Indicações da equipe- Resenhas de Março

 #Márioindica Enclausurado, de Ian McEwan

Capa preta com desenho de papéis amassados com escritos em preto. Sobre a figura está o título do livro em preto, acima dela o nome do autor e embaixo seu sobrenome, ambos em vermelho.

 

 

 

 

 

 

Ao descobrir que o livro Enclausurado é narrado por um feto, talvez o leitor estranhe. Mas esse estranhamento deve gerar curiosidade e aguçar a vontade de ler o livro, e não afastá-lo. Porque essa é uma narrativa cheia de experiências por uma perspectiva única, repleta de opiniões críticas e dotada de uma criatividade que Ian McEwan já provou possuir inúmeras vezes.
O feto em questão está numa das posições mais conhecidas na literatura mundial: ele é um tipo de Hamlet, preso entre o caso amoroso da mãe e do tio, que conspiram para matar seu pai. Apesar de ser semelhante a um dos maiores clássicos ingleses, a leitura não fica em momento algum previsível, pelo contrário, as emoções intensas do feto nos deixa apreensivos para ler o desdobramento dessa história.
Enclausurado é um livro cujo narrador está no útero e não pode enxergar, mas somos oferecidos a um mundo de reconhecimento de sabores e de escuta atenta ao seu redor, além de devaneios e imagens evocadas pelas ideias do bebê. Mesmo com movimentos restritos, sua própria existência é uma participação ativa da história.

 #Márioindica O que eu amava, de Siri Hustvedt

 A capa do livro é uma reprodução do quadro Copo d’água e bule de café de Jean Siméon Chardin. Possui fundo em tons de marrom na qual um bule vermelho, um copo de água, três cabeças de alho e ramos com folhas estão sobre superfície que aparenta ser de madeira. Acima da reprodução está o título e abaixo, o nome da autora, ambos na cor branca

 

 

 

 

 

O livro conta sobre a vida de Leo Hertzberg, um historiador da arte que narra os acontecimentos vividos por ele 25 anos atrás. Sua história se entrelaça com a do amigo William Wechsler, que é um pintor de obras que intrigam Leo desde a primeira vez que ele entra em contato com elas. Os envolvimentos amorosos, problemas familiares e desdobramentos profissionais dos dois compõem o ritmo do livro, numa riqueza de detalhes que nunca passam despercebidos aos olhos do protagonista.
A habilidade de Hustvedt de pintar o cenário artístico de Nova York se mostra impressionante, e assistir os personagens ganharem maturidade e serem moldados de acordo com os eventos de suas vidas, torna o livro de uma leitura que vale a pena ser feita por qualquer pessoa que se interesse pelos debates sobre arte contemporânea, os limites do amor romântico e paterno e, principalmente, que se sensibilize com uma nostalgia delicada que passa a percorrer nossos dias

#Márioindica A senhora da Magia, de Marion Zimmer

Capa de fundo lilás com ilustração de uma mulher vestida de marrom que segura uma grande espada, ela está montada em um cavalo branco. Na parte superior, o título em roxo e ao lado, uma espada indicando que esse é o livro 1 da série.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A série “As Brumas de Avalon” conta a história da lenda do Rei Arthur, só que a partir da perspectiva de mulheres. Nesse primeiro volume, conhecemos a vida de Igraine, uma jovem pagã que foi forçada a se casar com o cristão Gorlois, com quem teve uma filha, Morgana. Tudo muda com o aparecimento de sua irmã Viviane (sacerdotisa do reino de Avalon) e Merlin, que lhe revelam um futuro muito diferente do planejado.
O restante do livro é centrado em Morgana, quando criança é levada por sua tia Viviane para se formar como sacerdotisa da Deusa em Avalon. Durante sua estadia no reino, Viviane tem visões nas quias mudam também o destino de Morgana. Depois, somos apresentados a alguns personagens-chave da história, como Lancelote.

