Febre Chikungunya é tema de curso na região Oeste

Agentes de zoonoses são preparados para orientar população

Por Cristiane da Silva Guterres

A Suvis Oeste está planejando ações de prevenção e controle à chegada da febre chikungunya em São Paulo. Uma destas ações é o curso sobre a febre, ministrado para todos os agentes de zoonoses da Coordenadoria Regional da Saúde Oeste (CRS Oeste). No próximo dia 28/11, agentes de Controle de Zoonoses na Supervisão técnica de saúde Lapa/Pinheiros participarão do curso. No último dia 13/11, participaram do curso 38 profissionais de saúde, entre técnicos e agentes de controle de zoonoses da Supervisão técnica de saúde Butantã.

A médica sanitarista Fátima Neiva Ricco, da Suvis Oeste, ministrou o curso no auditório da subprefeitura do Butantã. Ela explicou que a febre chikungunya é uma doença viral, transmitida pelo mesmo mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. Os sintomas também são muito parecidos: febre alta - tipicamente maior que 39°C, náuseas, vômitos e dores de cabeça. “Diferentemente da dengue, que provoca dores musculares, a chicungunya provoca mais dores articulares e artrites, que podem ser incapacitantes e prolongadas. As mortes relacionadas a esta infecção são incomuns, mas ela pode se tornar doença crônica, com sintomas que persistem por mais de 3 meses e que podem incapacitar o paciente para o trabalho e atividades diárias”, afirmou Fátima.

Os primeiros casos da doença ocorreram na Tanzânia (leste da Àfrica), em meados dos anos 50. A palavra chikungunya significa “aqueles que se dobram” em swahili, um dos idiomas da Tanzânia. Trata-se de uma referência à aparência dos pacientes, que ficavam curvados devido as fortes dores articulares causadas pela doença. Nos últimos anos inúmeros casos foram registrados em países da Ásia e da Europa e, mais recentemente, casos foram identificados em países da América Latina, que fazem fronteira com o estado do Amapá.

Brasil já registrou mais de mil casos

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, até o dia 13/11 foram confirmados 1.039 casos de febre chikungunya, a maior parte deles na Bahia e no Amapá. Na cidade de São Paulo foram identificados 17 casos confirmados da doença - na região oeste do município temos um caso identificado, uma paciente vinda da Venezuela.

Priscila Regis, Agente de Controle de Zoonozes da região do Butantã, se sente mais segura para realizar seu trabalho após o curso. “Eu tinha ouvido falar alguma coisa na mídia sobre essa doença, mas a informação geral eu consegui aprender aqui e vou levar para a população”, disse.

Sintomas da doença:

-Febre intensa (tipicamente maior que 39°C)
-náuseas
-vômitos
-fortes dores de cabeça
-mancha/erupção pelo corpo
-conjuntivite
-dores articulares intensas.
Prevenção
Não há tratamento específico para a doença e sim tratamento sintomático.

Tratamento

Não existe tratamento específico para a doença. O tratamento é feito para combater os sintomas, com medicação para a febre e para as dores articulares. Recomenda-se repouso ao paciente e de preferência que ele se proteja com calça e blusa de mangas longas e durma, se possível, com mosquiteiro evitando picadas que podem aumentar a transmissão da doença.

Prevenção

Por ser transmitida pelo mesmo mosquito transmissor da dengue, as medidas de prevenção à febre chikungunya são as mesmas utilizadas para prevenir a proliferação do mosquito Aedes aegypti:

• Pratos de vasos de plantas devem ser preenchidos com areia;
• Tampinhas, latinhas e embalagens plásticas devem ser jogadas no lixo e as recicláveis guardadas fora da chuva;
• Latas, baldes, potes e outros frascos devem ser guardados com a boca para baixo;
• Caixas d’água devem ser mantidas fechadas com tampas íntegras sem rachaduras ou cobertas com tela tipo mosquiteiro;
• Piscinas devem ser tratadas com cloro ou cobertas;
• Pneus devem ser furados ou guardados em locais cobertos;
• Lonas, aquários, bacias, brinquedos devem ficar longe da chuva;
• Entulhos ou sobras de obras devem ser cobertos, destinados ao lixo ou “Operação Cata-Bagulho”;
• Cuidados especiais para as plantas que acumulam água como bromélias e espadas de São Jorge, ponha água só na terra