Começam as aulas da segunda turma do Projeto São Paulo Costurando o Futuro

 Por: Marta Régia Vieira

“Meu sonho é abrir minha oficina de costura e ganhar meu próprio dinheiro”. A frase é de Idalice Nunes Araújo Silva, 53 anos, dona de casa e uma das integrantes da mais nova turma do Projeto São Paulo Costurando o Futuro, mas bem poderia traduzir o objetivo de boa parte de suas colegas que começaram a aprender a lidar com linha, agulha e máquinas de costura no extremo leste da capital paulista.

Idalice e outras 80 mulheres das regiões de Itaquera, Itaim Paulista e Cidade Tiradentes, fazem parte da segunda turma do projeto São Paulo Costurando o Futuro, parceria da Semdet-Secretaria de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho com a USP, Senai, Sebrae e a Singer do Brasil. A previsão para término do curso é agosto desse ano.


O São Paulo Costurando o Futuro visa qualificar 6.912 pessoas da região Leste da capital – uma das que mais demanda esse tipo de mão de obra – para atender às necessidades das pequenas confecções locais. Oferecer capacitação técnica em costura, montagem de roupas e manutenção básica de equipamentos, além de prestar orientação e apoio na gestão das empresas constituídas pelas costureiras, são algumas das prioridades do projeto.

Para a orientadora do Senai, Gilmara Thales da Silva, que ministra as aulas do curso no CEU Itaquera, essas oficinas-escola são uma excelente oportunidade para que talentos escondidos possam aflorar. “Muitas alunas demonstram já terem nascido com o dom da costura e quando começam o curso percebem que se encontraram em uma profissão”, relata.

É o caso de Tatiana Pereira dos Santos, de 32 anos, ex-digitadora de uma instituição financeira, formada em curso técnico de Contabilidade, mas que abdicou da área financeira e busca uma nova profissão que a permita ficar mais perto de seu filho de 8 anos. “Quero aliar a possibilidade de cuidar de perto do meu filho trabalhando em casa, de forma independente”.

O Costurando o Futuro também está acendendo uma luz na vida de muitas mulheres que já não tinham horizontes profissionais, como é o caso da avó Hermina de Jesus Silva, de 54 anos, que reclama por não ter mais oportunidades no mercado de trabalho devido à idade. “Na minha idade as empresas não querem contratar mas eu ainda sou útil. Já fui arrematadeira e agora, com esse curso, tenho certeza que posso arrumar um emprego”, anseia.

O projeto São Paulo Costurando o Futuro formou sua primeira turma em abril deste ano e os cursos têm duração de 160 horas.