Por Maria Lúcia Nascimento

Asma é uma doença crônica inflamatória, alérgica, que acomete as vias aéreas (brônquios) e pode causar crises de falta de ar e chiado no peito. Não é possível prevenir o surgimento, mas é possível manter a doença controlada, sem crises, para que o indivíduo viva com qualidade. No Brasil, são 35 mil internações por ano por conta da doença. No município de São Paulo, em 2018, foram registradas 3.926 internações por asma, impactando os custos da saúde pública e a vida dos brasileiros que, por conta das crises, ficam com suas rotinas de estudo, trabalho e o lazer comprometidos.

Segundo o especialista da Saúde municipal, Roberto Stirbulov, aproximadamente 10 % dos brasileiros sofrem de asma. Na maioria dos casos, a doença começa a se manifestar na infância, melhora na puberdade e volta após a segunda década de vida. “A causa é genética. Porém a inflamação pode ser piorada por exposição ambiental, como poeira domiciliar, ácaros, mofo, fragmentos de insetos, pelos de animais e o tabagismo”, alerta o pneumologista, supervisor do programa de Residência em Clínica Médica da Oitava Comissão de Residência Médica (Coreme) - Escola Municipal de Saúde e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Bronquite e asma são sinônimos, porém o nome médico adotado pela medicina é asma. Cada paciente, porém, tem uma sensibilidade específica. “Quanto maior a inflamação, maior a probabilidade de crises. A inflamação somente pode ser diminuída com a utilização de corticosteroides inalatórios, cotidianamente, por tempo prolongado, sempre por orientação médica, e afastamento dos fatores ambientais de risco”, avisa Dr. Stirbulov.

A Saúde municipal oferece, na linha de cuidado, o atendimento aos munícipes a partir da Unidade Básica de Saúde (UBS), que é a porta de entrada do SUS. Em casos de urgência e emergência, contudo, o paciente pode procurar as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), as Assistências Médicas Ambulatoriais (AMA) e os Prontos-Socorros (PS).

Sintomas

Os sintomas da asma são variáveis. Podem ocorrer: falta de ar, dificuldade em expirar o ar do pulmão, chiado no peito, sensação de opressão no tórax, tosse persistente, seca ou produtiva e despertar noturno. Necessariamente, o paciente com asma não apresenta todos os sintomas. Se estiver com a doença controlada, a probabilidade de crises graves reduz. “Mas, se o paciente não estiver fazendo o tratamento de manutenção adequado, orientado por um médico, pode ter uma crise grave que é o estreitamento difuso dos brônquios, o que leva à redução do oxigênio do sangue e sofrimentos dos órgãos nobres, como cérebro e coração. Essa crise pode ser desencadeada espontaneamente ou decorrente da exposição a algum fator de risco ambiental”, adverte o especialista.

Tratamento e controle da doença

A asma é tratada com a associação de corticosteroides inalatórios e broncodilatadores de ação prolongada disponíveis no mercado em diversas formas (composições e dispositivos sendo os mais conhecidos, chamados popularmente de bombinha).

Se o paciente estiver sob cuidados médicos e utilizar adequadamente os medicamentos de manutenção, a asma fica controlada. Com menos crises, o paciente fica menos dependente de medicamentos de alívio. “Porém, é preciso não entrar em contato com fatores que podem induzir a crise de asma, evitar tabagismo ativo e passivo, fazer atividade física, vacinar-se contra gripe e pneumonia, sempre de acordo com a ordem médica. O que pode realmente matar é a asma não controlada”, alerta o pneumologista do SUS em São Paulo.

Serviços de Saúde

Para melhorar a qualidade de vida das pessoas com asma/bronquite, quando necessário, os pacientes são encaminhados aos especialistas dos Ambulatórios de Especialidades (AE) com a finalidade de investigação e orientação terapêutica. Depois, eles são voltam à UBS para continuar o acompanhamento dos cuidados.
Para saber qual é a UBS, ou outra unidade do município, mais perto da sua casa, acesse o Busca Saúde.