Exposição fotográfica A São Paulo de German Lorca

German Lorca, pertence à geração de grandes nomes da fotografia como Geraldo de Barros, B. J. Duarte, Thomas Farkas, Fernando Lemos. Nascido em 1922, filho de imigrantes espanhóis, se forma como contador, em 1940. Logo a seguir, adquire sua primeira câmera fotográfica, começando cedo a exercitar seu olhar, documentando cenas familiares e a vida urbana.

Seu ingresso, em 1948, no Foto Cine Clube Bandeirante, o grande polo de difusão da fotografia moderna na cidade de São Paulo, e a convivência com seus integrantes, o levam à decisão de se profissionalizar como fotógrafo. Atua, então, como free lancer e dedica-se simultaneamente a experimentações fotográficas e o componente subjetivo - que se pode reconhecer mesmo como afetivo - passa a se evidenciar em sua obra nos inúmeros registros da cidade de São Paulo.

Autor de grandes fotorreportagens, notadamente quando documentou a visita de Nelson Rockefeller ao Brasil, mais, especialmente nesse domínio, se destacou com seu registro de inauguração da Catedral da Sé e o desfile cívico no Anhangabaú, celebrando as festividades do IV Centenário de São Paulo, em 1954.

Mantém até hoje o Estúdio Lorca, criado na década de 1950, e ainda figura como um dos mais prestigiados fotógrafos do meio publicitário. Inúmeros são os  prêmios conquistados, exposições individuais e coletivas, bem como fotos em acervos. Este é o primeiro livro dedicado integralmente à obra de German Lorca, que reúne simultaneamente história e fotografia.

O fotógrafo escolheu para seu livro inaugural, em preto e branco, fotos de São Paulo, de seus habitantes, de tipos que constroem o cotidiano urbano. Ele documentou revoltas populares que, ironicamente, nos remetem aos protestos atuais, como o bonde incendiado contra o aumento das tarifas em 1947, além de personagens à procura de emprego. Lorca empenhou-se ainda no registro da evolução da metrópole paulistana desde o final da década de 1940 até o início do século 20.

Ele costuma afirmar que o ofício da fotografia requer do profissional sensibilidade para perceber e aproveitar situações oportunas, e eventualmente habilidade para “fazer acontecer”, tema desenvolvido em recente exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Suas obras integram coleções no Banco Itaú, Museu de Arte Moderna, Museu de Arte de São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo e Casa da Imagem de São Paulo.

Como afirma o professor Martins “Lorca é sem dúvida o fotógrafo que melhor traduziu a cidade na imagem fotográfica [...]. Ele viu o que outros não viram, na apaixonada intimidade que, desde o berço, o liga a São Paulo ao longo de seus belos e vívidos 90 anos.”


Dias: de 23 a 28 de setembro
Horário: das 10h às 17h

Local: Terraço da Biblioteca Mário de Andrade - 3 andar.
Entrada gratuita.