Atiraste uma pedra com as mãos que essa boca Tantas vezes beijou Quebraste um telhado Que nas noites de frio te servia de abrigo Perdeste um amigo que os teus erros não viu”
A década de 30 marcou o apogeu do rádio como veículo de comunicação em massa no Brasil. Até a década de 60 o rádio foi responsável pelo lançamento de muitos ídolos. Ser artista ou cantor de rádio era um desejo de milhares de pessoas e pertencer a este cast era garantia de sucesso e prestígio. Dentre os artistas que surgiram nesta era do rádio, estão Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, eles se conheceram entre 1935-1936 e junto com Francisco Sena formavam o Trio de Ouro, sucesso em todo o Brasil. A parceria musical de Dalva e Herivelto acabou se transformando em um casamento que durou 14 anos. Após a separação oficial em 1949, ambos seguiram com suas carreiras de cantores, Dalva era considerada a Rainha da voz e, após a separação, Herivelto e Dalva começaram a brigar através de suas músicas.
Essa polêmica musical encantou o público e vendeu cópias e cópias de discos. No total o casal gravou mais de 20 músicas se ofendendo.
A música final de Dalva de Oliveira foi um pedido de trégua e uma declaração de amor a Herivelton:
Bandeira Branca
Composição de Max Nunes e Laércio Alves
Bandeira branca, amor,
Não posso mais.
Pela saudade
Que me invade eu peço paz.
Bandeira branca, amor,
Não posso mais.
Pela saudade
Que me invade eu peço paz.
Saudade, mal de amor, de amor,
Saudade, dor que dói demais,
Vem, meu amor,
Bandeira branca eu peço paz
Morte
Três dias antes de morrer, Dalva pressentiu o fim e, pela primeira vez, em sua longa agonia de quase três meses, lutando pela vida, falou da morte. Ela tinha um recado para sua melhor amiga, Dora Lopes, que a acompanhou ao hospital:"Quero ser vestida e maquiada, como o povo se acostumou a me ver. Todos vão parar para me ver passando!".
Morreu em 31 de agosto de 1972, vítima de uma hemorragia internacausada por câncer no esôfago. A cantora teve seu apogeu artístico nos anos 30, 40 e 50. Seu corpo está enterrado no Cemitério Jardim da Saudade na Cidade do Rio de Janeiro.
Dalva de Oliveira faleceu em 1972 e Herivelto Martins faleceu em 1992.
Acervo: Seção Circulante
Período: 31/08 a 14/09