Casos de Aids caem 9% na cidade de São Paulo em 2017

Novos dados também mostram diminuição das notificações de HIV; a taxa de mortalidade por aids também caiu na capital

A cidade de São Paulo registrou no ano passado 5.377 novos casos de HIV/Aids, dos quais 3.334 foram de HIV e 2.043 da doença causada pelo vírus, a aids. Em ambos os casos houve um declínio em relação à 2016, quando foram notificados 3.433 casos de HIV (queda de 2,8%) e 2.251 casos de aids (diminuição de 9,2%).

“Essa queda nos casos de aids mostra que a cidade de São Paulo está conseguindo, cada vez mais, ampliar o tratamento para as pessoas que vivem com o vírus, evitando que a doença se manifeste”, diz Cristina Abbate, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo.

Os novos dados de HIV na cidade de São Paulo mostram que a epidemia continua concentrada em homens (87,2% do total), com uma razão de cinco novos casos no sexo masculino para um no feminino. A situação não é diferente quando observados os dados de aids, em que 80,2% dos novos registros de 2017 foram em homens, o que representa uma razão de sexo de 4 para 1.

Os jovens de 20 a 29 anos também seguem como a faixa etária com o maior número de notificações de HIV, com 45,6% do total de casos no ano passado. A aids também está centralizada nos jovens, porém com foco entre os de 25 e 29 anos, com 18,4%, e também na faixa etária um pouco mais velha, de 30 a 34 anos, com 17% dos novos registros da doença.

A principal forma de infecção pelo HIV é o sexo, o que se confirma com os dados de 2017, em que esta categoria de exposição ao vírus representou 87% dos novos casos na capital paulista. Deste total, 53,1% das notificações foram em pessoas que se declararam homossexuais; 27,3% em héteros e 6,6% em bissexuais. Nos mais recentes registros de aids, o sexo representou 86,1% das formas de infecção, com 39,7% desse total em homossexuais, 39,6% em héteros e 6,8% em bissexuais.

"Um dos principais focos da secretaria, por meio do Programa Municipal de DST/Aids, é justamente de realizar ações de prevenção voltadas para os públicos considerados mais vulneráveis ao HIV/Aids, visando locais de sociabilidade destas pessoas, com a realização de testagem rápida em unidades móveis, distribuição de camisinhas masculinas e femininas, entre outros insumos", diz Edson Aparecido, secretário municipal da Saúde.

Em relação ao diagnóstico precoce (taxa de detecção do HIV), a região central é a líder com 123,4 casos para 100.000 habitantes, seguida pelas regiões Oeste com 29,2 e Norte com 24,9. As regiões Sudeste e Sul estão empatadas no 4º lugar, apresentando taxa de 23,8. Em último lugar está a região Leste com 21,8, a menor taxa de detecção do município. A região central também apresenta as maiores taxas de detecção de diagnóstico tardio da aids (53,4), seguida pelas regiões Norte (18,4), Sudeste (16,5), Oeste (15,2), Sul (14,7) e Leste (14,1).

A taxa de mortalidade por aids também caiu na capital, de 6,1 casos para cada 100 mil habitantes em 2016, para 5,4 em 2017, o que representa uma diminuição de 11,5%.

Todos os dados têm como fonte o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), o Centro de Controle de Doenças (CCD), da Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA), da SMS, e a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE). Além disso, as informações são preliminares até 30/6/2018, sujeitas a revisão.