Mente ativa e hábitos saudáveis são aliados na prevenção ao Alzheimer

Doença neurodegenerativa que acomete com maior frequência os idosos, o Alzheimer é a forma mais comum de demência

O Alzheimer é uma doença que compromete a qualidade de vida do portador e dos familiares. Não tem cura, mas há tratamento que visa minimizar os danos e prevenir as perdas para manter, pelo maior tempo possível, as capacidades funcionais da pessoa. Desde 2014, a Demência de Alzheimer faz parte da campanha Fevereiro Roxo, que também chama a atenção para a fibromialgia e o lúpus. As três doenças não têm cura conhecida até o momento.

Descoberta em 1906, a Demência de Alzheimer é a forma mais comum de demência, doença neurodegenerativa que acomete com maior frequência pessoas idosas. A causa é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada, além de fatores ambientais e de estilo de vida contribuírem para o seu aparecimento.

O Alzheimer costuma evoluir de forma lenta e progressiva. A doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles. Como consequência, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato.

A falta de memória para fatos recentes, repetição da mesma pergunta várias vezes, dificuldade para encontrar palavras que exprimam ideias ou sentimentos pessoais, irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade, passividade, perda de interesse pelas atividades, perda da iniciativa, interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos e tendência ao isolamento são alguns dos principais sintomas da doença de Alzheimer.

LEIA TAMBÉM:

Lúpus: conheça os sintomas, as causas e os tratamentos

Fibromialgia é mais comum em mulheres na faixa etária de 30 a 50 anos

A partir do diagnóstico, a sobrevida média oscila entre 8 e 10 anos. O quadro clínico costuma ser dividido em quatro estágios:

1. Forma inicial: alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais;

2. Forma moderada: dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos, agitação e insônia;

3. Forma grave: resistência à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer, deficiência motora progressiva;

4. Terminal: Restrição ao leito, mutismo, dor à deglutição e infecções recorrentes.

Tratamento
A meta do tratamento para pacientes com Alzheimer é retardar a evolução e preservar por mais tempo possível as funções intelectuais e executivas. Os melhores resultados são obtidos quando o acompanhamento é iniciado nas fases mais precoces. Para avaliar a eficácia do tratamento, é fundamental que os familiares utilizem um diário para anotar a evolução dos sintomas. A memória está melhor? Os afazeres diários são cumpridos com mais facilidade? O quadro está estável? O declínio ocorre de forma mais lenta do que antes da medicação?

Os casos de demência, inclusive o Alzheimer, são considerados fatores de fragilidade funcional e, a partir de encaminhamento pela Unidade Básica de Saúde (UBS), o paciente receberá a indicação para acompanhamento em especialidades. Consulte qual é a unidade básica mais próxima pela plataforma Busca Saúde

A rede tem a Unidade de Referência em Saúde do Idoso (URSI), onde são atendidos por equipe multiprofissional formada por médico, enfermeiro, assistente social, nutricionista, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, cirurgião dentista, fisioterapeuta, educador físico e farmacêutico, além de profissionais de nível médio, para diagnóstico, tratamento e acompanhamento compartilhado com a UBS.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o Alzheimer afeta cerca de 35,6 milhões de pessoas em todo o mundo, número que deve dobrar em 2030. No Brasil, o cálculo da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) é de que 1,2 milhão já sofram os efeitos da neurodegeneração.

Prevenção
Para prevenir o desenvolvimento da demência, é necessário adotar hábitos de vida saudáveis ao longo da vida como: controle de doenças prévias (hipertensão, diabetes, obesidade, dislipidemias); combate ao sedentarismo, com a prática de atividade física regular; evitar o tabagismo; e praticar ações que estimulem a memória: leitura e novas tarefas.