Desde 2008, medicamento que reduz sequelas do derrame cerebral é oferecido gratuitamente em São Paulo

O Alteplase é utilizado em uma rede de referência formada por cinco hospitais municipais; equipes médicas foram capacitadas para utilizar medicação

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) da cidade de São Paulo utiliza, desde 2008, em cinco grandes hospitais da rede municipal (Ermelino Matarazzo, Tatuapé, Campo Limpo, Jabaquara e Hospital do Servidor Público Municipal), o Alteplase. Esse medicamento reduz as sequelas do Acidente Vascular Encefálico (AVE)* isquêmico ou derrame cerebral em até 60%.

“Este é o único tratamento específico para a doença, que tem alta mortalidade e grande impacto humanitário e social pelas sequelas. A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo é pioneira no serviço público do País, na utilização do Alteplase”, afirma o dr. Domingos Costa Hernandez Júnior, coordenador Municipal de Urgência e Emergência da SMS. Hernandez ressalta, ainda, que a aquisição do medicamento, de alto custo, é feita com os recursos municipais. “Para cada paciente são utilizadas duas ampolas. O custo de cada uma delas gira em torno de R$ 1.700”, explica.

Saber identificar um AVE e solicitar socorro imediato é o passo mais importante para evitar graves sequelas, independentemente do tipo de tratamento que será adotado. No caso do Alteplase, para que o efeito seja potencializado, o paciente deve ser assistido em até quatro horas e meia após o início dos sintomas. Foi o caso do músico Paulo de Tarso, de 52 anos. Ele teve um desmaio após um show e logo o encaminharam ao Hospital Municipal do Tatuapé. O músico tinha sofrido um AVE, foi atendido rapidamente e a tomografia identificou a possibilidade de aplicação do Alteplase.

Entre os benefícios, o medicamento melhora a qualidade de vida e reduz, de forma significativa, a quantidade de sequelas. Apesar de rápida, a aplicação tem de ser minuciosamente acompanhada, e os resultados já podem ser notados uma hora após a aplicação da medicação. “Os cinco hospitais municipais capacitados dominam toda a tecnologia para a utilização desse medicamento”, ressalta Hernandez.

 

Sintomas

Os sinais do AVE são repentinos e variam de pessoa para pessoa. Os mais comuns são o formigamento ou a perda da força de um lado do corpo ou de um membro, podendo ser braços, pernas, mãos ou abertura dos olhos. Outros indícios são dor de cabeça seguida de vômitos, dificuldade na visão ou na fala ou incapacidade de compreensão do que é dito. Os sintomas não são exclusivos de um AVE, mas, uma vez identificados, é necessário procurar atendimento médico rápido.

 

Alguns testes podem auxiliar na detecção do AVE

  • Verifique se o paciente está com a boca torta e peça para que ele dê um sorriso. Se o rosto permanecer imóvel, pode ser AVE;
  • Caso ele reclame de perda de força nos braços, peça para que levante as mãos para o alto. Se não conseguir, fique alerta;
  • Fale uma frase ao paciente e peça para que ele repita. Caso tenha dificuldade, providencie atendimento médico imediatamente.

 

Alguns passos que podem ajudar a reduzir o risco e o perigo de um AVE

  • Fique atento se você tem pressão alta, diabetes e colesterol elevado;
  • Seja ativo. Faça exercícios regularmente;
  • Evite a obesidade, mantendo uma dieta saudável;
  • Limite o consumo de álcool;
  • Evite o hábito de fumar;
  • Aprenda quais são os sinais de alerta do AVE.

 

 

* AVE é a nomenclatura atualizada para designar Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou derrame cerebral.