Por Andréa Garbim
A Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE) por meio da Supervisão Geral de Abastecimento realizou hoje a abertura da Semana Mundial da Alimentação com destaque para a 1ª Feira de Produtos Orgânicos da Agricultura Familiar, montada no salão de eventos do Mercado Municipal Paulistano, na Rua da Cantareira, 306. O evento contou com o apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
A Semana acontece em vários pontos da cidade, com palestras sobre educação alimentar, chef na feira, atividades nos CEUs levando o tema da agricultura familiar para as crianças da periferia. No primeiro dia do evento, o Secretário Artur Henrique abriu as atividades ao lado do Delegado Federal do Desenvolvimento Agrário de São Paulo, José Reinaldo; do Superintendente Regional do INCRA, Wellington Diniz e do Conselheiro Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Edgar Aparecido (o Amaral).
A feira orgânica vai até sábado, dia 18, das 8h às 14h, com a participação de produtores da agricultura familiar e cooperativas de diversas cidades do Estado e uma variedade de produtos disponíveis para o público em geral, além das atividades educativas em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro.
Na próxima quinta-feira, 23/10, das 13h às 17h, o eixo temático “Segurança Alimentar e Nutricional e questões estratégicas para o tema em SP” será discutido em um seminário, no Centro de Convivência Heliópolis - Estrada das Lágrimas, 1.604.
Em sua fala, durante a abertura, o Secretário Artur Henrique (SDTE) salientou “que infelizmente ainda há muitas pessoas que passam fome no mundo. Mas não podemos nos esquecer da grande importância que os projetos de combate à fome e a miséria tiveram para que o Brasil saísse do mapa internacional da fome”.
O titular da Pasta ainda reforçou a necessidade de focar em projetos, programas e iniciativas da agroecologia, dos orgânicos, dando mais força para São Paulo se tornar uma cidade onde seus habitantes têm uma nova forma de viver.
A expositora aposentada Sebastiana Farias, 63, diz que o mais importante da produção orgânica é poder oferecer alimentos de qualidade para as pessoas. “Além de vender, eu me sinto feliz em saber que a pessoa vai consumir um produto totalmente natural e sem agrotóxico” afirma.
Sebastiana é agricultora da região da Zona Leste, está em São Paulo há seis anos e trabalha com o marido na feira do Parque do Carmo (aos sábados) e na feira do Centro Esportivo, Recreativo e Educativo do Trabalhador (CERET) às quintas.
Para Artur Henrique, esse evento marca uma nova fase da cidade que está em busca de melhorar sua qualidade de vida e isso inclui a alimentação adequada. “É de grande valia esse símbolo que estamos conquistando: o símbolo da produção da agricultura familiar e a oportunidade da comercialização dos produtores e a população ter acesso à uma alimentação adequada”, finaliza o Secretário.
Participação das Cooperativas
De São Paulo: Cooperativa Agroecológica dos Produtores Rurais e de Água Limpa de São Paulo/COOPERAPAS; Associação de Produtores Orgânicos de São Mateus/APO-SM; Federação da Agricultura Familiar/FAF-SP; Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra/MST.
Da cidade de Promissão (SP): a Associação dos Produtores Rurais Renascer/APREEN; Cooperativa dos Produtores Rurais de Promissão/COOPERDOURADOS; Cooperativas Reunidas/COOPAR. Da cidade de Mirante do Paranapanema (SP): Cooperativa dos Pescadores e Agricultores Familiares Mirante do Paranapanema/COOPAF.
Associação Campos Verdes (Presidente Venceslau/SP); Associação Novo Tempo (Euclides da Cunha/SP); Cooperativa dos Produtores Rurais e da Agricultura Familiar do Município de Juquiá/COOPAFARGA (Juquiá/SP); Associação dos Agricultores Familiares Vitória Régia/AAFR (Guarei/SP) e a Cooperativas de Prudentópolis Paraná/COOPAFI (Prudentópolis/SP).
Políticas Públicas em Segurança Alimentar e Nutricional
O último relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado em setembro, aponta que o Brasil saiu do Mapa da Fome em 2014. Enquanto a taxa limite prevista pela Organização é de 5%, o país alcançou a marca de 1,7%, índice que aponta a superação do problema da fome no país.Na cidade, a adoção de políticas públicas tem contribuído para que o país continue em escala decrescente no monitoramento da FAO.
Em dezembro de 2013, o prefeito sancionou a lei nº 15.920, criando o Sistema Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), que tem por objetivo a organização das ações públicas em Segurança Alimentar e Nutricional e articulação entre poder público e a sociedade civil para a gestão de políticas públicas voltadas à alimentação.
A adesão da prefeitura ao Programa Nacional de Aquisição de Alimentos (PAA), a partir de 2014, propicia a comercialização da produção do agricultor familiar, além de garantir sua permanência no campo. Por outro lado, os alimentos adquiridos são doados a famílias em situação de vulnerabilidade social, através de entidades cadastradas no Banco de Alimentos da Prefeitura.
As ações de incentivo à produção familiar englobam ainda a assistência técnica ao produtor rural estabelecido nas zonas Sul e Leste da cidade, para a transição agroecológica - cultivo de produtos sem aditivos químicos. O acompanhamento ao produtor possibilita, ainda, a implantação de mais feiras orgânicas na cidade. Atualmente existem cinco feiras específicas no segmento.
Outro fato relevante é a implantação do 1º Centro de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional, um espaço de atividades voltadas para a Educação Alimentar e Nutricional, Direito Humano à Alimentação Adequada, produção de alimentos e geração de renda. O local é mais uma ação efetivada em cumprimento ao Plano de Metas da prefeitura.
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