Sônia Azambuja

“A Biblioteca Municipal foi uma coisa muito importante, porque havia ali uma espécie de Paideia.”

Sônia Azambuja chegou em São Paulo aos seis anos de idade, vinda do interior do Mato Grosso. Seus pais sempre lhe estimularam o gosto pela leitura e lhe mostraram o valor dos estudos. Durante o colégio, entre 1952 e 1957, frequentou a Mário de Andrade para ler livros de literatura, filosofia e se preparar para o vestibular da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo.

O contato com a Mário de Andrade foi uma revelação: “uma espécie de Paidéia, uma formação maravilhosa, no sentido que eu entendo a Paidéia: um lugar público, em que você estuda, mas em que você se diverte também”. Sobre esse período, Sônia Azambuja reforça que se lembra da Biblioteca como um espaço democrático, com frequentadores de diferentes classes sociais, que procuravam discutir sobre os estudos e fazer debates políticos, nunca passando pelo critério do poder aquisitivo.

Durante a especialização em psicologia, aproxima-se da psicanálise e, através dos seus professores, inicia a formação na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, da qual se tornou membro como analista didata. Participa também do conselho consultivo da Revista IDE – Psicanálise e Cultura, publicação semestral da Sociedade.

Para Sônia Azambuja, a revitalização da Mário de Andrade e a defesa dos espaços da cidade é essencial: “Eu acho que as pessoas só se desenvolvem no coletivo, no espaço público. Há muita necessidade de sair das casas para o coletivo, do desenvolvimento da praça, da Ágora; que tem esse sentido de fecundar as pessoas, de troca. Sozinho, na sua casa, você não se desenvolve. Essa situação de transfiguração só é possível no espaço público.”

 
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Sinopse

Chegada a São Paulo Primeiras leituras Convívio na BMA A atual falta de espaços coletivos de convívio São Paulo ainda sem carros A Faculdade de Filosofia Primeiro contato com a psicanálise Os fundadores da Sociedade de Psicanálise Amálgama cultural da cidade Ressignificação dos espaços e da leitura O incêndio na Maria Antonia Mudança da USP para a Cidade Universitária A cidade racionalmente pensada versus a cidade como demanda das pessoas A constituição humana da cidade Os diversos mapas da cidade Os bairros acampamentos A vocação cultural da cidade Lembranças da infância em Mato Grosso Vida familiar na origem do gosto pela leitura Reconhecimento da vocação para a psicanálise Ambiente cultural na Maria Antonia Ascendência na Península Ibérica Cultura familiar laica Clima de medo nos anos de repressão Ponte entre o social e o trabalho clínico A Revista Ide O psicanalista enquanto leitor do seu tempo O processo psicanalítico e a linguagem A sensibilidade para as questões presentes Leituras atuais Sugestões para a revitalização da Biblioteca

 
Mapa afetivo de São Paulo

Barão de Itapetininga
Bom Retiro Brás Campos Elíseos Estação da Luz Galeria Metrópole Ibirapuera Rua Antonio Carlos Rua Araújo Rua Augusta Rua da Consolação Rua General Jardim Rua Maria Antonia Rua Sabará Rua Sete de Abril Vila Mariana


Expectativas e direções para a BMA

- Palestras, conferências, eventos;
- Jornadas temáticas;
- Criar um clima de pensamento vivo;
- Atrair as pessoas para o convívio no espaço coletivo.


Ficha Técnica

data 16/04/2008 duração 120 minutos mídia 1 DVD transcrição 35 páginas / formato PDF local residência do depoente interlocução Daisy Perelmutter pesquisa Ana Elisa Antunes Viviani / Daisy Perelmutter/ Marcela De Paolis edição audiovisual Sérgio Teichner; edição de texto Suely Farah revisão e formatação Edélcio Lavandosk / Jackeline Walendy / Luana Vieira de Siqueira