Indicações da equipe- Resenhas de Dezembro

 #Márioindica Tia Júlia e o escrevinhador, de Mario Vargas Llosa

Capa com o título Tia Júlia e o escrevinhador escrito na cor branca, ao fundo detalhe de um rádio cinza.

 

 

 

 

 

 

 

 

O livro, publicado em 1977, se passa em Lima na década de 50 e conta a história de Varguitas, um jovem de 18 anos que trabalha na rádio da cidade, mas que seu maior sonho é se tornar um escritor famoso. Durante um encontro de família, ele reencontra com sua tia Júlia, que não via faz tempo e conhece Pedro Camacho, o escrevinhador, que é um autor de radionovelas com enredos malucos. A partir dai, vemos uma história de amor proibida entre Varguitas e tia Júlia e conhecemos as histórias contadas por Pedro Camacho. O livro é todo marcado pelo toque do realismo mágico de Mário Vargas Llosa.

#Márioindica Vermelho amargo, de Bartolomeu Campos de Queirós

Capa do livro toda em vermelho com título na vertical.

 

 

 

 

 

 

 

 

Por meio da escrita poética de Bartolomeu Campos de Queirós, conhecemos a triste infância do narrador, que sofre pela ausência da mãe ao mesmo tempo que lida com sua madrasta e distintos 5 irmãos. A presença da mãe ecoa por toda casa, e é assim, através de suas vivências e memórias que imergimos em sua amargura.

"Queria, sempre, desaparecer com um circo, mas circo não havia. Veio um dia. Armaram na praça central da cidade, com aroma de pipoca e cor de amora. Minha mãe me levou. De mãos dadas penetramos sob a lona quente, numa tarde quente. Naquela noite me deitei, dobrei os joelhos e armei meu circo com o lençol, alvejado da cama. Debaixo da lona me dividi em três: me sonhei equilibrando no arame, me imaginei girando no globo da morte e me incendiando ao cuspir fogo." (QUEIRÓS, 2011, p.17).

#Márioindica Um outro país para Azzi, de Sarah Garland

Capa com ilustração de uma menina segurando um cachorro, ela veste casaco vermelho, blusa azul e calça rosa. Está de meias na frente de escombros, acima, do lado direito, imagem de um helicóptero ao lado do título Um outro país para escrito em vermelho e Azzi em amarelo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Um outro país para Azzi escrito e ilustrado por Sarah Garland, é um livro em quadrinho que retrata a estória de Azzi, uma menina que mora em um país em guerra, a Síria, e que terá que ir embora com seus pais para outro país, deixando para trás sua casa, seus parentes, seus amigos e sua cultura, rumo ao novo.
É um relato bem atual, em que muitos estão deixando para trás tudo aquilo que um dia foi tão importante para eles, para embarcarem rumo ao desconhecido, sem saber se um dia retornarão ao seu país de origem, se um dia conseguirão rever aqueles que amam.

#Márioindica Cinder, de Marissa Meyer

Capa com fundo preto e titulo com letra estilizada. Atrás do título, ilustração de um pé com sapato vermelho de salto alto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cinder é o primeiro livro da série Crônicas lunares, escrito pela autora Marissa Meyer. O livro traz a história de Cinder, uma ciborgue, que vive em uma sociedade futurista onde existem classes de cidadãos determinadas por suas modificações mecânicas. O reino vem enfrentando uma doença fatal e contagiosa que não possui causa determinada e nem cura, além da epidemia outra grande ameaça é a eminente guerra contra o reino de Luna governado por uma rainha tirana.
O romance, baseado na história clássica da Cinderela, nos mostra um releitura quase que completamente diferente do conto original. Marissa Meyer nos apresenta uma trama complexa, com uma gama de personagens cativantes e intrigas que levam o leitor a apreciar cada página do livro.

#Márioindica Um amor feliz, de Wislawa Szymborska

Título Um amor feliz escrito na cor branca, foto da autora segurando um óculos com fundo cinza.

