CATe formaliza empreendedores em Paraisópolis e Heliópolis durante o Favela Mais

Projeto lançado pelo Sebrae também oferece capacitação aos moradores que desejam ter o negócio próprio

Por: Solange Borges

A Secretaria Municipal de Trabalho e Empreendedorismo (SMTE) levou às comunidades de Paraisópolis e Heliópolis equipes do Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo (CATe) para realizar a formalização de Microempreendedores Individuais (MEI) no último sábado, 20. A iniciativa ocorreu em parceria com o Sebrae e a  Central Única das Favelas (Cufa), que lançou o Favela Mais na capital, contando com o apoio das três esferas de governo. O projeto visa a legalização de pequenos negócios e a capacitação de empreendedores em cursos que ocorrerão nos próximos dias.

Para o secretário Eliseu Gabriel, que, ao lado do presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, participou da cerimônia de lançamento do projeto, os empreendedores terão em poucos dias o Programa Empreenda Fácil nas Prefeituras Regionais, facilitando, entre outras ações, o acesso ao microcrédito. “Implantaremos uma série de serviços que vão dar o suporte aos que desejam empreender e se capacitar a fim de oferecer melhores produtos e ampliar o faturamento. O CATe já executa a formalização do MEI e as futuras ações irão ampliar o apoio”, afirma.

Durante todo o sábado, os moradores puderam contar com diversas atividades de formação e recreação nos CEUs dos dois bairros, que concentram cerca de 300 mil habitantes e cinco mil comerciantes. Alguns deles expuseram seus trabalhos durante o evento como Suellen Maristela, 27 anos. Ela, ao lado da mãe Marilda Conceição, 55 anos, comanda a Matulas da Nega, voltada à alimentação.

Negócios - “Já sou formalizada como MEI e tenho buscado aprimorar meu negócio com cursos frequentes. Hoje levamos até os clientes nossos produtos, pois as pessoas tem pouco tempo para as atividades do dia. Desta forma, desenvolvemos lanches e sobremesas montados em potes que podem ser consumidos de forma prática”, ressalta a empreendedora, que mora na zona Sul.

Idealizador da marca de roupas Malokero, com uma loja em Paraisópolis, Rogério Pereira dos Santos, 30 anos é outro empreendedor que vê na formalização um facilitador para ampliar os negócios. “Ainda divido meu tempo com a grife e trabalhando como garçom. Não tenho capital de giro suficiente para me dedicar exclusivamente a ela, mas tenho certeza que estou no caminho certo, pois como MEI consigo fazer negociações que antes eram barradas por não conseguir emitir nota, por exemplo”, conta Santos.

Para Afif Domingos, um dos avanços da legislação voltada aos microempreendedores é a legalização de negócios em lugares não regularizados. “Temos um grande potencial nas favelas, mas a legislação impedia que fossem formalizados negócios em imóveis sem regularização”, esclarece. O presidente do Sebrae reforça que o projeto contratou agentes entre os moradores para passar as informações necessárias e que ao longo das semanas ocorrerão diversos cursos de capacitação para movimentar a economia local.

Apoiadores do Favela Mais, os cantores Dudu Nobre e MV Bill, estiveram em Paraisópolis para shows e interagiram com o público. Rapper e fundador da Central Única das Favelas (Cufa), Bill vê com entusiasmo o projeto que busca tornar viáveis negócios que já acontecem nas comunidades. “As pessoas destas comunidades pensam, muitas vezes, que determinadas ações estão distantes de sua realidade. A formalização também oferece uma nova visão da atuação do Estado nessas localidades e faz com que todos ganhem e o mercado passe a reconhecê-los”, destaca.
 

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