Mais de 900 mil vacinas da febre amarela são aplicadas em 2018 em São Paulo

De 2 a 17 de janeiro, total atingiu 905.552 doses; no mesmo mês de 2017, foram apenas 44.199

Levantamento da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo indica que nos primeiros 15 dias de janeiro de 2018 (entre 2 e 17), as unidades de referência para viajante aplicaram 6,7 vezes mais doses da vacina contra a febre amarela que todo o mês de janeiro de 2017.

Em quinze dias, foram vacinadas nestas unidades 342.898 pessoas, enquanto que em todo janeiro de 2017 foram aplicadas 44.199 doses da vacina.

Se considerarmos as unidades que desencadearam a campanha na zona Norte em outubro do ano passado e das zonas Sul e Oeste em dezembro de 2017 para este comparativo, os primeiros quinze dias resultaram em 20,5 vezes mais que todo o janeiro de 2017, com a aplicação de 905.552 doses.

Em todo ano de 2017, as unidades de referência para o viajante aplicaram 1.756.915 doses. Apenas em dezembro passado, foram aplicadas 308.468 vacinas nestas unidades.

O aumento da demanda ocorreu a partir do quarto trimestre de 2017, quando foram confirmadas as epizootias em parques da zona Norte de São Paulo. Confira a evolução por trimestre:

• jan/fev/mar: 196.589 doses aplicadas
• abri/mai/jun: 83.815 doses aplicadas
• jul/ago/set: 44.166 doses aplicadas
• out/nov/dez: 1.432.345 doses aplicadas

Vacinação em São Paulo

A SMS de São Paulo reitera que, neste momento, a campanha de vacinação da febre amarela tem como público-alvo todos os distritos da zona Norte, onde 90 UBS estão aplicando vacina para população que reside ou trabalha na região; três distritos da zona Sul (Parelheiros, Marsilac e Jardim Angela), além de parte do Capão Redondo (referência da UBS Luar do Sertão); e na zona Oeste apenas os moradores do distrito Raposo Tavares, onde três postos estão vacinando contra a doença.

As demais unidades que aplicam a vacina da febre amarela são de referência para viajantes e estão destinadas a aplicar a vacina para quem vai viajar, passear ou mesmo visitar municípios, estados ou países com risco para a doença.

É preciso reforçar que, para aqueles que não moram ou não trabalham em regiões com recomendação de vacinação, a orientação é procurar as unidades apenas em casos de viagem para áreas de risco.

Vacinação fracionada

Quem não mora ou trabalha nas áreas com risco de febre amarela deve aguardar o início da campanha de vacinação fracionada contra a febre amarela previsto para 29 de janeiro e se estendendo até 17 de fevereiro.

A vacinação terá como público-alvo os moradores de 15 distritos e segue a recomendação do Ministério da Saúde. Farão parte da ação preventiva na zona Leste os distritos Cidade Líder, Cidade Tiradentes, Guaianases, Iguatemi, José Bonifácio, Parque do Carmo, São Mateus e São Rafael. Já na zona Sul serão vacinadas as pessoas que moram ou trabalham em Capão Redondo, Cidade Dutra, Grajaú, Jardim São Luis, Pedreira, Socorro e Vila Andrade.

É importante ressaltar que não houve epizootia confirmada nestes distritos, nos quais a vacinação vai ocorrer, mas, sim, foi levada em consideração a proximidade com corredores ecológicos e o risco de exposição à doença.

Os moradores dos demais distritos devem aguardar orientações da SMS para buscarem a vacina nos postos.

Histórico

Desde outubro, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo iniciou vacinação preventiva na zona Norte da capital. Até o momento, foram vacinados 1.307.127 pessoas.

Em dezembro, a pasta iniciou a vacinação preventiva em distritos da zona Sul da capital e no distrito de Raposo Tavares, na zona Oeste, após epizootias confirmadas no município de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Foram vacinados, respectivamente, 447.982 e 33.917 pessoas.

Não há registro de febre amarela silvestre autóctone (contraída no município) na capital. Não há registro de febre amarela urbana no país desde 1942.

Entre janeiro e março de 2017, foram registrados 11 casos de febre amarela silvestre na capital (cinco evoluíram para óbito). Em dezembro passado, foram registrados outros sete (quatro evoluíram para óbito). Todos são importados de outros estados e/ou municípios (10 de Minas Gerais, um de Monte Alegre do Sul, cinco de Mairiporã e dois de Atibaia).

Boatos e fake news

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), órgão da SMS de São Paulo, não comenta casos específicos para não ferir a ética médica, garantindo, assim, o sigilo clínico do paciente. Todos os casos confirmados para a doença são e serão notificados junto ao Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) do Ministério da Saúde.

Com relação à morte de macacos confirmados para febre amarela (epizootias), a pasta reforça que todos os casos precisam ser investigados antes de qualquer divulgação, até mesmo para definir as estratégias, se necessário, de vigilância epidemiológica.

Até o momento, a capital registrou 87 epizootias, sendo 85 na zona Norte da capital (50 no distrito de Mandaqui, 25 no distrito de Tremembé, quatro no distrito de Tucuruvi, dois no distrito de Jaraguá e 2 no distrito de Anhanguera, um no distrito de Brasilândia e um no distrito de Cachoeirinha) e outras duas na zona Sul (ambos no distrito de Parelheiros).