 

 

 

 

 

 

 

 

O livro “Um amor feliz” da escritora Wislawa Szymborska é uma seleção de poemas da autora polonesa que conquistou vários admiradores desde que foi traduzida. Ganhadora do prêmio Nobel de literatura em 1996, a escrita de Szymborska tem a capacidade de criar identificações facilmente: seus poemas falam sobre sua infância, sua relação com a escrita, seu cotidiano, suas paixões. Eles têm uma linguagem simples e informal, mas justamente por isso são capazes de atingir o íntimo do leitor provocando reflexões e devaneios.
“Um amor feliz” é ótimo para aqueles que já são mais familiarizados com a poesia, traz uma perspectiva nova para o cenário brasileiro, contando com uma linda edição bilíngue. Mas também é perfeito para aqueles que anseiam por descobrir mais sobre o tema, é uma leitura agradável que vai surpreender o iniciante.

 #Márioindica As meninas, de Lygia Fagundes Telles.

 Capa de fundo rosa com ilustrações que se assemelham a flores de cores azul, rosa, cinza, dourado, verde, amarelo e laranja. Do lado inferior esquerdo, quadrado branco com o nome da autora em preto e o título As meninas em rosa.

 

 

 

 

 

 

 

O livro, de Lygia Fagundes Telles, é um dos mais populares e aclamados da escritora. O livro trata da história de três meninas universitárias que se conheceram num pensionato de freiras progressistas e vivem no momento do auge da ditadura militar no Brasil. Lorena, vinda de família mais rica, mantém um romance com um homem casado. Lia vive em torno da luta contra a ditadura e Ana Clara se afunda nas drogas, vivendo entre dois homens. As histórias das três vão se entrelaçando e o leitor vive a vida e os pensamentos das personagens de primeira a terceira pessoa, trazendo-nos um romance complexo que revela as contradições do indivíduo.

#MárioIndica O Assassinato de Roger Ackroyd, de Agatha Christie

Capa azul com casas cinzas na parte inferior e o nome da autora e do livro sobre um retângulo branco.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Assassinato de Roger Ackroyd foi primeiro livro de sucesso da autora Agatha Christie, que depois ganharia o título de Rainha do Crime por sua habilidade em criar grandes tramas policiais. Esse é um dos mistérios protagonizados pelo célebre detetive Hercule Poirot, personagem que permeia diversas obras da autora e que ficou sendo adorado pelos leitores em decorrência das suas peculiaridades e habilidades investigativas.
Esse livro começa permeando três mortes: a morte do sr. Ferrars, o suicídio de Miss Ferrars e por fim o assassinato de Roger Ackroyd. Ambientados na vila de King’s Abbott, os crimes se misturam em uma rede de conexões, e Poirot conta com a ajuda de Doutor Sheppard para desvendá-los.

#Márioindica Tudo aquilo que nunca foi dito, de Marc Levy

Título Tudo aquilo que nunca foi dito escrito na cor vermelha, mulher sentada na poltrona da varanda segurando um papel e olhado para a cidade ao fundo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em Tudo Aquilo Que Nunca Foi Dito, Levy aborda a relação conflituosa entre um pai e uma filha.
Julia recebe um telefonema do secretário de seu pai poucos dias antes do seu casamento. Como ela já tinha previsto, Anthony Walsh - empresário brilhante, mas pai distante - não poderá comparecer à cerimônia, mas ela não sabia que o seu pai havia morrido e que o seu enterro seria exatamente no dia do seu casamento. Ela teria que cancelar o casamento para passar um momento com o homem mais ausente da sua vida.
No dia seguinte ao funeral, Julia recebe uma grande encomenda deixada na porta de sua casa com a surpresa mais estranha da sua vida. Eles terão uma segunda chance, em um período de seis dias, de dizerem um para o outro tudo aquilo que nunca foi dito.
Um romance com um final surpreendente.

#Márioindica O colecionador de sons, de Fernando Trías de Bes

Capa do livro de fundo verde com imagem de uma mulher deitada de bruços com as costas nuas e cabelos jogados de lado. Acima, o título escrito em branco com a palavra Sons estilizada com nota musical.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Colecionador de Sons é um livro do escritor espanhol Fernando Trías de Bes, que trata sobre a história de Ludwig Schmitt, um homem nascido com a habilidade de identificar todas as notas musicais, separá-las e memorizá-las, além de cantá-las lindamente. Ele decide colecionar todos os sons, mas se preocupa quando percebe que falta um, aquele que seria perfeito. Dialogando com lenda de Tristão e Isolda, o livro segue na narrativa da vida do personagem, em seus excessos e extremos que se voltam para a necessidade da busca do som ideal.
Nas palavras do próprio autor: “este romance trata da condição humana, da limitação de ser mortal, da desgraça de não nascermos deuses.”

