Por Maria Lúcia Nascimento
O novo coronavírus tem afetado o sistema de saúde no Brasil e pode levar à morte. No Brasil, estima-se que 2,3 milhões de pessoas tenham algum tipo de hepatite, e cerca de 1,5 milhão portadores do tipo C. No município de São Paulo, a estimativa é de que haja 82.276 casos deste tipo de hepatite, porém nos últimos 20 anos, apenas 30.729 (37,3 %) casos da doença foram descobertos, confirmados e notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação(SINAN). Neste ano, foram 230 casos notificados da doença, e a baixa notificação interfere na gestão epidemiológica. Por conta disso, a campanha Julho Amarelo e a conscientização no 28 de julho são tão importantes. Hoje, Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, é dia de alerta e de saber como buscar diagnóstico e tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), na capital.
O diagnóstico por teste rápido acontece na UBS e quem tem a doença identificada, também deve seguir o tratamento na unidade de referência. Para atingir a meta estabelecida pelo programa municipal até 2030, São Paulo promove a vacinação da hepatite B, para pessoas de todas as idades, e oferece o teste rápido para hepatites B e C.
Para a médica do Programa Municipal de Hepatites Virais da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) da SMS de São Paulo, Celia Regina, a hepatite C tem tratamento e cura em mais de 95% das pessoas tratadas corretamente. A hepatite B tem prevenção com vacina, são três doses para a pessoas estar imunizada.
Informação para garantir a prevenção e tratamento pelo SUS
Nos últimos anos, o Programa Municipal de Hepatites Virais (PMHV) tem promovido com as unidades de saúde do município de São Paulo ações específicas da campanha, como intensificação da testagem para hepatite C em maiores de 40 anos, com vistas ao aumento do diagnóstico e, consequentemente, do tratamento e da cura, além da divulgação do assunto para a população.
Neste ano, a Semana de Luta Contra as Hepatites Virais vai de 27 a 31 de julho. Diante do desafio da pandemia por Covid-19, com as orientações de evitar aglomerações e a sobrecarga atual dos serviços de saúde, as ações programadas para o Julho Amarelo estão focadas na orientação de como se prevenir das hepatites.
“É muito importante, porém, manter a população informada sobre as medidas de prevenção, realização do teste rápido para o diagnóstico das hepatites virais B e C e tratamento da doença. A divulgação é fundamental para a estratégia de eliminação das hepatites virais como problema de saúde pública”, ressalta Celia Regina.
O programa alerta para a necessidade de realização de teste rápido para descoberta dos casos de hepatite C em todas as pessoas acima de 40 anos, com histórico de transfusão sanguínea antes de 1993, que fizeram ou fazem uso de drogas e que tiveram ou têm relações sexuais desprotegidas.
Com relação ao coronavírus, não há orientação específica para pessoas que vivem com hepatite viral ou para aqueles já curados. Caso os pacientes com hepatites virais sejam contaminados pela Covid-19, os efeitos da infecção parecem ser iguais às consequências da população em geral, portanto, as orientações, para prevenir o novo coronavírus, são sempre as mesmas como:
- Lavar as mãos com frequência;
- Utilizar o cotovelo para cobrir o espirro e a tosse;
- Se sair, mantenha uma distância segura de pessoas que estejam tossindo ou espirrando;
- Evite aglomerações;
- Não toque nos olhos, no nariz e na boca;
- Em estabelecimentos, use sempre uma máscara.
Localize no Busca Saúde os locais de vacinação contra a hepatite B.
Confira aqui os locais de referência para realização de teste rápido.