Fibromialgia é mais comum em mulheres na faixa etária de 30 a 50 anos

Doença faz parte da campanha Fevereiro Roxo, que também trabalha a conscientização do lúpus e da demência de Alzheimer

Mais comum em mulheres na faixa etária de 30 a 50 anos de idade, a fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dores que começam em uma parte específica do corpo e depois se espalham. Não tem cura, mas com o tratamento adequado é possível aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Ao lado do lúpus e da demência de Alzheimer, a fibromialgia, também conhecida pela sigla FM, faz parte da campanha Fevereiro Roxo, criada para chamar a atenção da população sobre os sintomas e tratamentos disponíveis.

A fibromialgia se caracteriza por dor muscular generalizada, crônica (dura mais que três meses), mas que não apresenta inflamação nos locais de dor. O sono não reparador (aquele que não restaura a pessoa) e cansaço são alguns dos sinais típicos da doença. Pode haver também distúrbios do humor como ansiedade e depressão, e muitos pacientes queixam-se de alterações da concentração e de memória.

As causas da fibromialgia ainda não estão bem esclarecidas, mas a principal hipótese é que os pacientes apresentam uma alteração da percepção da sensação de dor. Isso é apoiado por estudos nos cérebros destes indivíduos em funcionamento, e também porque pacientes com FM desenvolvem sensibilidade do corpo, como no intestino ou na bexiga.

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Outras pessoas contraem a patologia após uma dor localizada mal tratada, um trauma físico ou uma doença grave. O sono alterado, os problemas de humor e concentração parecem ser causados pela dor crônica, e não o contrário.

Segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Reumatologia, a FM afeta 2,5% da população mundial, sem diferenças entre nacionalidades ou condições socioeconômicas. A doença acomete mais mulheres do que homens entre 30 a 50 anos de idade, embora existam pacientes mais jovens e mais velhos. No Brasil, ela atinge em torno de sete milhões de pessoas.

Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da fibromialgia é clínico, com o histórico dos pacientes, exames físicos e laboratoriais. Não há alteração dos exames que indicam inflamação. Exames de imagem devem ser analisados com muito cuidado, pois nem sempre os achados da radiologia são a causa da dor do paciente. A fibromialgia pode aparecer em indivíduos que apresentam outras doenças reumáticas, como artrite reumatoide e lúpus, o que, muitas vezes, dificulta uma completa melhora destes pacientes.

Apesar de a doença não trazer deformidades ou sequelas nas articulações e músculos, os pacientes apresentam uma má qualidade de vida. Dessa forma, o objetivo do acompanhamento é aliviar os sintomas.

Os autocuidados são mais importantes do que as medicações, embora elas também tenham seu papel. O principal tratamento é o exercício aeróbico, aquele que mexe o corpo todo e acelera os batimentos cardíacos, o que parece ser a melhor forma de reverter a sensibilidade à dor na fibromialgia.

Também é fundamental entender a doença e, em alguns casos, terapia psicológica pode ser útil, principalmente para aprender a lidar com a dor crônica no dia a dia. As medicações são úteis para diminuir a dor, melhorar o sono e a disposição do paciente, a fim de permitir a prática de exercícios físicos.

SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece acompanhamento e tratamento para pacientes com fibromialgia, inclusive com a entrega de medicação. Diante de suspeita da doença, as pessoas devem procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS). A partir daí, se for o caso, ele será encaminhado ao especialista. Para saber qual é a UBS mais próxima acesse o Busca Saúde.

O programa Dona de Mim aborda os sintomas, diagnóstico e tratamento para a fibromialgia. Assista!