Pessoas em situação de rua contam com equipes multidisciplinares em saúde

Atendimento e acolhida é feito por equipes do Consultório na Rua, além de equipamentos como UBSs e Caps

Na cidade de São Paulo, segundo o Censo da População em Situação de Rua realizado em 2021 pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Smads), estima-se que mais de 31 mil pessoas vivem em situação de rua. Para garantir o acesso à assistência em saúde, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) propõe estratégias voltadas a esse público.

Consultório na Rua
Além das 470 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que são a porta de entrada para a rede municipal, as ações envolvem os Consultórios na Rua (CnRs), equipes que atuam como elo entre a população em situação de rua e os diversos serviços oferecidos na rede municipal.

Instituído como programa da SMS em 2004 e parte do Banco de Boas Práticas da Organização das Nações Unidas (ONU), o CnR possui 32 equipes, seis delas em parceria com o Programa Redenção, política pública do município de São Paulo que envolve ações integradas de atenção à saúde, reinserção social e capacitação profissional como estratégias para o tratamento de dependentes químicos.

As equipes do Consultório na Rua são formadas por profissionais de diferentes categorias, tais como médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, assistente social, psicólogo, agente da saúde de rua, agente social e administrativo. Em algumas unidades, também integram a equipe o cirurgião dentista e auxiliar de saúde bucal.

Atualmente são 673 profissionais, que atuam das 7h às 19h, sendo que algumas equipes possuem horário estendido até as 22h, atendendo diariamente cerca de 1.500 pessoas em extrema vulnerabilidade social em todas as regiões da cidade.

Expansão
Desde 2020, o número de equipes do Consultório na Rua teve uma expansão de 78%, enquanto o número de profissionais cresceu 98,5%. De acordo com o Sistema Integrado de Gestão de Assistência à Saúde (Siga), de abril de 2020 a julho de 2023, as equipes do Consultório na Rua realizaram mais de 770 mil abordagens e mais de 414 mil atendimentos de profissionais como médicos e enfermeiros, dos quais 157.493 mil foram consultas médicas.

Em seu dia a dia, os profissionais realizam abordagem e cadastramento, com escuta qualificada e formação de vínculo com as pessoas em situação de rua, acompanhamento em saúde com consultas, orientações, assistência integral à saúde da mulher, gestante e puérpera, crianças e adolescentes, população LGBTIA+, idosos e a todos os grupos populacionais de todas as etnias.

As atividades acontecem de forma itinerante, nos locais de permanência da população que está em situação de rua, em centros de acolhida, na rua, calçada, unidade móvel e nas instalações de UBS do território onde está atuando, sempre articuladas e desenvolvendo ações em parceria com as demais equipes que atuam na atenção básica do território, com os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), da rede de urgência/emergência e dos serviços e instituições componentes do Sistema Único de Assistência Social, entre outras instituições públicas e da sociedade civil.

Dentro do conceito ampliado em saúde, as equipes também desenvolvem atividades como idas ao cinema e visitas a museus, além de partidas de futebol e dias de beleza, entre outras, junto às pessoas atendidas.

Confira aqui os equipamentos que possuem equipes de Consultório na Rua.

Saúde Bucal
Para as necessidades em saúde bucal, a SMS oferece serviços odontológicos à população em situação de rua por meio das UBSs e Unidade Odontológica Móvel (UOM) de forma itinerante, para facilitar o acesso desta população aos serviços de saúde. A UOM atende seguindo os princípios e diretrizes definidos pela Política Nacional de Saúde Bucal, atuando para garantir as ações de promoção e prevenção e o atendimento básico.

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Caps
A capital possui ainda 102 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), nos quais os cidadãos, incluindo aqueles em situação de rua que convivem com transtornos mentais graves e persistentes e necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas são acolhidos por equipes multiprofissionais. Estas são compostas por terapeutas ocupacionais, enfermeiros, psicólogos e médicos psiquiatras. Ao todo, são 33 Caps Infantojuvenis, 34 Adulto e 35 Álcool e Drogas (AD), todos com funcionamento de portas abertas, ou seja, sem necessidade de encaminhamento.

Por se tratar de um serviço especializado em saúde mental, os Caps são organizados de modo a atender demandas e necessidades de cada usuário, por meio de um PTS, no qual a equipe, em conjunto com o usuário, desenvolve um plano de tratamento individualizado que envolve o diagnóstico dos transtornos e dos problemas a serem enfrentados e os recursos terapêuticos utilizados para melhor atingir as metas ao longo do processo de cuidado.

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