Saúde discute impacto da violência contra a mulher

Seminário aberto à sociedade civil e gestores públicos lançou o Prêmio Edna Muniz de reconhecimento à práticas inclusivas da população feminina

#pracegover profissional de saúde dando palestra em cima do palco.

 

A Secretaria Municipal da Saúde realizou nesta terça-feira (7) o seminário “Uma vida sem violência: um direito de todas as mulheres”, com mais de 500 participantes, no Teatro Fernando de Azevedo. O encontro foi para discutir, capacitar e mobilizar profissionais de saúde e sociedade civil para o enfrentamento da violência doméstica e familiar. A iniciativa é das áreas técnicas da Saúde da População Negra, Saúde da Mulher, Pessoas em Situação de Violência e da Coordenadoria de Gestão de Pessoas (COGEP) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

Na ocasião, a Prefeitura, por meio da SMS anunciou o Prêmio Edna Muniz para reconhecer as contribuições na promoção de práticas inclusivas e ações afirmativas direcionadas à população negra. A premiação será no dia 27 de novembro, durante o Seminário da Consciência Negra.

No painel “Violência contra as mulheres e o impacto do racismo na saúde: desafios na saúde e na rede de enfrentamento” houve abertura para perguntas do público e posterior oficina prática. Mediado por Giselle Cristina dos Anjos Santos, historiadora especialista em feminismo negro e relações de gênero e raça, o conteúdo tratou da violência contra mulher e do impacto para a saúde pública. O sexismo e as relações de poder no ambiente de trabalho, abordando as etapas da denúncia e os serviços públicos oferecidos também estiveram em pauta.

Sobre Edna Muniz
Historiadora, foi uma das pioneiras do movimento negro em São Paulo, fundadoras do Grupo Negro da PUC-SP (1979-1988) e da Soweto Organização Negra em 1991. Atuou e contribuiu de modo decisivo para a construção da política de saúde da população negra em âmbito nacional. Colaborou para a criação e defesa do Sistema Único de Saúde (SUS); trabalhou por décadas na Secretaria Municipal da Saúde, fazendo valer os direitos da população negra, além de ter participado da construção e da implementação do uso do quesito raça/cor pelos serviços públicos.

Sobre o Prêmio
O Prêmio valoriza os profissionais da Secretaria Municipal da Saúde, reconhecendo as suas contribuições na promoção de práticas voltadas a questão étnico racial, com respeito e comprometimento, por meio da premiação de suas iniciativas e reconhecimento do seu legado institucional.

Os trabalhos poderão ser inscritos por qualquer profissional da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) nos seguintes eixos:

• Políticas, Gestão e Formação dos profissionais do SUS - destinado aos profissionais;
• Produção do Cuidado - destino à população.

 

São Paulo e a Saúde da Mulher Negra
Para uma atenção ao pré-natal adequada, a Secretaria Municipal de Saúde de SP preconiza que os exames devem ser feitos já nos primeiros 90 dias de gestação, com 7 ou mais consultas de pré-natal. Para acompanhar o cumprimento dessas diretrizes entre as mulheres negras, a SMS analisa indicadores que apontam a maior captação precoce no pré-natal e também o número de consultas realizadas pelas gestantes desta população.

Houve pequeno aumento no percentual de gestantes que iniciaram o pré-natal nos primeiros 90 dias de gestação. Em 2017, 81,6% das gestantes realizaram os exames dentro desse período e em 2018, 82%.O significa a melhoria no acesso ao pré-natal.

Também cresceu o número de gestantes negras que realizaram 7 ou mais consultas do pré-natal no último ano, de 78% para 78,1%. “Compreendemos que a temática da população negra é também transversal, devendo se fazer presente em diferentes áreas técnicas e ações clínico-institucionais na unidade, não necessariamente gerando grupos específicos para mulheres negras. As questões pertinentes a mulher negra deve ter inserção em outras ações já em desenvolvimento vinculadas à saúde da mulher, saúde mental; NPV; PICS, Controle Social, entre outras”, afirma a profissional da Coordenadoria de Atenção Primária para a Saúde da População Negra, Valdete Ferreira dos Santos.