O direito à cidade e a população em situação de rua foram tema de palestra realizada na Semana Viver Metrópole, promovida pelo Escritório Modelo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie (Mosaico). A coordenadora-adjunta de Políticas para a População em Situação de Rua da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), Julia Carvalho, participou da conversa que aconteceu na última quinta-feira (20).

Participaram também a educadora em Direitos Humanos Neide Aparecida, que é membro do Comitê Intersetorial da Política Municipal para a População em Situação de Rua (Comitê PopRua), e Marco Antonio Dresler Hovnanian, professor Doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie. Marco é pesquisador da área de imagens e de pessoas em situação de rua e se debruçou sobre o tema em sua tese de Doutorado "Representações Artísticas dos Moradores de Rua por meio da Luz de do Movimento". O evento, chamado Viver a Via, aconteceu entre 9h e 11h na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie.

Marco Antonio Dresler Hovnanian, professor Doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie falando para os alunos de arquitura. Créditos: Ricardo Homma.

A ocupação e vivência do espaço urbano e o habitar como manifesto do direito à cidade, tendo como foco a população em situação de rua, foram alguns dos pontos de discussão. Os alunos puderam conhecer um pouco mais sobre essa realidade, as políticas públicas aplicadas sobre o tema e pensar a ocupação da cidade sob o ponto de vista social. Além disso, também foi levantada a questão de como os arquitetos podem pensar sua área de trabalho tendo em vista a população em situação de rua.

“A roda de conversa foi um momento muito bacana de parceria entre o Comitê, a SMDHC e a Universidade. Foi um momento de troca. A gente percebe que dá para trazer novos elementos ao pensar a construção da cidade como um espaço de todos e para todos. É bom ver que os jovens querem se inteirar dessa realidade”, ressaltou a Neide Aparecida, que já esteve em situação de rua.

Em sua fala, Julia destacou a transversalidade da pauta e o envolvimento de diversas secretarias na política municipal para população em situação de rua. “A Prefeitura tem diversos serviços para essa população, mas é importante mostrar também os projetos de arte, cultura e direitos humanos. Esse tema é complexo e precisa de uma soma de esforços para avançar”, pontuou.

A coordenadora-adjunta Julia Carvalho palestra para os estudantes. Créditos: Ricardo Homma.

Entre as atividades realizadas estão o projeto In-Visível, em que a PopRua, junto com artistas, confeccionaram telas que mostram a sua realidade, o Meu Olhar, Meu Mundo, mostra fotográfica feita por pessoas em situação de rua que estão no programa Autonomia em Foco, o Calendário Minha São Paulo, que distribuiu 100 máquinas fotográficas descartáveis para pessoas em situação de rua e as 13 melhores fotos formaram um calendário com a história de cada fotógrafo e o que foto representa, entre outros.