#Márioindica Além da magia, de Tahereh Mafi

Capa em tons rosa e laranja com menina que se assemelha a boneca, tem olhos amarelos, cabelos longos lisos e brancos, usa vestido vermelho e rosa com babados e segura duas flores vermelhas. O título está escrito em roxo claro sobre uma faixa amarela.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O livro “Além da Magia” foi escrito por Tahereh Mafi em 2017 e traz uma história fantástica baseada em conceitos bem diferentes do que estamos acostumados a ver em livros infantojuvenis.
Mafi escreveu trilogias que fizeram muito sucesso e em julho desse ano trouxe a maravilhosa história de Alice, na qual uma menina albina nascida em mundo em que as cores são a fonte de toda a magia embarca em uma grande aventura atrás de seu pai que desapareceu portando somente uma régua.
Alice nos mostra como uma verdadeira heroína se porta frente aos obstáculos da vida, sejam eles uma aventura em um mundo desconhecido ou apenas a vontade de se sentir pertencente ao mundo com todas as diferenças e preconceitos existentes.
O livro nos faz intensificar a nossa imaginação e criatividade, pois todos os sentidos e sentimentos se mesclam nessa história. Os cheiros se transformam em sabores, o sol chove e derrama sua luz pela terra e as pessoas possuem talentos inimagináveis.

#Márioindica A baronesa do jazz, de Hannah Rothschild.

Capa do livro com foto em tom azul, de Pannonica de Koenigswarte, tia-avó de Hannah Rothschild. Acima, título A baronesa do jazz escrito em branco com letras garrafais, no qual Jazz aparece destacado na cor rosa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nica Rothschild nasceu no seio de uma família rica. Casou com um barão e era mãe de cinco filhos. Parecia destinada a uma vida fácil e convencional. Uma viagem a Nova Iorque mudou tudo. Estava já a caminho do aeroporto quando ouviu uma música tocada por um pianista desconhecido, Thelonious Monk. Nica ouviu a gravação vinte vezes seguidas, perdeu o avião e nunca mais voltou para casa. Acabava de nascer a paixão abrasadora que viria a consumir o resto dos seus dias. Como que enfeitiçada, largou tudo e instalou-se em Nova Iorque. E a cidade rendeu-se. O seu Bentley descapotável passou a ser presença familiar à porta dos clubes de jazz. A visão de Nica a fumar e a beber whisky de uma garrafinha disfarçada de Bíblia era uma constante. Foi deserdada mas a sua influência não conheceu limites. Quem foi esta mulher que atravessava com a mesma vontade imponentes mansões inglesas e campos de batalha na África, onde trabalhou como motorista e criptógrafa?
Nossos sonhos podem nos chamar por várias formas, nesse livro Nica, se rendeu ao som da música, e esqueceu que era uma mulher rica e tinha o mundo aos seus pés, mas preferiu a arte ao dinheiro.

 #Márioindica A confissão da leoa, de Mia Couto

Capa do livro com uma ilustração do lado esquerdo, em tons terrosos, que se assemelha a uma leoa que está na beira de um rio, de cor preta, e tem metade de sua face refletida na água. Do lado superior esquerdo, há figuras em verde-escuro que se assemelham a folhagens.

 

 

 

 

 

 

Construído a partir dos escritos biográficos, sob a perspectiva de narradores-personagens, os capítulos do livro são intercalados entre o relato de Mariamar e o relato de Arcanjo Baleiro, trazendo, dessa forma, dois pontos de vista sobre uma mesma história: os ataques de leões que vinham vitimando apenas mulheres na aldeia de Kulumani – norte de Moçambique.
“Os leões cercando a aldeia e os homens continuam a mandar as mulheres vigiarem as machambas, continuam a mandar as filhas e as esposas a coletar lenha e água de madrugada. Quando é que dizemos que não? Quando já não restar nenhuma de nós?” (COUTO, 2012, p. 195)

 #Márioindica O deserto dos tártaros de Dino Buzzati

título escrito em amarelo em um fundo azul marinho, abaixo, montanhas que se assemelham a um deserto com um cavalo branco do lado direito. Na sequência, nome e foto do autor.

