Prefeitura conclui estudo epidemiológico para identificação de doenças relacionadas ao Polo Petroquímico de Capuava

Resultados mostraram que a probabilidade de desenvolver doença tireoidiana não tem relação significativa entre as áreas de exposição e de controle do PPC; 77% dos entrevistados referiram outros incômodos

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), concluiu o estudo epidemiológico para investigação de doenças tireoidianas na população residente nas áreas da cidade expostas aos poluentes emitidos pelo Polo Petroquímico de Capuava (PPC), em apoio à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de São Paulo (CMSP) sobre o tema. O resultado do estudo foi apresentado na manhã desta quinta-feira (1º) na CMSP.

Os dados mostraram que a probabilidade de desenvolver doença tireoidiana não teve diferença significativa entre as áreas de exposição e de controle. Sendo assim, não ficou comprovado que residir na área de exposição eleva a probabilidade de adoecimento por esta causa.

Ao todo, foram entrevistadas 3.703 pessoas moradoras das áreas relacionadas, sendo que 77% referiram outros incômodos como presença constante de fumaça, poeira, fuligem, odores e ruídos decorrentes das atividades executadas no polo.

Do total de entrevistados, 879 pessoas que referiram três ou mais sintomas de doença tireoidiana foram encaminhadas para exames e avaliação médica, sendo que, destas, 656 procuraram unidades de saúde.

“A SMS fez um estudo científico baseado em dados clínicos, coleta de exames, além da pesquisa das condições gerais de saúde dos entrevistados. Isso mostra a preocupação e comprometimento da gestão no cuidado com a saúde da população, mesmo que o polo não esteja dentro da nossa cidade”, declarou o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco.

O estudo foi realizado em duas etapas: a primeira incluiu sorteio de domicílios e as entrevistas com os moradores para levantamento de dados de saúde; a segunda contemplou a coleta de sangue e avaliação médica na Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência do entrevistado que apresentou três ou mais sintomas, ou referiram doença tireoidiana.

Todo o processo foi planejado pela Covisa e executado pela rede de Atenção Básica, envolvendo as Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs) Sudeste e Leste. Os domicílios visitados ficam nas áreas de exposição que têm como referências as UBSs Jardim São Francisco II, Parque São Rafael, Jardim Colorado, Rio Claro, Fazenda da Juta I e Fazenda da Juta II; e das áreas de controle que têm como referência as UBSs Jardim das Oliveiras e Americanópolis.