Daniela conta como o trabalho em todas as regiões de São Paulo a fez conhecer e admirar o SUS

A assistente social começou como estagiária e hoje é gerente Centro de Especialidades e Reabilitação (CER) III Interlagos

Parte da família da assistente social Daniela Geanette veio do Paraná, outra parte de Alagoas. Ao chegarem em São Paulo, logo se instalaram em São Mateus, quando o bairro ainda era pouco povoado e não tinha quase nenhum serviço público. Nesse contexto, tanto os pais quanto os avós dela participaram de lutas por direitos básicos. “Penha, São Mateus, Ermelino Matarazzo sempre foram protagonistas nessas frentes pela saúde em São Paulo”, relembra.

Para quem nasceu ali, viu os equipamentos de saúde chegarem, à medida que a população crescia, se tornar uma profissional da Saúde tem um grande significado. “Foi uma festa quando abriram o hospital de São Mateus”, conta.

Quando a jovem, hoje com 41 anos de idade, escolheu cursar Serviço Social, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), nem imaginava que trabalharia com políticas públicas ligadas à área da saúde. Mas, ao chegar no Sistema Único de Saúde (SUS), ela se apaixonou. “Comecei na recepção, passei por cargos administrativos, fiz estágios. E, mesmo 15 anos depois, continuo encantada”, declara. Segundo Daniela, isso está relacionado com a dimensão da área da saúde e como está presente em todas as esferas sociais. “É preciso entender que nas periferias há potência, há vida. E o SUS faz parte disso, porque ele não articula apenas a sala de vacina, mas também acolhe, promove lazer, informação. Afinal, isso tudo é promoção da saúde”, explica.

A foto mostra Daniela, uma mulher branca de cabelos pretos, enrolados e curtos. Ela está sorrindo e usando um jaleco branco.

Daniela começou como estagiária na rede pública de saúde e hoje é gerente da unidade (Foto: Divulgação SMS) 

Famoso por sua complexidade, o sistema público a desafiou a desvendá-lo de forma macro, e o que ajudou Daniela a adquirir esse conhecimento foi trabalhar em diversas frentes, de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) a hospitais municipais, em diferentes regiões da capital. “Comecei na Sé, passei pela zona oeste, leste, em regiões periféricas, e vim para a zona sul". Antes, a profissional passou alguns meses na UBS Chácara Santo Amaro, uma unidade rural, onde a vida tem uma dinâmica diferente. “Lá, tem pessoas que vão a cavalo para a unidade. Mesmo com essa distância do centro, o único serviço público que chega ali para aquela população é o de saúde”, relata.

Depois da trajetória inquieta como assistente social, Daniela fez um processo seletivo interno e, ao ser aprovada, assumiu a gerência de alguns serviços de saúde. Atualmente está à frente do Centro de Especialidades e Reabilitação (CER) III Interlagos, uma unidade inaugurada há pouco mais de três meses com uma estrutura moderna e inovadora no campo da reabilitação. Ela conta que ficou um pouco apreensiva quando passou do atendimento para a função de gerência, porque queria manter o contato com as pessoas no acolhimento. Ao abraçar as oportunidades como gestora, Daniela entendeu que nesse papel pode contribuir para o melhor atendimento aos pacientes e também para o aprimoramento dos processos de trabalho das equipes.

Q+

Daniela gosta de cultura. A música, dança estão presentes em sua vida fora do trabalho. Como gosta de atividades coletivas, nas horas vagas a gerente do CER III Interlagos se diverte em festas e parques com amigos. “Dá um quentinho no coração, quando saio para dançar.”