 

 

 

 

 

 

 

O deserto dos tártaros traz a história de Giovanni Drogo, jovem que, ao ser convocado para o Forte Bastiani, cria expectativas de uma nova vida, mas se depara com o isolamento e angústia gerados pelo tenso ambiente e uma melancólica esperança em seu futuro.
"Decerto também nessa noite ninguém, exceto alguns soldados, pronunciaria o nome que estava no coração de todos. Os oficiais preferem silenciá-lo, pois justamente nele reside a sua esperança. Pelos tártaros levantaram as muralhas do forte, consomem ali grande parte da vida, pelos tártaros as sentinelas caminham noite e dia como autômatos. E há quem essa esperança alimente a cada manhã de nova fé, quem a conserve no fundo de si, quem não saiba sequer que a possui, acreditando tê-la perdido" (BUZZATI, 1984, p. 105).

#Márioindica Só por hoje e para sempre, de Renato Russo
Capa do livro de fundo preto com ilustração de flores em tons rosa e roxo. Sobre a ilustração, o título Só por hoje e para sempre com escrita que se assemelha a de giz branco, no centro, o nome Renato Russo escrito em amarelo com letras garrafais.

 

 

 

 

 

 

Entre abril e maio de 1993, Renato Russo passou vinte e nove dias internado numa clínica de reabilitação para dependentes químicos no Rio de Janeiro. Durante esse período, o músico seguiu com total dedicação os Doze Passos, programa criado pelos fundadores dos Alcoólicos Anônimos, que incluía um diário e outros exercícios de escrita. É este material inédito que vem à tona depois de mais de vinte anos em "Só por hoje e para sempre", graças ao desejo de Renato de ter sua obra publicada postumamente. Entremeando as memórias do líder da Legião Urbana com passagens de autoanálise e um olhar esperançoso para o futuro, este relato oferece a seus fãs, além de valioso documento histórico, um contato íntimo com o artista e um exemplo decisivo de superação.
Leia ao som de Legião Urbana e se emocione a cada página.

#Márioindica As intermitências da morte, de José Saramago

Livro com capa branca com retângulo azul preenchido por formas cinzas que se assemelham a pedras.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Este é mais um livro criativo de José Saramago. A morte, cansada de ser odiada por toda a humanidade, resolve parar de trabalhar. Primeiramente, as pessoas de um país desconhecido ficam alegres com a sorte, porém, pouco tempo depois, a sociedade se torna um caos: pessoas que estavam agonizando em hospitais agora já não podem descansar, hospitais e asilos começam a superlotar, os acidentados param de ser socorridos e a própria religião é questionada. Dessa forma, todo cotidiano dessa sociedade se desmancha no ar. O que será dessa nação habituada ao caos eterno? A personagem principal desse livro é a própria morte, numa trama que trata da vida e da condição humana.
“No dia seguinte ninguém morreu. O facto, por absolutamente contrário às normas da vida, causou nos espíritos uma pertubação enorme, efeito em todos os aspectos justificado, basta que nos lembremos de que não havia notícia nos quarenta volumes da história universal, nem ao menos um caso para amostra, de ter alguma vez ocorrido fenômeno semelhante, passar-se um dia completo, com todas as sua pródigas vinte e quatro horas, contadas entre diurnas e nocturnas, matutinas e vespertinas, sem que tivesse sucedido um falecimento (…)” (SARAMAGO, 2005, p. 11)

