Dezembro Vermelho destaca serviços para prevenção e tratamento do HIV/Aids

Na capital, a população que convive com o vírus HIV é atendida nos dez Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), sendo um deles itinerante, além de 17 Serviços de Atenção Especializada (SAEs)

O mês de dezembro, conhecido pelas comemorações de final de ano, é também um período em que os serviços de saúde reforçam a visibilidade de ações de prevenção e tratamento em HIV/Aids, com a campanha Dezembro Vermelho, que que se inicia no Dia Mundial contra a Aids, celebrado nesta quinta-feira (1º).

Durante todo o mês, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informará a população por meio de mensagens nos relógios de rua, em totens nos shoppings, além de iluminação especial em monumentos e prédios públicos da capital.

Em São Paulo, 27 unidades atendem a demandas relacionadas a ISTs

De acordo com o último boletim epidemiológico da SMS, divulgado pela Coordenadoria de IST/Aids em parceria com a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), os índices de novos casos de infecção por HIV na cidade de São Paulo diminuíram pelo quinto ano consecutivo. Em 2021, foram registrados 2.351 novos casos de HIV, 37,5% a menos do que no ano de 2016, quando houve 3.761 registros.

Isso acontece pelo esforço do Sistema Único de Saúde (SUS) em atender integralmente às demandas desta população. Na capital, por meio da Coordenadoria de IST/Aids, as ações de prevenção são realizadas em dez unidades dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) sendo um deles itinerante, e as ações de tratamento e acompanhamento são realizadas nas 17 unidades de Serviço de Atenção Especializada (SAEs).

Nestes equipamentos os pacientes têm acesso a testes para diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) como HIV, sífilis, clamídia, gonorreia e hepatites B e C, além de consultas e profilaxias pré e pós-exposição (PrEP e PEP). Cabe destacar que vacinas e a terapia antirretroviral (Tarv) são oferecidos apenas nos SAEs, embora a Tarv possa ser iniciada em um CTA mediante o diagnóstico positivo para HIV.

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Tarv transformou a realidade dos pacientes com HIV/Aids

A terapia antirretroviral (Tarv) é o método que possibilita que pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) possam ter seu sistema imune preservado e não mais transmitirem o vírus por meio de relações sexuais mediante seis meses de redução da carga viral a níveis indetectáveis. Dessa forma, o uso desta terapia medicamentosa reduz as complicações relacionadas às infecções pelo vírus, além da sua transmissão.

No entanto, para melhor eficácia é necessário que o paciente realize a adesão completa ao tratamento e, para isso, a população pode contar com o acolhimento e o acompanhamento das equipes multidisciplinares da rede municipal de saúde.

Contudo, a Tarv não é uma proteção contra outras ISTs, por isso é importante que as pessoas vivendo com HIV/Aids usem métodos de proteção de barreira, como os preservativos distribuídos gratuitamente nas 470 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e em espaços de grande circulação de pessoas como estações de ônibus e metrô.

O que é o HIV

Os primeiros registros do vírus da imunodeficiência humana (HIV é a sigla em inglês) no mundo foram identificados por cientistas em um tipo de chimpanzé da África Ocidental. De acordo com os estudos, o subtipo do vírus da imunodeficiência dos chimpanzés – o vírus da imunodeficiência símia (SIV) – foi transmitido aos seres humanos depois da caça e consumo da carne dos primatas infectada pelo patógeno.

A epidemia do HIV se deu de forma lenta e quase imperceptível, até que na metade dos anos 1970, nos Estados Unidos, surgiu o primeiro caso fora do continente africano estabelecendo assim o pior cenário da doença: a migração do vírus para outros territórios. À época, as informações sobre causas, prevenção e, principalmente, tratamento eram insuficientes para combater a Aids, e rapidamente a patologia se alastrou.

Aids no Brasil

No Brasil, o primeiro diagnóstico positivo para HIV ocorreu no ano de 1982, mas a desinformação e o preconceito impediram que ações afirmativas de combate à infecção avançassem com a velocidade necessária. Vale ressaltar que neste período a tecnologia medicamentosa para tratar a Aids ainda estava em estudo, e se consolidou quatro anos mais tarde com a importação do primeiro medicamento para combater a doença, a azitromicina (AZT).

Quando o primeiro caso de transmissão de uma pessoa gestante para o bebê ocorreu no país, em 1985, o Ministério da Saúde (MS) criou o Programa Brasileiro de Aids para dar suporte às pessoas que conviviam com a doença. Em 1996, por meio da lei nº 9.313, a população que convivia com a infecção recebeu acesso gratuito à medicação pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O feito foi importante para que outras ações fossem possíveis, e hoje o programa brasileiro é considerado referência mundial no combate ao HIV/Aids.

Os endereços de todos os equipamentos da rede municipal de saúde podem ser acessados na página do Busca Saúde.