A antecipação de feriados na capital paulista como medida de combate ao avanço da pandemia da Covid-19 surtiu um efeito positivo nos índices de isolamento registrados no município. No período entre os dias 26 de março e 4 de abril, a cidade de São Paulo chegou a atingir 80% de redução da mobilidade de pessoas.
Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (8), pelo prefeito, Bruno Covas, e o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, em entrevista coletiva na Prefeitura.
O secretário de Governo, Rubens Rizek, explicou que desde o início da pandemia, em março de 2020, quando as autoridades de Saúde recomendavam medidas de isolamento na ordem de 60%, a equipe técnica do município construiu uma fórmula com quatro indicadores. Com base nas especificidades da capital, são monitorados diariamente:
- O volume de pessoas nos ônibus, com precisão de números dia a dia pela movimentação dos bilhetes e relatórios de catracas.
- A quantidade de veículos nas ruas, com apontamentos diários feitos pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e os radares implantados no município.
- As estimativas de lentidão no trânsito, cujo sistema é periodicamente sofisticado pela CET em parceria com Waze, desde 2016.
- Uma cesta de notas fiscais de serviços que exigem mobilidade (oficinas, cartórios, escritórios, etc).
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“Tudo isso é somado e ponderado. O feriado antecipado de dez dias vai colaborar com a redução dos índices no sistema hospitalar. Antes das restrições do governo do Estado, estávamos na ordem de 40% de isolamento, número aquém da recomendação da Saúde. Com as medidas do município, o indicador de mobilidade e isolamento chegou a 80%, atingindo níveis muito satisfatórios”, comentou Rizek. Com o término do feriado, a taxa de isolamento no município voltou ao patamar de 60%.
Leitos
O secretário Edson Aparecido pontuou que desde o dia 3 de abril a capital registra certa estabilidade na ocupação de leitos. “Com todos os esforços com as medidas de isolamento e ampliação do número de vagas, temos uma certa estabilidade na ocupação de leitos, mas em patamar elevadíssimo, o que não nos garante tranquilidade. Nos últimos dias tivemos o pico de toda a pandemia, em 1º de abril, com 93% de ocupação dos leitos da nossa rede. Ontem (quarta-feira, 7) esse índice baixou para 89%”, revelou.
Segundo dados de monitoramento da Covid-19 no município, a distribuição de casos confirmados desde o pico de 2020 continua crescendo. No acumulado, são mais de 25 mil casos nas 10ª e 11ª semanas de 2021.
O secretário comenta ainda que embora em patamar inferior, a tendência dos próximos 15 dias é de registros de média acentuada de mortes, com números acima de 79 óbitos por dia, sobretudo diante do volume de casos graves. Na segunda-feira (5), o município tinha 2.532 internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Teremos mais 15, 20 dias de muita pressão no sistema de saúde da capital. O esforço é coletivo. Nós estamos nos limites dos reforços. Precisamos da colaboração de todos com a associação de medidas de prevenção para enfrentar esses dois piores meses da pandemia”, afirmou Edson Aparecido.