Na tarde desta quinta-feira (30), aconteceu a live “Turismo Gastronômico na cidade de São Paulo”, dentro das ações de comemoração da Semana do Turismo, promovida pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo. A diversidade de sabores é uma marca registrada da gastronomia paulistana. Nas cozinhas comerciais, são mais de 50 povos representados, em cerca de 23 mil estabelecimentos – dentre eles, 8.458 compostos de restaurantes e similares.
Durante sua fala de abertura, o secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Armando Júnior, destacou as ações realizadas desde o início da semana, começando com a viagem ao Rio de Janeiro da secretária Aline Cardoso. Em sua visita, ela encontrou com representantes da prefeitura da cidade e da convention bureau para falar sobre ações e propostas para impulsionar o turismo entre as duas cidades, tendo como foco a retomada econômica pós-pandemia.
Na terça-feira, aconteceu o lançamento do Plano de Desenvolvimento Turístico do Polo de Ecoturismo da Cantareira, que propõe a estruturação do local como destino para promover o desenvolvimento turístico e econômico da região. Além de ser um ativo para o ecoturismo, esta área é também um polo gastronômico, com muitas opções de cozinha e confeitarias.
“A gastronomia é uma das marcas da cidade. É possível encontrar todo tipo de cozinha e com horários de funcionamento ampliados, inclusive de madrugada”, afirma Armando Júnior. “Além de tudo, é um setor que emprega muitas pessoas. Durante a pandemia, cerca de 1/3 dos empregos foram perdidos, mas, com o avanço da vacinação, teremos a retomada econômica na cidade de São Paulo”, conclui.
Com mediação de Guta Chaves, coordenadora do Observatório da Gastronomia, o encontro contou com a participação de Marcelo Fernandes, empresário e proprietário do Kinoshita Restaurante, que tem uma estrela do guia Michelin; Douglas Guilherme, presidente da ACOR (Associação dos Comerciantes de A&B de Rua do Estado de SP); Melanito Biyouha, chef do restaurante Biyouz Gastronomia Africana e Isaac Azar, empresário e dono do Paris 6 Gastronomia.
Além do reconhecimento de um dos principais guias gastronômicos do mundo, o restaurante Kinoshita tem outro diferencial: é um dos únicos do mundo a ter uma sala Krug, que é um ambiente onde o cardápio é harmonizado com um dos mais icônicos espumantes artesanais da França. “Recebemos turistas do mundo inteiro para ter essa experiência de gastronomia japonesa, que respeita a sazonalidade e, neste momento, queremos também surpreender com experiências únicas”, afirma Marcelo Fernandes.
Entender as particularidades de cada tipo de cozinha e proporcionar experiência é também um dos objetivos do restaurante Paris 6, que traz uma ambientação da capital francesa na década de 1920 e sobremesas suntuosas que são copiadas em vários lugares do mundo. “Nossa operação é pensada em atender ao público durante 24 horas. Durante a pandemia, com as restrições de funcionamento, sofremos muito”, conta Isaac Azar. “A experiência no restaurante vai muito além da gastronomia. Busco trazer entretenimento por meio dela, o que explica o sucesso nas redes sociais”, sintetiza.
Um dos diferenciais da sua proposta, segundo Isaac, é a interação por meio das redes sociais, incluindo um novo perfil no Tiktok. “Fazemos esse trabalho com artistas e com influenciadores que atuam nos novos veículos de comunicação”, explica. Ele destaca que este tipo de comunicação vence as barreiras físicas e promove o restaurante para públicos diferentes, inclusive fora de São Paulo.
Além da diversidade tradicional com cozinhas mais conhecidas como a italiana e a francesa, São Paulo vai além. O continente africano, por exemplo, que tem muitos imigrantes e refugiados que fixam residência na cidade, possui uma gastronomia deliciosa e muito colorida, que ainda não é tão conhecida pelo grande público.
A camaronesa Melanito Biyouha, dona do restaurante Biyou’Z Gastronomia, de cozinha africana, conta que sua intenção é trazer o ambiente do seu vilarejo para o estabelecimento. “O nascimento do restaurante não foi planejado. Surgiu a oportunidade de trazer a culinária africana, de forma legítima, feita por alguém com essa origem, para um lugar que tem uma população grande do continente e também muitos descendentes. Essa é a minha contribuição para a cidade”, explica.
A comida de rua é outro elemento indispensável quando o assunto é gastronomia em São Paulo. Os food trucks e até mesmo carros de hot dog estão presentes em diversas regiões e ganham ainda mais destaque nas feiras gastronômicas. Para ajudar os empreendedores deste setor, foi criada a ACOR. “Nosso objetivo é ajudar os comerciantes a se profissionalizarem, transformar seu ponto de venda num local mais estruturado e também orientar sobre boas práticas”, explica Douglas Guilherme. “Avançamos muito e, neste ano, conseguimos instituir o dia 5 de outubro como o dia municipal da comida de rua”, diz.
Entre os diferenciais da gastronomia paulistana, os convidados destacaram que a qualidade do atendimento é um dos pontos de atração do público. Quanto aos donos de estabelecimentos, o destaque é a facilidade de encontrar muitos ingredientes diversos, entre eles, os regionais.
A programação da Semana do Turismo continua, nesta sexta-feira (1º), às 10h, com a live “Tendências do Turismo em São Paulo pós-pandemia”. Para falar sobre o tema, participam Mariana Aldrigui - presidente do Conselho de Turismo da Fecomercio, membro do Conselho Municipal de Turismo – COMTUR e professora da USP e Monica Samia – diretora executiva da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo).
Confira aqui a transmissão na íntegra: https://bit.ly/turismogastronomicosp