluído a travessia. Multa gravíssima, R$ 191,54 e 7 pontos na CNH.
Gráfico 5: Multas de desrespeito ao pedestre
Evolução para o período de 08/08/11 a 31/07/12
Outras pesquisas apontam: ampliação do uso do Gesto do Pedestre e do respeito à travessia
A fim de acompanhar o desempenho do PPP, a CET realiza pesquisas frequentes de redução de mortes/atropelamentos, de respeito ao direito de travessia do pedestre e de comportamento dos usuários do trânsito em geral. O trabalho analítico serve de base para o planejamento de novas ações, mais focadas nas necessidades pontuais percebidas nas ruas.
Conforme pesquisa de opinião feita entre 18 e 29 de junho com 429 pedestres e 423 condutores em sete cruzamentos da cidade, o gesto do pedestre vem sendo assimilado gradualmente pela população: 17% dos pedestres que afirmaram, na sondagem anterior (de novembro/2011), “nunca” terem feito o gesto passaram a adotá-lo.
Gráfico 6: Assimilação gradual de utilização do Gesto do Pedestre
O levantamento foi obtido nos cruzamentos onde houve ação educativa com o Homem-Faixa e orientadores de travessia, a saber:
- Rua Augusta x Rua Antônio Carlos
- Viaduto Nove de Julho x Rua Major Quedinho
- Rua Conselheiro Carrão x Rua 13 de Maio
- Rua Benjamin Constant x Rua Quintino Bocaiúva
- Rua Riachuelo x Rua Quintino Bocaiúva
- Rua Bráulio Gomes x Rua Sete de Abril
- Largo do Paissandu x Rua Capitão Salomão
Em suma, o estudo sobre o uso do gesto do pedestre demonstrou que a maioria dos pedestres e motoristas entrevistados sabe que o pedestre pode fazer o gesto para sinalizar a sua vontade de atravessar. O quadro abaixo revela como esse conhecimento cresceu nos últimos tempos:
Desde o início do PPP, é o maior percentual já alcançado de conhecimento pelos pedestres em relação ao uso facultativo do gesto criado para auxiliá-los a expressar seu desejo de atravessar.
Ainda de acordo com a enquete, 91,1% dos pedestres e 94,5% dos condutores ouvidos julgam importante o gesto do pedestre como recurso para sinalização de travessia. Apesar disso, dentre os motivos alegados pelos pedestres para não fazerem o gesto, foram citadas a insegurança quanto à atitude do condutor e a própria falta de hábito.
Na primeira pesquisa, a de novembro/11, 32,5% dos pedestres diziam desconhecer o gesto; nesta última análise, foram apenas 7,7%. Antes, 55,6% (dos transeuntes) diziam se sentir inseguros sobre a atitude do condutor; agora, esse percentual diminuiu para 36,7%.
Em contrapartida, alternativas como “falta de hábito” e “timidez ou vergonha” na hora de estender o braço subiram para 26,4% e 16%, respectivamente. Esses resultados apontam uma evolução na assimilação do uso do gesto do pedestre: num primeiro momento, houve, como era de se esperar, o desconhecimento, a desconfiança, mas, gradativamente, o pedestre começa a tomar conhecimento e decidir se quer fazer ou não o gesto.
Medição do respeito à preferência do pedestre
Num outro levantamento concluído no final de abril e divulgado em maio, quando do aniversário de um ano do PPP, a CET já tinha detectado que o respeito do condutor à prioridade de travessia do pedestre em faixas de segurança sem semáforo aumentara 16% em 12 meses de Campanha e que o motorista acionava a seta para sinalizar sua conversão 8% a mais do que no início do Programa.
Usando os mesmos objetos de pesquisa – medir o grau de respeito à preferência do pedestre na travessia de faixa sem semáforo bem como a frequência de acionamento da seta nos movimentos de conversão veicular, a CET foi a campo mais uma vez, no último mês de julho, mas, nesta nova sondagem, ampliou sua área de observação coletando informações de seis interseções, sendo quatro no Centro, uma dentro e a outra fora do chamado Minianel Viário. Os cruzamentos medidos foram:
- Avenida Marquês de São Vicente x Rua Joaquim Manoel de Macedo – Barra Funda (dentro do Minianel Viário)
- Rua Guilherme Barbosa de Melo x Rua Sansão Alves dos Santos – Brooklin (fora do Minianel Viário)
- Rua Quintino Bocaiúva x Rua Senador Feijó (Centro)
- Rua Álvaro de Carvalho x Rua João Adolfo (Centro)
- Rua Maria Paula X Rua Francisca Miquelina (Centro)
- Rua Quintino Bocaiúva x Rua Riachuelo (Centro)
Fundamentada em instrumentos complementares de contagem objetiva e entrevistas qualitativas, a análise identificou que atualmente a média de respeito do condutor à travessia do pedestre gira em torno de 30,5%.
Uma nova conclusão é que quando o cruzamento apresentou um maior grau de respeito também teve um índice menor de utilização da seta. Isso talvez ocorra porque o motorista julga que, sinalizando uma conversão, já alertou a todos de que pretende virar e, por isso, estaria “desobrigado” de aguardar o pedestre atravessar.
Em síntese, nota-se que o respeito ao pedestre e a utilização da seta vêm subindo e estão definidos, sobretudo, pelo contexto e pelo ambiente em que estão inseridos o cruzamento e a faixa de pedestres. É um conjunto de fatores e características próprios de cada cruzamento e de cada faixa que está determinando a atitude de muitos condutores.
Além disso, outro dado interessante é que a percepção do pedestre de que está sendo respeitado em seu direito de atravessar é estatisticamente maior do que o respeito medido por meio de contagens objetivas:
Esta percepção de que o pedestre tem de ser respeitado é 10,78% maior do que o último levantamento realizado em fevereiro de 2012, quando a medição apontou uma percepção de 32,5%.
Isso pode indicar que o pedestre reconhece o efeito positivo do PPP, ou seja, ele entende que a Campanha alcança sua finalidade de priorizar sua preferência no trânsito e que muitos motoristas já se comprometeram, além do respeito às leis de trânsito, com o respeito à vida.
Departamento de Imprensa - CET
Siga-nos:
@cetsp_