#Márioindica A rainha de Tearling, de Erika Johansen

Capa azul marinho com o título escrito em um contorno dourado e preenchimento branco, as letras ligam-se à ilustrações de cavalo, espada, coroa e flores. Abaixo, o nome da autora escrito em branco com letra cursiva.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O livro A Rainha de Tearling escrito por Erika Johansen, foi publicado em 2014 e é o primeiro de uma trilogia já lançada nos Estados Unidos. A história é desenvolvida a partir de uma trama de perseguições e disputas de poder.
O romance nos mostra a história de Kelsea, a herdeira do reino de Tearling que fora criada em um esconderijo após a morte de sua mãe, a rainha Elyssa. Até os seus 19 anos a moça aprendera todos os assuntos principais sobre seu reino, mas sempre foi impedida de questionar sobre sua fuga quando criança, a morte de sua mãe e a identidade de seu pai.
Ao completar seu décimo nono aniversário a antiga Guarda da Rainha de Tearling aparece para levar Kelsea de volta a seu reino e tomar o trono de seu tio. Ao chegar em suas terras a moça percebe o grande desafio que terá que vencer, pois seu povo encontra-se oprimido e subjugado pela Rainha Vermelha, uma monarca tirana do reino vizinho de Mortmesne.
Esse é só o começo de uma história cheia de desafios, intrigas políticas e mistérios que prenderão o leitor do começo ao fim.

#Márioindica No mar, de Toine Heijmans

Capa do livro com vários tons de azul. Do lado esquerdo, um triângulo branco que se assemelha a um veleiro e abaixo, do lado direito, está escrito No mar e o nome do autor, Toine Heijmans.

 

 

 

 

 

 

O livro conta a história de um homem com 40 anos, que em meio a uma crise, decide viajar por três meses no mar do norte. Através de lembranças encara a solidão do mar ao mesmo tempo que compartilha com sua filha os últimos dias dessa reflexiva jornada.
"Zarpamos.
O veleiro estava pronto. No mar, nenhum sinal de tempestade. As ondas já não tinham cristas, rolavam calmamente até a praia.
Eu andava orgulhoso pelo convés com minha filha. Pus minha roupa de vela amarela. Maria vestia uma calça impermeável azul. Estava linda, com seus olhos claros"
"É muito longe?", perguntou.
"Nem tanto", respondi.
"É mais longe do que ir de carro até o vovô e a vovó?" (HEIJMANS, 2015, p. 67)

#Márioindica Formas de voltar para cada, de Alejandro Zambra

Título Formas de voltar para casa escrito na cor preta com capa na cor salmão com detalhes geométricos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Os pais abandonam os filhos. Os filhos abandonam os pais. Os pais protegem ou desprotegem, mas sempre desprotegem. Os filhos ficam ou partem, mas sempre partem. É tudo injusto, sobretudo o rumor das frases, porque a linguagem nos agrada e nos confunde, porque no fundo queríamos cantar ou, pelo menos, assobiar uma melodia, caminhar por um lado do palco assobiando uma melodia. Queremos ser atores que esperam com paciência o momento de entrar no palco. E o público foi embora faz tempo.”
(ZAMBRA,  p.70)

“Formas de voltar para casa” é um daqueles livros complexos e sensíveis, que envolvem o leitor nos dilemas e na busca de um garoto que cresceu procurando por respostas. Nesse terceiro livro do autor chileno, Alejandro Zambra, depois de Bonsai e A vida privada das árvores, vamos acompanhar a história de um menino que cresce durante o período ditatorial de Pinochet no Chile. Zambra mantém o tom melancólico, e as questões de o que significa a volta para a casa e seu sinuoso e doloroso caminho, percorrem todo livro.
O início do romance se dá a partir de um terremoto em Maipú, quando o narrador personagem, se aproxima de Cláudia, uma garota cheia de segredos, que o incube de uma missão. O livro se divide em dois momentos: o passado, no começo dos anos 80, que o protagonista tenta relembra para finalizar um livro que ele está escrevendo no presente. O livro gira em torno da tentativa da personagem de escrever sua própria história, revisando acontecimentos, em meio a uma vida amorosa conflituosa.

