Cyro del Nero e Mauro Rubens de Barros

“A Biblioteca Mário de Andrade foi o centro cultural de muitos jovens.” - Mauro Rubens de Barros

Cyro Del Nero considera a Biblioteca Mário de Andrade, especialmente a Seção de Arte, uma faculdade; fundamental para sua formação como ilustrador, cenógrafo de teatro e televisão, diretor de arte e cinema e professor.

Em 1961, ao receber o prêmio de melhor cenógrafo, na VI Bienal de São Paulo, a primeira coisa que disse foi: “Eu devo tudo à Biblioteca Mário de Andrade”.

Junto com Manoel Carlos, Maurício Tragtenberg, Perseu Abramo, Flávio Rangel e outros jovens integrou o grupo “Adoradores de Minerva”, que se encontrava ao redor da estátua A Leitura, no saguão da Biblioteca. Sobre esses encontros, Cyro nos conta: “a troca de ideias era a nossa aula. Nós roubávamos do outro toda e qualquer experiência, chegávamos a ponto de ter a impressão de que a experiência era nossa.”.

Mauro Rubens de Barros considera que, para os jovens da sua geração, moradores de São Paulo, a Mário de Andrade foi um “epicentro cultural”, onde era possível desenvolver e aperfeiçoar sua formação; além da possibilidade de conviver com artistas e intelectuais.

No auditório da Biblioteca, em 1956, concebeu o “Movimento de Revisão”; promovendo discussões que almejavam rever toda a cultura brasileira. “Havia uma inquietação muito profunda, uma efervescência e uma ambição desmedida em fazer uma revisão do teatro, da literatura.”

Mauro Rubens acredita que em decorrência da sua atuação no “Movimento” foi alçado como delegado brasileiro no Congresso Mundial da Paz, em Moscou, em 1962.

Nos anos seguintes esteve envolvido em diversas atividades profissionais como jornalista e consultor, até que, em 1988, se reaproxima da Mário de Andrade como presidente da primeira Associação de Amigos da Biblioteca, que funcionou entre 1988 e 1995. Para Mauro Rubens “a Associação tinha por bandeira fazer as reivindicações em defesa do patrimônio, do aperfeiçoamento cultural e da melhoria da Biblioteca”.

 
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Sinopse

Panorama da cidade de São Paulo e da BMA na década de 1950 Seção de Arte, presença e trabalho de Sérgio Milliet Fundação e papel modernizador da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo Maurício Tragtenberg e Perseu Abramo: emblemas de uma geração formada na BMA Grupo “Adoradores da Estátua”, poetas e frequentadores da Biblioteca Encontro com William Faulkner Primeira peça teatro de Cyro Del Nero “Movimento de Revisão” Afastamentos da BMA Formação da Associação de Amigos da Biblioteca Mário de Andrade (1988) Relação com funcionários da BMA Diálogo entre gerações, perda de utopias Atuação em 1964: ajuda a perseguidos e torturados Processo de revitalização da BMA


Mapa afetivo de São Paulo

Brás
Bar Barba Azul Bar Harmonia ↔ Bar Leco Bar Mirim Barzinho do Museu de Arte Moderna de São Paulo na Rua Sete de Abril Barzinho do Theatro Municipal Clubinho dos Artistas Discoteca Municipal Livraria Agir Pari Bar


Expectativas e direções para a BMA

- Tornar a BMA um centro de pesquisa mais especializada;
- Tornar a BMA depositária dos livros publicados no Estado de São Paulo;
- Atualizar o acervo;
- Buscar verbas e mobilização pública através da Associação de Amigos;
- Novas gerações na Associação de Amigos da Biblioteca;
- Nova imagem da Biblioteca para congregar uma universalidade de interesses;
- Buscar a fidelização de grupos frequentadores.


Ficha Técnica

data 25/07/2006 duração 134 minutos mídia 1 DVD / 1 miniDV transcrição 48 páginas / formato PDF local Auditório da Biblioteca Mário de Andrade interlocução Daisy Perelmutter pesquisa Daisy Perelmutter / Maria Carolina de Ré / Mariana Cordeiro Serra / Alexandre Nakamura direção audiovisual Sérgio Teichner edição de texto Suely Farah revisão e formatação Edélcio Lavandosk / Jackeline Walendy / Luana Vieira de Siqueira