Mais transmissíveis, variantes do coronavírus exigem que medidas de prevenção sejam mantidas

Capital apresenta estabilidade no número diário de casos, mas ainda em um patamar considerado alto

A presença da variante delta no município de São Paulo aumenta a preocupação em relação a uma nova ampliação da transmissibilidade e diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública. Por esse motivo, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) recomenda que todas as medidas individuais de prevenção sejam mantidas com rigor. O comunicado foi feito nesta terça-feira (3) durante coletiva on-line na sede da Prefeitura de São Paulo.

"Nós estamos acompanhando o movimento das variantes com toda a nossa rede. A partir de agora, vamos distribuir máscaras N95, que são mais adequadas para este momento da pandemia, para todos aqueles identificados como sintomáticos respiratórios e seus comunicantes. Inicialmente, serão 500 mil máscaras”, pontua o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, reforçando a necessidade de manutenção de todos os cuidados para evitar a transmissão do vírus.

A médica sanitarista Paula Bisordi, coordenadora do Núcleo de Vigilância de Doenças Agudas Transmissíveis da Coordenaria de Vigilância em Saúde (Covisa), explica que a cidade faz um monitoramento diário da doença.

O primeiro caso da variante delta notificado em São Paulo se deu no dia 5 de julho. Os primeiros sintomas foram registrados em 19 de junho. De lá para cá, a cidade registrou 22 casos confirmados.

"Se nós notarmos qualquer alteração importante, por exemplo, em uma faixa etária específica, podemos orientar para que medidas sejam tomadas. O importante é entender a circulação das cepas na cidade e de que forma elas vão impactar no padrão que a doença apresenta no município", afirma a sanitarista.

Dados disponibilizados pelos boletins internacionais revelam que a prevalência da variante delta ultrapassa 75% dos casos em países como Austrália, Bangladesh, Botswana, China, Dinamarca, Índia, Indonésia, Israel, Portugal, Federação Russa, Cingapura, África do Sul e Reino Unido. E as evidências apontam para o aumento da transmissibilidade em relação às variantes de não preocupação: alfa, beta e gama do coronavírus.

Recomendações
A recomendação para o controle da pandemia ainda é o mesmo: manter o uso correto das máscaras (cobrindo o nariz e a boca), distanciamento social, higienização de mãos e, principalmente, evitar aglomerações.

Ao apresentar qualquer de síndrome gripal, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde. Todos os casos suspeitos devem ser imediatamente notificados e investigados clínica e laboratorialmente. É necessário ficar em isolamento por no mínimo 10 dias e as pessoas de contato próximo também devem fazer quarentena de 14 dias.

A SMS também reforça ao público elegível não deixar de tomar a vacina contra a Covid-19 e para os que receberam um imunizante de duas doses, não deixe de buscar a segunda e completar o ciclo vacinal.

Barreiras sanitárias
Desde o dia 27 de maio, há cinco barreiras sanitárias instaladas no município. Localizadas no Aeroporto de Congonhas e nos terminais rodoviários do Tietê, Barra Funda e Jabaquara, até o dia 29 de julho, 328.440 pessoas foram abordadas nos postos de inspeção sanitária após desembarque, o que corresponde a 14.615 ônibus e 1.158 voos.

Ao todo, foram registrados 178 passageiros sintomáticos respiratórios. Até o dia 23 de julho, foram oito casos positivos verificados nessas barreiras. Além das medidas de contingência, a SMS realizou 562 ações educativas com 11.038 panfletos entregues.