Éder conta como as ações educativas ajudam a enfrentar a dengue na capital

Para o agente de endemias, ensinar as crianças sobre o tema é uma importante ferramenta para que se tornem multiplicadoras do saber junto aos seus familiares

O lugar-comum é encontrar um agente de endemias na rua, mas nem sempre é assim. Éder Iago de Santana, que faz parte do quadro funcional da Unidade de Vigilância em Saúde (Uvis) Santo Amaro/Cidade Ademar, muitas vezes está em escolas e centros educacionais da região. “O trabalho educativo de prevenção da dengue existe há 15 anos na Saúde. Essas equipes de profissionais experientes se dividem entre dinâmicas, palestras, teatro de fantoches e a mesa de animais sinantrópicos em ações dessa natureza”, conta.

No dia a dia, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs)e demais serviços de saúde notificam os casos de dengue para as Uvis, que informam à Vigilância Epidemiológica. Na sequência, a vigilância epidemiológica aciona a ambiental, que mapeia as notificações nos territórios para que os agentes de endemias trabalhem no controle da dengue e demais arboviroses. “Saímos nas ruas para fazer as vistorias. Visitamos casas, ferros-velhos, escolas, creches e cemitérios. Procuramos, eliminamos criadouros do mosquito e realizamos a nebulização”, explica Éder.

Popularmente conhecida como fumacê, a nebulização é a aplicação de inseticida para matar os mosquitos adultos. Como o veneno mata apenas insetos desenvolvidos, eliminar os criadouros das larvas continua sendo a melhor forma de combater as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. No entanto, o agente comenta que nem sempre é fácil entrar nos domicílios. “Por questão de segurança, muita gente não facilita a entrada dos agentes em suas casas.” Vem daí a importância das ações educativas nas escolas. “O teatro é uma forma de fazer com que a informação entre nas casas das pessoas. Ao ensinar as crianças, elas se tornam multiplicadoras do saber para seus familiares. Esse trabalho não tem preço”, orgulha-se.

Na imagem, Éder aparece sorrindo para a foto. Ele está uniformizado e segurando a cabeça de um boneco que simboliza o Aedes aegypti, atrás de um cenário de uma janela com cortinas. Ao redor, há objetos como pneu e faixa com orientações para evitar água parada

Éder leva informação às escolas de forma lúdica e divertida (Foto: divulgação/SMS)

Em dezembro de 2023, uma ação na qual Éder atuou, em uma Escola Municipal Infantil (Emei), no Jardim Miriam, a música que a criançada sabia de cor virou hino contra o mosquito. “Desenrola, bate e mata o mosquitinho” todo mundo cantou de pé, seguindo a coreografia do agente de endemias.

Q+

Éder não brinca com a saúde. “Faço musculação cinco vezes por semana. Serve como terapia, porque além de ser importante para a prevenção de doenças, me ajuda no controle da ansiedade. Esta consciência também me levou a optar por uma alimentação mais natural”, conta o servidor que, nos fins de semana prefere a companhia do filho, Geovanni, 14, para jogar videogame ou bola.