Melanoma cutâneo é o tipo mais perigoso do câncer de pele

Para detectar precocemente esta forma neoplasia é importante prestar atenção a alterações nos sinais existentes

O melanoma cutâneo é o tipo mais raro e mais perigoso câncer de pele. Ele é caracterizado pela formação de células malignas a partir dos melanócitos, as células produtoras de melanina que dão cor à pele, e pode evoluir com metástases e letalidade.

No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são descobertos anualmente cerca de 8.450 novos casos da doença. Devido ao crescimento expressivo da população e o aumento da expectativa de vida, a previsão é de que o número de novos casos de melanoma venha aumentar nas próximas décadas.

Existem diferentes tipos de melanoma cutâneo:

- melanoma extensivo superficial: é o mais comum, e normalmente atinge camadas mais superficiais da pele e cresce mais lentamente;

- melanoma lentiginoso acral: não está diretamente relacionado à exposição solar, sendo mais comum em afrodescendentes e asiáticos; surge nas unhas, nas palmas das mãos ou plantas dos pés, com aparência similar a uma pinta ou um machucado, o que pode contribuir para atrasar o diagnóstico;

- melanoma lentigo maligno: melanoma superficial não invasivo, de crescimento lento, e mais comum após os 60 anos, surge principalmente em áreas expostas ao sol, como o rosto, a cabeça e o pescoço;

- melanoma nodular: é mais agressivo e mais comum em homens, tendo em geral a forma de uma lesão alta e delimitada, que pode apresentar ulcerações e sangrar.

As duas principais causas do melanoma são a exposição solar cumulativa ao longo dos anos (sendo ela precoce ou intermitente), além da propensão do nevo (pinta), por fatores genéticos.

Entre os desafios para a detecção precoce do melanoma está o fato de que ele pode se originar a partir de pintas localizadas em qualquer parte do corpo ou da pele normal, não raro em locais de difícil visualização pelo próprio indivíduo. Por isso, é importante prestar atenção a eventuais alterações em pintas na pele, fazendo o autoexame da pele periodicamente. Se houver lesão suspeita é importante procurar assistência médica.

Uma forma fácil de memorizar pontos aos quais prestar atenção nas pintas é a chamada “regra ABCDE”: pintas Assimétricas, com Bordas irregulares, Cor variada, Diâmetro maior que 6mm e Evolução alterada. Também é importante ficar atento a sensação alterada ou de coceira no local, lesão maior que as outras e crostas na lesão.

Veja algumas perguntas e respostas sobre nevo (pintas) e o melanoma.

O que é uma pinta ou sinal, quais são suas características típicas?

Uma pinta ou nevo é um sinal que surge quando os melanócitos, células que dão cor à pele, crescem e se organizam em grupos. A maior parte das pessoas possui entre 10 e 40 pintas pelo corpo, em áreas que costumam ser mais expostas ao sol. Uma pinta típica mede geralmente até 5 milímetros de diâmetro, podendo ser circular ou oval, com a superfície lisa ou arredondada. As bordas são bem definidas, e a cor é uniforme, podendo variar do rosa ao marrom claro e ou escuro, dependendo do tom da pele e dos cabelos do indivíduo.

Quem está mais suscetível ao melanoma?

Pessoas com diagnóstico de nevos atípicos, nevos congênitos, grande número de nevos comuns (mais de 50), pele clara/olhos claros, histórico pessoal ou familiar de melanoma, alterações do estado imunológico, exposição solar contínua ao longo dos anos ou intermitente ou precoce , queimaduras solares (especialmente durante a infância), bronzeamento artificial; ressaltando que este tipo de procedimento, realizado nas chamadas câmeras de bronzeamento, é proibido desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa.

O que fazer para prevenir o melanoma e os outros cânceres da pele?

- Proteger-se do sol, evitando se expor em horários entre as 10h e as 16h, usando barreiras físicas como óculos de sol, roupas de manga comprida e calças, chapéu de tecido espesso com aba circular e larga, além de usar filtros solares com fator proteção UVA e UVB 30 ou mais. Estes podem ser iniciados a partir dos 6 meses de vida da criança e devem ser reaplicados com mais frequência de acordo com o cotidiano de cada pessoa.

- Durante exposição solar mais intensa, como por exemplo, na praia ou piscina, acrescentar às medidas o uso de roupas com tecido mais escuro, trama mais apertados e fios sintéticos, que conferem maior proteção, evitando roupas molhadas e com tecido mais frouxo pois conferem menor proteção. Também é importante buscar sombras naturais, como as coberturas de árvores ou artificiais, como os guarda-sóis e barracas com tecido escuro e espesso. Além disso, reaplicar o protetor solar com mais frequência, a cada duas horas, ou quando sair da água ou muito suor.

- Realizar o autoexame da pele periodicamente; se houver lesão(ões) suspeitas, procurar assistência médica.

Os endereços de todas as 470 UBSs da cidade de São Paulo podem ser consultados na página Busca Saúde.