Indicações da equipe- Resenhas de Fevereiro

#Márioindica O mundo pós-aniversário, de Lionel Shriver

Capa em tons branco e azul na qual há duas mulheres sentadas de costas uma para outra apoiando o braço sobre uma mesa e com uma das mãos no rosto. As duas vestem vestidos de alça na cor azul claro e olham para uma janela. Na parte superior, está escrito Lionel Shriver em preto e mais abaixo em azul, o título O mundo pós-aniversário.

 

 

 

 

 

 

O mundo pós-aniversário é um livro sobre o desgaste de relacionamentos, o desinteresse natural que acompanha um namoro de muitos anos. Trata também de convenções sociais londrinas, as minúcias que permeiam o convívio entre amigos e os parceiros desses amigos. É um livro sobre ambições profissionais e como o trabalho de uma pessoa lhe confere maneiras específicas de entender o mundo. Talvez antes de tudo isso, seja um livro sobre tomar decisões e conviver com suas consequências, sendo boas ou ruins.
O primeiro capítulo do livro descreve o jantar de Irina McGovern e seu parceiro com um casal de amigos, Jude Hartford e Ramsey Acton. O ponto crucial para Irina é quando ela percebe que tem um enorme desejo de beijar Ramsey e o livro abre espaço para discussões sobre fidelidade e atração.
Lionel Shriver escreve um romance com delicadeza e sensualidade, ela não idealiza nem o confortável namoro de longa duração nem a paixão recente e empolgante. O leitor fica facilmente ávido pelo desfecho e se ocupa de várias reflexões durante a leitura sobre os resultados de nossas escolhas.

 #Márioindica A Janela de esquina do meu primo, de E.T.A Hoffmann

Capa com ilustração de parte de construção antiga na cor marrom, logo atrás, formas que se assemelham à dunas. Acima, pés, rosto e pernas de diferentes figuras. Sobre uma destas figuras, dentro de um quadrado azul, está escrito em branco com letras garrafais, o nome do autor e o título.

 

 

 

 

 

Este livro descreve a conversa de dois homens que olham, pela janela do apartamento de um deles, o que se passa na praça Gendarmenmarkt, em Berlim. O narrador e seu primo, um escritor paralítico, debruçados sobre tal janela, observam atentamente uma feira que se desenrola, conseguindo descrever o que veem e o que imaginam. Nós leitores conseguimos visualizar com clareza todos os acontecimentos detalhados do que é narrado – as barracas de feira, o estado das roupas dos clientes, as flores, os cestos de comida, os rostos, os gestos e até supor os sentimentos das pessoas vistas.
Este é um daqueles livros para se ler em um dia e conhecer a visão de E.T.A Hoffmann sobre a moderna sociedade burguesa alemã.

#Márioindica Maus, de Art Spiegelman

livro em capa preta com ilustração de um círculo branco com uma suástica estilizada com o rosto de um gato. Mais abaixo, desenho de dois ratos, ambos olham para frente, o da esquerda, de casaco azul, está com a mão no ombro do da direita, de blusa laranja. O título está na parte superior escrito em vermelho com letras garrafais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Maus é um quadrinho autobiográfico que narra a história de sobrevivência dos pais do autor durante o holocausto. A HQ possui um diferencial sobre os papéis dos personagens, que são relacionados com animais. Os judeus são ratos, nazistas são gatos, poloneses porcos e os americanos são cachorros. Relacionar os personagens com animais é significativo para demonstrar de forma visual a hierarquia de poder. O autor tem delicadeza em seus detalhes à medida que demonstra como coletou as histórias, durante conversas gravadas com o pai e trata da relação deles, da personalidade de seu pai, com defeitos e virtudes, independentemente do que lhe havia ocorrido.
A história dos pais de Art é narrada apenas pelo pai pois sua mãe cometera suicídio em decorrência da depressão pós-guerra. É uma história obviamente trágica, porém com uma linguagem fluida, demonstrando, não só o preconceito vivido por eles, mas também o poder aquisitivo que possuíam em uma nação que estava pobre no momento da guerra.

 #Marioindica 3096 dias, de Natascha Kampusch

Capa de fundo branco com foto do rosto de Natascha Kampusch do lado direito. Ela é loira e tem olhos claros. Abaixo, do lado esquerdo, o título em cinza seguido pelo nome da autora em vermelho com letras garrafais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O livro relata a história de uma menina que foi raptada e passou 3096 dias (1998 a 2006) com o sequestrador.
Ela começa narrando o último dia de sua vida antes do sequestro, por ironia, neste dia ela estava triste e com raiva da mãe, e quando se vê trancafiada em um quarto, percebe como amava sua família e queria aquele dia de volta, mas sem a raiva que sentiu.
3.096 dias é o relato de uma menina que conheceu de perto o inferno, mas não só escapou como ainda manteve sua sanidade mental. Provavelmente ela ainda carrega as cicatrizes na alma e no corpo, mas depois de ler o livro, fica claro que se existe alguém preparada para viver neste mundo, é Natascha Kampusch.