Táxis em corredores de ônibus e ampliação do Rodízio pautam reunião do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito

Estudos técnicos da CET e Sptrans foram apresentados aos conselheiros, representantes dos taxistas, Ministério Público Estadual e especialistas

A interferência de táxis em corredores de ônibus, à esquerda das vias, e a ampliação da área do rodízio municipal foram os temas debatidos no quinto encontro do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito (CMTT) ocorrido na manhã de hoje (15), no auditório da Biblioteca Municipal Mário de Andrade. Estudos dos dois assuntos foram apresentados para discussão.

A questão dos táxis envolve a avaliação se estes veículos devem permanecer circulando ou não nos corredores. A Portaria SMT nº 148/12 autoriza esse tráfego. Os estudos a respeito, produzido pela CET, Sptrans e por uma empresa de consultoria em trânsito e transporte independente, utilizou microssimuladores e chegaram a resultados muito parecidos. A conclusão é de que os táxis, ao trafegarem pelos corredores exclusivos impactam negativamente sobre a velocidade média dos ônibus.

A proposta de ampliação do Rodízio Municipal de Veículos já havia sido apresentada pela SMT na semana passada em coletiva de imprensa: ela prevê que o Rodízio seja ampliado para as vias arteriais existentes fora do Minianel Viário, conhecido como Centro Expandido, abrangendo um raio de 371 Km de vias em 35 eixos. A ideia é manter o Rodízio no formato atual, com dois finais de placa restritos no Minianel, estendendo geograficamente a sua vigência.

Para tanto, será necessário debater a medida com a sociedade e providenciar sinalizações nas vias a serem incluídas no novo modelo de Rodízio. Numa estimativa preliminar da CET, seriam necessárias 6.366 placas de trânsito (de Advertência, Regulamentação e Educativas) e 1.760 m2 de sinalização horizontal.

Para ambos os casos, o secretário municipal de transportes, Jilmar Tatto, argumentou é necessário um tempo de discussão com todos os setores interessados a fim de encontrar a melhor solução. “Vamos decidir sempre pelo que for melhor para a Coletividade, respaldado por argumentos técnicos sólidos que não podem simplesmente ser desqualificados”, afirmou Tatto, sobre a questão dos táxis.

Participaram da plenária o promotor de Habitação e Urbanismo, Maurício Antonio Ribeiro Lopes, que solicitou a realização do estudo sobre os corredores; a representante da União Estadual dos Estudantes, Carina Vitral; o presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo, Natalício Bezerra; 39 conselheiros, representantes dos taxistas e especialistas em mobilidade urbana.

O auditório da Mário de Andrade recebeu um grande número de pessoas na quinta reunião do Conselho
Detalhamento do estudo dos táxis

A análise feita pela CET, por exemplo, revela que no Corredor Rebouças, entre as avenidas Brigadeiro Faria Lima e Dr. Arnaldo, sem os táxis circulando na área exclusiva, os ônibus municipais teriam um ganho de 25,3% na velocidade média em direção ao Centro e de 19% no sentido Bairro.

No Corredor da Av. 9 de Julho, entre a Rua Groenlândia e a Alameda Itu, sem os táxis, os ônibus teriam melhoria de 9,1% na velocidade média desenvolvida no sentido Centro e de 34,8% rumo ao Bairro, passando dos atuais 13,2 km/h para 17,8 km/h.

Principais conclusões do estudo dos táxis:

A velocidade comercial dos ônibus nos corredores está abaixo do valor projetado, resultado, dentre outros fatores, da quantidade de táxis na faixa, gerando morosidade no sistema de transporte público coletivo de passageiros;
O constante movimento de entrada e saída dos demais veículos privados e o grande volume de ônibus intermunicipais na faixa exclusiva acarretam lentidão na fluidez desta e das demais faixas da via;
Os passageiros de transporte individual por táxi são 1% dos passageiros que trafegam nos corredores, impactando negativamente os usuários do transporte público coletivo, que representam 99%;
As três micro simulações feitas, cada qual com suas especificidades técnicas, levam à mesma conclusão: da existência de um aumento substancial da velocidade comercial dos ônibus e de redução do tempo de viagem dos usuários do transporte público coletivo caso os corredores só pudessem ser utilizados por ônibus.

Assessoria de Imprensa da SMT

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