SDTE e ADE SAMPA recebem imigrantes bolivianos para discutir melhores condições de trabalho

Por: Viviane Claudino

A Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE) e a Agência São Paulo de Desenvolvimento (ADE SAMPA) realizaram nesta sexta-feira, 3, um encontro com aproximadamente 150 imigrantes bolivianos, donos de confecções de costura, que vivem em diversas regiões de São Paulo. O objetivo foi conhecer as dificuldades dos empreendedores que atuam neste ramo, a fim de melhorar as condições de trabalho, de empregadores e funcionários.

Entre as principais queixas dos imigrantes estão os baixos valores recebidos pelas peças produzidas – geralmente compradas por coreanos ou brasileiros – o que dificulta a manutenção do quadro de trabalhadores e pagamento de salários. Segundo os bolivianos, nos últimos dez anos a desvalorização destes produtos ultrapassou 50% e uma peça vendida por R$ 8,00, há dez anos, hoje sai em torno de R$ 3,50.

O alto custo para assessoria contábil e a falta de investimento em qualificação profissional também estão entre as dificuldades destacadas pelos bolivianos, assim como a discriminação que sofrem para obter empréstimos e financiamentos bancários, ou na hora de alugar algum imóvel.

Para o diretor técnico da Adesampa, Luiz Cláudio Marcolino, é necessário pensar na construção de uma unidade de representação desses empreendedores, o que facilitará a comercialização e compra coletiva de produtos, por exemplo. “Construir uma unidade para cada região vai facilitar muito o trabalho. Estamos aqui ajudar com o microcrédito, que poderá ser obtido pelo Banco do Brasil ou pela Caixa Econômica Federal; e a partir da realidade de cada um, pensar em uma forma de estruturação para o Microempreendedor Individual (MEI).”

Segundo os organizadores do evento, que contou também com a participação da Associação de Empreendedores Bolivianos da Rua Coimbra (Assempbol), o próximo encontro deverá ocorrer em 30 dias, para a continuidade do debate pela construção de um novo ambiente de negócios para imigrantes na cidade.

“O desafio é elaborar uma proposta de apoio para que esses empreendedores cresçam e se fortaleçam dentro dos conceitos de comércio justo, economia solidária e trabalho decente. Não dá mais para o poder público apenas exigir que o empresário cumpra uma série de regras sem dar condições para isso”, finalizou o presidente da Adesampa, Sérgio Miletto.

Também participaram da reunião os representantes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) e da Aliança Empreendedora, entidade que atua em parceria com diversas organizações sociais em defesa do trabalho dos imigrantes.

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