SP obtém a melhor avaliação dentre os municípios brasileiros em estudo da FGV sobre acesso a informação

Estudo analisou 453 pedidos de informação enviados a 138 órgãos públicos dos três poderes

A Prefeitura de São Paulo obteve a melhor classificação dentre os municípios brasileiros na mais ampla auditoria sobre acesso a informações públicas realizada no país.

Conduzido pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV DIREITO RIO, o estudo “Estado Brasileiro e Transparência -Avaliando a aplicação da Lei de Acesso à Informação” analisou, a partir de 453 pedidos de informação enviados a 138 órgãos públicos dos três poderes em oito unidades federativas – União, DF, os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, bem como suas três respectivas capitais, o cumprimento das obrigações previstas na Lei de Acesso à Informação (LAI - Lei nº 12.527/2011).

A Prefeitura de São Paulo obteve a melhor avaliação dentre os municípios analisados, com 80% dos pedidos respondidos e 62% de precisão - a média geral foi de 69%, com 57% de precisão nas respostas.

 

 


O Governo Federal obteve a melhor avaliação, com 88% das respostas consideradas adequadas e 78% de precisão.


No artigo intitulado “Assessing Freedom of Information in Latin America Ten Years Later: How Politics Shapes Transparency” (Lei de Acesso à Informação na América Latina dez anos depois: como a política modela a transparência), publicado pela revista “Latin American Politics and Society”, Robert Gregory Michener, professor da FGV responsável pelo estudo enfatizou as discrepâncias em relação à aplicação da LAI nas várias esferas da administração pública brasileira.

Michener destacou a importância do trabalho desempenhado pela Controladoria-Geral da União (CGU) na capacitação do servidores públicos de todo o país e na difusão do uso do e-SIC para facilitar o acesso às informações de interesse público. Todavia, deixou claro que ainda precisam ser superadas algumas barreiras, inclusive de natureza jurídica. Segundo o pesquisador, como a Lei de Acesso à Informação ainda não foi regulamentada por muitos estados e municípios, os procedimentos para a obtenção das respostas podem ser muito burocráticos, o que desestimula o cidadão a buscar informações. O pesquisador também criticou a exigência, por parte de alguns órgãos, de que o cidadão se identifique ao fazer uma solicitação, o que facilitaria posturas discriminatórias e intimidatórias. No estudo, pedidos associados a uma identidade “institucional” receberam respostas melhores e mais ágeis.
O estudo foi financiado pela Open Society Foundations (OSF).

Controladoria coordena aplicação da Lei de Acesso à Informação no município

Desde maio de 2013, o cumprimento da Lei de Acesso à Informação na Cidade de São Paulo é de responsabilidade da Controladoria Geral do Município (CGM), que tem realizado uma série de melhorias para ampliar a transparência das informações de interesse público. Essas iniciativas resultaram em um aumento dos pedidos de informação entre maio de 2013 e abril de 2014 da ordem de 142% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Além de aperfeiçoar procedimentos e ferramentas e capacitar servidores responsáveis pelo atendimento ao cidadão, a CGM concentrou esforços para eliminar um passivo de pedidos não respondidos em anos anteriores.
A CGM também participou da organização do Catálogo Municipal de Bases de Dados (CMBD). As 591 bases com informações produzidas por secretarias, subprefeituras e entidades da administração indireta já estão disponíveis no Portal da Transparência.