Programa Tem Saída ganha plataforma para gestão de dados de mulheres vítimas de violência doméstica

De forma rápida e segura, a mulher poderá registrar a violência sofrida e buscar oportunidades de emprego cadastradas pelas empresas parceiras

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, lançou, nesse domingo, 20 de outubro, a plataforma de gestão do Programa Tem Saída, política pública voltada à autonomia financeira e empregabilidade da mulher em situação de violência doméstica e familiar. O evento realizado na sede do Mobilab, no centro, contou com a presença da secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso, da promotora do Ministério Público de São Paulo, Gabriela Manssur, além das programadoras e da equipe que atua no Tem Saída na Prefeitura.

As criadoras da plataforma, dos coletivos Todas Por Elas e Não Sou Obrigada, participaram da Hackathona em março deste ano, iniciativa da Ade Sampa – Agência São Paulo de Desenvolvimento, e desenvolveram a solução para programa Tem Saída de maneira voluntária, com o apoio da Amazon, disponibilizando softwares de aprimoramento no desenvolvimento. Outros órgãos que apoiaram no desenvolvimento do projeto foram o DataRain - Serviços de Cloud Computing e a Prodam - Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo.

“A violência afeta diferentes classes sociais, muitas vezes as mulheres ficam presas aos companheiros agressores pelo fato de que o mesmo mantém a casa e por elas não terem renda, ficam sem opções de saída. O nosso programa, contribui para mudar esse cenário, possibilitando que as vítimas conquistem sua autonomia econômica", destacou a secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso. “O prefeito Bruno Covas defende as políticas públicas voltadas às mulheres, o que nos dá ainda mais força a trabalhar por essa causa”, completou.

A promotora Gabriela Manssur, explicou que o objetivo da plataforma é facilitar e oferecer uma comunicação mais rápida e segura à mulher vítima de violência.

"Recebo diversos relatos diariamente, seja em meu escritório, nas minhas redes sociais e até mesmo quando as mulheres me encontram na rua. Tenho filhos homem e mulher, ensino desde sempre que não quero que sejam agressores e muito menos vítimas. O respeito e a igualdade são os principais pilares. O respeito à mulher é nossa bandeira de política pública e estamos empenhados em reduzir os números alarmantes de violência doméstica. Com esta plataforma, o acesso será rápido, para a vítima e para os órgãos competentes. Atingiremos os atendimentos com mais qualidade, rapidez e principalmente segurança", explicou Gabriela Manssur.


A criadora e membro do Coletivo Todas Por Elas, Jaqueline Leal, e a representante do Não Sou Obrigada, Thassia Lima, explicam as funcionalidades da plataforma. “Com o apoio da plataforma será mais fácil buscar oportunidades de emprego cadastradas pelas empresas, registrar as denúncias no Ministério Público, Defensoria Pública e no Tribunal de Justiça. Cada juiz terá a sua assinatura eletrônica, de tal forma que ficarão todos cientes numa breve pesquisa dos processos”.

O presidente da Ade Sampa, Frederico Celentano, destacou a importância de uma ferramenta como essa ser criada por mulheres. “Temos números nada interessantes na área da tecnologia da informação. Em 2018, o número de mulheres no ramo caiu 20% e ainda contam com uma baixa remuneração. Incentivar mulheres programadoras a desenvolver uma plataforma que ajudará outras mulheres a ter um emprego e romper com o ciclo de violência é muito gratificante”, concluiu.

 

Por: Alfredo Bazzolli

 

 

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