#Márioindica Bartleby, o escrivão, de Herman Melville

Capa de fundo em tons de verde, cinza  e bege. O título e nome do autor estão centralizados dentro de um quadrado,

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Prefiro não fazer". Qual seria a reação do chefe que recebesse essa resposta? E se, repetida a ordem, escutasse de novo "prefiro não fazer"? Demissão na certa, correto?
Não é o caso desse conto de 1856, precursor da literatura absurdista e que provavelmente inspirou a obra de Kafka. Bartleby, o copista de Wallstreet que "prefere não fazer", não só evita que seu chefe lhe demita (por generosidade ou curiosidade? empatia ou negligência?), como vai cada vez preferindo fazer menos coisas.
As motivações de Bartleby (e do narrador) resistiram a uma quantidade infinita de reduções interpretativas e continuam inspirando teses de leitores no mundo todo - há dezenas publicadas mesmo entre os grandes, cada uma tentando encaixar sua leitura sobre outras possíveis. Pra quem gosta de análise literária (ou se diverte com as liberdades que estudiosos se permitem ao realizá-la) essa obra é um prato cheio!

#Márioindica Solaris, de Stanislaw Lem

Capa de fundo branco com manchas amarelas que se assemelham a um círculo. O título e o nome do autor estão no centro, sobre o círculo, na cor preta com letras estilizadas por formas geométricas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Solaris é um clássico da ficção-científica, foi escrito por um polonês e adaptado para o cinema três vezes, sendo uma pelo diretor russo Andrei Tarkovsky.
A obra traz uma nova abordagem para os mistérios que rondam o universo, a partir da narrativa do cientista Kris Kelvin, conhecemos o planeta Solaris e os estudos acerca do oceano vivo, ao passo que estranhas aparições assombram os tripulantes da nave.
A trama traz relfexões sobre memória e o desconhecido, com sensibilidade ao mesmo tempo que cria uma tensão e mantém o leitor interessado nos acontecimentos da narrativa. Solaris é uma boa pedida tanto para fãs de ficção-científica quanto para os que desejam explorar mais o gênero literário.

"O homem saiu para encontrar outros mundos, outras civilizações, sem saber nada sobre seus próprios recessos, ruas sem saída, poços e portas bloqueadas e escuras"

#Márioindica Passarinha, de Kathryn Erskine

Capa com imagem de um cesto na cor creme, dentro dele há uma menina em posição fetal. Ela veste calça, camisa de manga longa e possui cabelo claro, a sua imagem está em preto e branco. Na parte superior, o título em amarelo dourado, mais abaixo, numa parte do cesto, o nome da autora em preto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alguns livros aparecem em nossa frente e nos chama para dentro, para tentar entender o que ele quer nos transmitir. O livro a Passarinha nos faz compreender melhor o Autismo, e como os sentimentos podem nos ajudar ou nos destruir. Livro tocante, profundo, que nos permite conhecer um universo distinto.

“No mundo de Caitlin tudo é preto ou branco. As coisas são boas ou más. Qualquer coisa no meio do caminho é confuso. Essa é a máxima que o irmão mais velho de Caitlin sempre repetiu. Mas agora Devon está morto e o pai não está ajudando em nada. Caitlin quer acabar com isso, mas como uma menina de onze anos de idade, com síndrome de Asperger ela não sabe como. Quando ela lê a definição de encerramento ela percebe que é o que ela precisa. Em sua busca por ele, Caitlin descobre que nem tudo é preto ou branco, o mundo está cheio de cores, confuso e bonito.” (ERSKINE, 2013, p. 125)

#Márioindica Manual Prático de Levitação, de José Eduardo Agualusa

 capa de fundo laranja com ilustração de dois homens em sombras azuis preenchidas por algumas nuvens. Eles estão virados de costas um para o outro, na cabeça de cada um, sobre os chapéus, há meia luas na cor azul. O título está grafado por cima da ilustração com letra branca e o nome do autor, em laranja, na parte superior das imagens das luas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Este livro é uma feliz mistura da ficção com a realidade, situado em três partes: Angola, Brasil e Outros lugares de Errância, como denomina o autor na divisão de seus contos. Os contos descrevem situações absurdas e inusitadas, como o caso do papai noel albino, de uma festa em que havia um professor de levitação, do assalto que deu errado e do memorável conto “Se nada mais der certo leia Clarice”, inspirado na figura e temática da escritora modernista.
"Manual Prático de Levitação" reúne 20 contos, na maioria tirados de coletâneas anteriormente publicadas em Portugal. Com abordagem criativa e temas sociais colocados de forma sutil, o livro é um prato cheio para uma leitura cativante.