Semdet forma 168 pessoas na Zona Leste para trabalhar na indústria têxtil

Por: Marta Régia Vieira e Regina Ramalho

As confecções instaladas na região Leste da capital paulista já podem comemorar a chegada, ao mercado de trabalho, de mais 168 profissionais qualificadas ao longo desse ano na área de costura, por intermédio do projeto São Paulo Costurando o Futuro. O curso é promovido pela Semdet-Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, em parceria com o Senai-SP - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial; Sebrae-SP; Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH-USP); Singer do Brasil, além das secretarias municipais de Coordenação das Subprefeituras e de Educação. Nessa semana se formaram os alunos de Cidade Tiradentes e Itaquera.

 

Desde 2011, a ação já capacitou mais de 800 pessoas na Região Leste, colaborando para o desenvolvimento local, com a geração de mais emprego e renda e evitando que as costureiras tenham que se deslocar por longas distâncias em busca de trabalho.

 

Para o secretário adjunto da Semdet, Tito de Oliveira, mais do que a conquista de um diploma, o curso oferece a possibilidade de mudança de vida para muitas mulheres da região. "Nunca é tarde para aprender. Fico feliz em ver que jovens de mais de 50 anos estão aproveitando essa chance de conquistarem uma profissão e uma nova possibilidade de sustento para a família", brincou o secretário ao ressaltar a idade de boa parte das formandas.

 

Antonia Correa Trajano, de 55 anos, formanda do projeto em Cidade Tiradentes, é um exemplo disso. Ela conta que o curso mudou sua vida. "Já tinha alguma noção de costura, mas só em máquina caseira. Quando soube do curso vi que esta era a minha chance de conseguir fazer algo para complementar o meu sustento e da minha família", diz a dona de casa que terminou o curso em maio desse ano e desde então já comprou três máquinas profissionais e costura para vizinhos, amigos e sua família.

 

Já a costureira Simone Barbosa, 38 anos, também da turma da Cidade Tiradentes, preferiu seguir por outro viés e resolveu ingressar no mercado de trabalho depois que se formou. "Trabalho em uma confecção de camisetas, no bairro da Mooca, e consegui o emprego graças ao curso do Costurando o Futuro", ressaltou.

Ivanete dos Santos, 56 anos, da turma de Itaquera, era dona de casa. "Nunca tinha trabalhado com costura e durante o curso já comecei a costurar calças legs, para adultos e crianças e até montei um perfil no Facebook para divulgar e vender meus trabalhos e estou ganhando dinheiro", conta orgulhosa, a agora costureira, Ivanete.

 

Mas para quem pensa que costura é coisa apenas de mulher, Cleiton Luiz da Silva, 32 anos, casado e pai de três filhos, mostra o contrário. "Minha mulher foi quem me incentivou a fazer o curso. Ela já trabalhava com costura e juntos pretendemos montar uma pequena confecção e melhorar de vida", explicou Silva.

 

A docente do curso em Cidade Tiradentes, Maria Cristina de Almeida Joanete, exaltou o esforço das turmas que concluíram o curso nesse ano e se disse muito contente por ter cumprido mais essa etapa, atuando como um instrumento transformador na vida de cada uma. Já a professora Rosangela Avelino Alves, da turma de Itaquera, lembrou. "Durante o Curso, vocês perderam o medo da máquinas, fizeram peças e doaram para ajudar a comunidade e descobriram que, com pequenos gestos, podemos ajudar ao próximo e também mudar nossa própria história", disse Rosangela.