Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo capacita 2.600 profissionais de saúde para prevenção à sífilis congênita

Principal objetivo dos encontros é eliminar a transmissão da sífilis da mãe para o bebê na capital paulista

Por Thiago Pássaro

Depois de ter sido certificada pelo Ministério da Saúde como cidade que eliminou a transmissão vertical (de mãe para o bebê) do HIV, a capital paulista agora quer erradicar esse tipo de transmissão também para os casos de sífilis. Para isso, o Programa Municipal de DST/Aids (PM DST/Aids), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo, tem realizado uma série de encontros virtuais com profissionais da saúde de diversas categorias e locais de atuação para que os protocolos e os fluxos de atendimento estejam alinhados.

Cerca de 2.600 médicos e enfermeiros foram capacitados neste mês de julho para prevenção da transmissão vertical da sífilis, também chamada de sífilis congênita. Esses profissionais atuam na Atenção Básica, a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), o que inclui as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Nesses serviços, as gestações são identificadas e são feitos os pré-natais, que prevêm a realização de uma bateria de exames para monitorar a saúde da mãe e do bebê, como os testes rápidos de HIV e de sífilis. 

As gestantes que são diagnosticadas com sífilis seguem com o acompanhamento na UBS e as mulheres vivendo com HIV são encaminhadas para tratamento e realização do pré-natal nos Serviços de Atenção Especializada (SAEs) em DST/Aids de São Paulo. “O alinhamento desses protocolos, o uso de tecnologias inovadoras e o comprometimento de toda a rede municipal de saúde da capital paulista fez com que a cidade de São Paulo eliminasse a transmissão vertical do HIV. O objetivo agora é manter a certificação e expandir esse trabalho de sucesso para a sífilis congênita”, disse a coordenadora do PM DST/Aids, Cristina Abbate.

E a cidade de São Paulo está no caminho certo. Em outubro do ano passado, a capital paulista recebeu o Prêmio Luiza Matida, da Secretaria de Estado de São Paulo, pelo aumento de 14% da taxa de detecção de sífilis na gestação (número de casos a cada 1.000 nascidos vivos) e diminuição em 2% da taxa de incidência de sífilis congênita (novos casos). “Essas são boas notícias, pois mostram que estamos diagnosticando essa IST ainda no pré-natal, o que leva ao tratamento precoce e evita a transmissão para o bebê”, completou a coordenadora.

Para além do trabalho de capacitação dos profissionais de saúde, o PM DST/Aids também tem participado à distância das reuniões regionais da Comissão de Normatização e Avaliação das Ações de Controle da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis Congênita do Município de São Paulo, composta por diversas áreas da SMS. Esses comitês monitoram todos os casos de gestantes com sífilis e com HIV, bem como avaliam os casos de transmissão vertical, com o objetivo de verificar potenciais falhas e aperfeiçoar os fluxos de trabalho.

A eliminação da transmissão vertical do HIV e da sífilis conta ainda com o auxílio tecnológico. Em 2017, o PM DST/Aids lançou o “TVSP”, um aplicativo voltado para os profissionais de saúde com todos os protocolos para prevenção da transmissão dessas ISTs da mãe para o bebê. A SMS criou também o “MONITORA TV”, um sistema online que concentra os dados das gestantes e da criança, como consultas e exames, e tem a função de notificar as unidades de saúde caso alguma etapa do acompanhamento esteja pendente.

“Assim como aconteceu com a eliminação da transmissão vertical do HIV, o sucesso para erradicação da sífilis congênita acontece por meio do trabalho integrado dos profissionais das Coordenadorias Regionais de Saúde, das Supervisões Técnicas de Saúde, das Unidades Básicas de Saúde, hospitais, maternidades e dos serviços municipais especializados em DST/Aids”, finalizou Abbate.

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