#Márioindica Águas-fortes portenhas de águas-fortes cariocas, de Roberto Arlt

Capa amarela com Roberto escrito na vertical em cor vermelha, seu sobrenome Arlt está escrito em letras garrafais, também na vertical, e as letras alternam entre vermelho e azul sobre um fundo ilustrado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Águas-fortes portenhas seguida de Águas-fortes cariocas” falam das impressões do escritor Roberto Arlt, de nacionalidade argentina, sobre as cidades de Buenos Aires e Rio de Janeiro, entre os anos de 1920-1930. Em sua cidade natal, ele atua como uma testemunha de fatos, descreve locais, pessoas e relata as transformações que acompanham os efeitos da modernização. No Rio de Janeiro, os elementos de surpresa e das diferenças culturais, são o que mais chamam atenção para nós, brasileiros, que lemos o livro. Ele sai caminhando, de noite e de dia, pelas ruas cariocas atrás de fatos, comidas, bares e pessoas para deixar suas impressões nos papéis.
Arlt faz um retrato pessoal, sincero e crítico dessas duas cidades e nos dois lugares, a rua sempre será a maneira mais perfeita para conhecer, de verdade, um lugar. Vale a pena ler sobre Arlt identificando as mudanças no léxico de sua língua, andando nos bondes do Rio de Janeiro, falando de seu encanto com nosso idioma e sobre o absurdo de dormirmos cedo, em sua opinião.
“Direi que estou entusiasmado? Não. Direi que estou espantado? Não. É algo mais profundo e sincero: estou comovido. É esse o termo: comovido.
A vida, assim, é muito linda.” (ARLT, p. 267)

#Márioindica Primeiras estórias, de Guimarães Rosa

Capa com três faixas de cores, a primeira é roxa com o nome do autor, a segunda possui textura com fundo branco e manchas pretas, por último, cor verde clara com o título escrito em cinza.

 

 

 

 

 

 

O livro “Primeiras Estórias” de João Guimarães Rosa, consagrado escritor modernista brasileiro, reúne 21 contos que nos causam uma mistura de sensações e nos transporta para os cantos mineiros sempre tão privilegiados pelo autor. As narrativas são curtas e tem personagens inesquecíveis para os assíduos da obra roseana – os sonhadores, loucos e comuns estão todos reunidos nas incríveis histórias, trabalhadas com sua linguagem única e mágica, que se mostra autêntica, exótica e audaciosa ao leitor. Em sua escrita, ele procura recuperar a fala das personagens do sertão de Minas Gerais e a construção das imagens são poéticas, líricas e também trágicas.
Os personagens das histórias vagam pelos labirintos de suas mentes e são guiados por suas experiências, nem sempre conscientemente. A obra aborda diferentes faces, que convivem bem entre e si e colaboram para o brilhantismo do livro – a psicologia, o fantástico, o autobiográfico, o cômico, o lírico, o sarcástico, o popular, engrandecem essas histórias e fazem do “Primeiras Estórias” um livro indispensável, recheado de estórias belas e famosas, como “Sorôco, sua mãe e sua Filha”; “A terceira margem do rio” e “A menina de lá”.
“Sem fazer véspera. Sou doido? Não. Na nossa casa, a palavra doido não se falava, nunca mais se falou, os anos todos, não se condenava ninguém de doido. Ninguém é doido. Ou, então, todos. Só fiz, que fui lá. Com um lenço, para o aceno ser mais. Eu estava muito no meu sentido. Esperei. Ao por fim, ele apareceu, aí e lá, o vulto.” (ROSA, p. 41)

#Márioindica Cartas natalinas à mãe, de Rainer Maria Rilke

apa do livro de fundo branco com retângulo estilizado que se assemelha a cordas verdes com pequenas bolas brancas e laranjas. Abaixo, o título Cartas Natalinas está escrito em vermelho e o à mãe, em verde.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Neste livro estão reunidas as cartas que o poeta alemão escreveu à mãe durante os natais de seus 25 aos 50 anos.
"Paris, 3, rue del 'l Abbé de l' épée,
21 de dezembro de 1902.
Minha querida e bondosa Mama,
Estamos nos aproximando da noite de natal. Infelizmente só à grande distância, mas com todos os melhores e ardentes votos e pensamentos! Como vai você, querida Mama? Tenho a impressão de não ter notícias suas há muito tempo; isso é decerto também minha culpa, pois eu mesmo fiquei mais uma vez longamente sem escrever, não é mesmo?" (RILKE, 2007, p. 21).